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O Ser humano faz parte de um mundo cheio de contradições

Por:   •  17/6/2015  •  Monografia  •  18.781 Palavras (76 Páginas)  •  374 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A morte faz parte do desenvolvimento humano. E um fenômeno biológico

e natural, podendo acontecer em qualquer fase do desenvolvimento do seu ciclo

vital. O pensamento da morte pode ser acompanhada de várias questões como “De

onde viemos e para onde vamos?” “Será a morte o final da existência, ou somente

transição, o final do corpo físico, a libertação da alma? Haverá outras vidas? Será a

alma imortal? O espírito se mantém tal como o conhecemos? (KOVÁCS, 2005,

p.485) Entre outras dúvidas essas questões e suposições que formulamos na

tentativa de ter mais “intimidade” com os mistérios que envolvem a morte.

Apesar de toda essa curiosidade que envolve esse fenômeno, a morte,

atualmente ainda é vista como tabu, interdita, vergonhosa; porém por outro lado, o

grande desenvolvimento da medicina permitiu a cura de várias doenç as e um

prolongamento da vida (KOVÁCS, 2003). Mas afinal, o que é a morte?

Segundo Pazin-Filho (2005), a definição mais aceita, em termos médicos,

é o término das funções vitais, a interrupção do funcionamento de órgãos como

coração e cérebro, cessando assim a atividade de todo o corpo. Essa definição

também é amplamente difundida por leigos. Essa seria a compreensão física da

morte, ou seja, a finitude da vida, porém a compreensão desse processo envolve

muitos outros fatores.

Papalia (2006) destaca que a compreensão da morte é guiada por

aspectos sociais, culturais, históricos, religiosos, legais, psicológicos, de

desenvolvimento, médico, éticos, entre outros. E todos esses aspect os fazem com

que a experiência e a concepção sobre a morte seja íntima e pessoal. A morte e o

luto são experiências universais, porém isso não significa que possuam o mesmo

contexto cultural. Podemos dizer que em relação ao processo de morrer e a morte,

cada sociedade tem sua própria cultura, hábitos, crenças e valores, essa cultura

também pode variar dentro da mesma sociedade, seja em espaços de tempo

diferentes ou não, oferecendo assim uma orientação de como devem se comportar

diante da morte (GUTIERREZ & CAMPIONE, 2007).

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A morte pode surgir em qualquer fase do desenvolvimento humano,

podendo ser um acontecimento repentino (como as tragédias, acidentes), ou mesmo

“anunciado” como no adoecimento, e principalmente no caso das doenças terminais.

De acordo com Kovács (1992) o conceito de terminalidade é um conceito relativo, já

que na maioria das vezes, temos a morte como o fim do nosso processo de

desenvolvimento, porém essa “interrupção” pode acontecer em qualquer fase da

vida (infância, adolescência, adulta ou idosa). Consideramos o paciente terminal

como aquele que sofre de uma doença que ainda não há cura, que esteja com um

quadro clínico com complicações, ou popularmente dizendo, são pessoas “marcadas

para morrer” (KOVÁCS, 1992)

O conhecimento de que o paciente sofre de uma doença terminal,

desencadeia mudanças na vida não só do paciente, mas também na sua família, e

na equipe de trabalho, e é essa maneira diferenciada de lidar com essa situação que

devemos considerar no acompanhamento psicoterapêutico (KOVÁCS, 1992).

O presente estudo apresenta uma discussão sobre a morte e o morrer, e

sobre a atuação do psicólogo com pacientes terminais e seus familiares durante os

períodos de hospitalização e cuidados, sejam esses feitos em casa ou no hospital.

No primeiro capítulo focaremos nas questões culturais que envolvem a

concepção e compreensão da morte, do morrer e do luto. Demonstraremos a

importância de entender o contexto onde o paciente está envolvido para

compreender melhor a sua concepção sobre o momento que está passando. Como

já foi dito, cada pessoa lida com a morte de uma forma, e nessa situação de

terminalidade não seria diferente. Para um paciente a morte pode significar alegria

ou libertação da alma, para outros pode significar dor e sofrimento, por is so é

importante que o psicólogo conheça os aspectos que contornam a questão da morte

e da terminalidade para esse paciente. Falaremos também sobre as mudanças no

conceito de saúde, e como a morte foi se transformando em um desafio a ser

vencido pela medicina, deixando gradativamente de ser um fenômeno natural, e

passando a ser encarado por alguns como um fracasso na luta pela vida.

No segundo capítulo

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