O Resumo Fenomenologia
Por: Tales Longhi • 11/5/2020 • Resenha • 2.885 Palavras (12 Páginas) • 175 Visualizações
Cap 7
A fenomenologia reúne muitas vertentes em torno do mesmo núcleo: o método fenomenológico.
Husserl se empenha em fazer da filosofia uma ciência de rigor e a fenomenologia surge como investigação da possibilidade de conhecimento.
A fenomenologia de Husserl surge n filosofia como questionamento da validade total e irrestrita do positivismo como fundamento da ciência. Faz a defesa de que a experiência sensível é o modo como a realidade aparece – contraditória, mutável, perspectival - e portanto deve ser reconhecida.
Husserl tenta restabelecer na fenomenologia a antiga ligação entre ser e pensamento.
Intencionalidade da consciência – harmonia entre realidade e consciência = Ser é constituído no e pelo pensamento – superando a dicotomia entre sujeito-objeto - que fundamenta todos os problemas epistemológicos que a filosofia tenta resolver desde Platão.
Husserl recorre a Brentano com o objetivo de reencontrar um lugar para filosofia no campo do conhecimento.
Brentano opôs-se a naturalização da ciência nascente, considerando a possibilidade da psicologia afirmar-se como ciência empírica (experiencial).
Brentano defende que há uma diferença ontológica entre atos psíquicos e atos físicos. Os fenômenos psíquicos correlatos dos atos psíquicos, podem ser percebidos (Ninguém pode verdadeiramente duvidar que o estado psíquico que em si mesmo percebe não existe e não existe tal como percebe). Atos psíquicos são intencionais.
Para Brentano fenômenos psíquicos são fenômenos que contém objetos em si mesmo por meio da intenção (intencionais).
O ato psíquico de ver uma arvore contem, de alguma maneira, as cores, formas e texturas. Estás estão dadas como fenômenos psíquicos como cor-vista, forma-vista, textura-sentida.
A mente = conjunto momentâneo de atos psíquicos (intencionais) - acessados por introspecção. É possível descrever os atos psíquicos/consciência, objeto de estudo da psicologia. Como conjunto de atos, a mente é um fluxo.
Husserl e a re-união de sujeito e objeto
Usa dois aspectos centrais, a intencionalidade da consciência e a consciência de fluxo.
Crise de fundamentos – ele denuncia a tentativa de fundamentar possibilidade de conhecimento na objetividade (materialismo) ou na subjetividade (idealismo) = “ismos” = psicologismo, sociologismo, etc.
Sufixos = contradição inerente nessas ciências como base epistemológicas para as demais. Ex: psicologia determinar que todo conhecimento verdadeiro é fruto de uma operação mental. Esse mesmo postulado aplica-se a premissa. Psicologia vira psicologismo.
O principal pressuposto – crença numa realidade objetiva acessada pelo sujeito = cisão entre sujeito e objeto.
Husserl se esforça para entender o fenômeno tal como é, não de acordo com as teorias sobre ele. Enquanto a epistemologia, a fenomenologia é um esforço metodológico de desconfiar de todos os pressupostos preconceitos, dogmas e compreensões prévias.
“de volta as coisas mesmas” = de volta aos fenômenos que surgem após a suspensão metodológica da atitude natural pela epoché. Postura ingênua. Crença na imanência da consciência e transcendência dos objetos.
Fenô se esforça a não se submeter a teorias, preconceitos (reduz fenomenologicamente).
Na atitude fenomenológica - suspensão fenomenológica – consciência é pensada como ato – assim consciência e objeto acontecem concomitantemente, constituindo-se mutuamente. Os fenômenos são, portanto, imanentes (aquilo que é inerente a algum ser ou que se encontra unido, de forma inseparável, à sua essência.)
Fenomenologia para Husserl é a ‘ciência’ do aparecer – estudo dos múltiplos atos intencionais e objetos intencionais.
Fenômenos são constituídos na consciência – ela é a estrutura que fundamenta o conhecimento cientifico e de toda lida cotidiana com a “realidade” – é na correlação intencional que surgem os significados de tudo que aparece.
Superação da dicotomia S x O = Realidade atravessada pelo pensamento, constituída por ele.
Método fenomenológico, 3 etapas.
1 EPOCHE (suspensão) – Abster-se, suspender – nos abstemos de juízos sobre o outro.
2 Redução EIDÉTICA (Eidos = essência) – redução das essências – (eliminar elementos do contexto e da essência naturais).
3 Manifestação das essências.
A redução fenomenológica afasta dos fatos, levando a essências.
EX: Van Den Berg: amigo e garrafa - a garrafa é garrafa, mas tbm é solidão – significados constituídos na correlação intencional – o significado não é algo que se agrega ao objeto, pois lhe é imanente.
O psicólogo lida com significações e ressignificações? A noção de que cada pessoa tem capacidade de significar e ressignificar suas experiências postula que estas têm uma existência autônoma e independente às quais agregam significações. Permanece velada a dicotomia do sujeito significante e do sujeito significado, mas a significação é constituída na correlação intencional, não realizada por um sujeito dotado da capacidade de significar.
A consciencia não “aborda” um objeto. O modo com o objeto aparece na correlação intencional é apenas isso: um modo de aparecer do fenômeno, que comporta uma infinidade de outros modos.
A fenomenologia de Husserl é epistemologia, pois investiga a possibilidade de todo conhecimento verdadeiro.
Cap 2, 4
“O fenomenologista nunca tem necessidade de hipóteses. As hipóteses surgem quando a descrição da realidade termina prematuramente. A fenomenologia é a descrição da realidade”.
“Leito de procusto: cruel ladrão que oferece hospedagem em sua casa, que contém duas camas, uma pequena e outra grande, aos viajantes baixos, oferece a cama grande e, prendendo-os, estica-os até que caibam perfeitamente. Aos viajantes Altos, oferece a cama pequena, cortando suas extremidades. (APOLODORO 1921/2006) ” mito que expressa o esforço de encaixar uma situação num quando teórico, mesmo que seja necessário distorcê-la para que caiba bem. (MAY, 1993).
Apresentar o sofrimento do paciente tal como experienciado pelo mesmo.
Jantar desmarcado com amigo:
“A experiência subjetiva torna-se acessível através dos objetos ao redor. A garrafa (objeto) revela imediatamente de um só golpe, a solidão de quem aguarda o amigo (sujeito). Não há na experiência a separação interior-exterior, tão corrente na psicologia. Cada esforço que faço para me concentrar no meu puro íntimo, resulta na tomada de consciência do meu ambiente: o quarto, o fogo, a garrafa e, dentro de tudo isso meu amigo ausente (VAN DEN BERG)”.
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