O Sujeito Interpassivo
Casos: O Sujeito Interpassivo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Bianca001 • 27/5/2014 • 867 Palavras (4 Páginas) • 405 Visualizações
O sujeito interpassivo
A Máscara e o título simbólico
Para Lakan citado por Zizek, o desejo do homem é estruturado pelo grande Outro “descentrado”, a ordem simbólica: o que eu desejo é predeterminado pelo grande Outro; o espaço simbólico que habito.
Zizek desmistifica de que viveríamos em um mundo pós-ideológico, e evidencia que ainda vivemos em um mundo com uma enorme carga ideológica que nos exige uma maior capacidade crítica para percebê-la. (SlavojZizek; Como Ler Lakar; cap. 2 – O sujeito interpassivo).
A clínica dos afetos pode ser compreendida como forma de despertar uma autopoiese filosófica do espaço simbólico que é o corpo sem órgãos.
E filosofia no caso no sentido expressado por Habermas (Consciência moral e agir Comunicativo; cap. 1 – A filosofia como guardador de lugar e como intérprete, p. 33), in verbis:
A crítica dos mestres-pensadores poderia agora, uma última, manifestar sua desconfiança e perguntar o que autoriza os filósofos, não apenas a manter aberto o espaço para estratégias teóricas ambiciosas no interior do sistema da ciência, mas também a oferecer para fora seus serviços de tradutor, a fim de estabelecer uma mediação entre um mundo quotidiano e uma modernidade cultural que se retraiu para seus domínios autônomos. Penso que precisamente a filosofia pragmatista e a filosofia hermenêutica respondem essa questão ao conferir autoridade epistêmica à comunidade daqueles que cooperam e fala uns com os outros.
É importante compreender que as pessoas são na essencialidade interativos, ou seja, convivem diuturnamente interagindo com objetos e relacionando-se com pessoas. Somos seres relacionais. E nesta relação com pessoas ou coisas, não somos apenas telespectadores mas interagimos democraticamente no âmbito de nossas relações, modificando o statusquo ante do objeto gerando um algo novo.
Contudo quando uma pessoa abandona sua condição de ser desejante ante um estado de sujeição, se torna um ser passivo e habitat para intensidades alheias.
Outro lado é quando esta pessoa ao invés de ingressar em um estágio passivo tal como um mero espectador de um espetáculo, transfere ao objeto a obrigação de interceder pela pessoa em seu lugar.
É o exemplo citado por Zizek, das carpideiras, que são mulheres contratadas para chorar em velórios. Sua intervenção fúnebre reside na circunstância de representar o sofrimento dos entes do falecido, para que aqueles possam se ocupar de outras coisas talvez mais importantes, tal como providências financeiras com a fortuna deixada pelo falecido. Eu posso permanecer confortavelmente passivo enquanto o Outro age por mim. Isto nos leva a noção de falsa atividade.
A cultura humana sempre cuidou de imobilizar o ser desejante tornando-o interpassivo. Predestinação, sujeito suposto-saber, sujeito suposto-crer (fiador de nossa tese)
Vendo uma ferradura sobre a porta na casa de Bohr, um visitante surpreso observou que não acreditava na superstição de que isso dava sorte. Bohr retrucou: “Eu também não, pus a ferradura aí porque me contaram que isso funciona, mesmo que a gente não acredite”.
Conforme Zizek, “cultura é o nome para todas essas coisas que praticamos sem de fato acreditar nelas, sem leva-las inteiramente a sério. (...) Ajoelha te e reza, age como se acreditasse – e a crença virá por si só”.
Isto significa que podemos encenar uma falsa persona que transmita uma
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