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O Transtorno de Humor

Por:   •  29/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.387 Palavras (14 Páginas)  •  1.182 Visualizações

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE

Curso de Psicologia

TRANSTORNO DE HUMOR
ANÁLISE DO FILME: O LADO BOM DA VIDA

São Bernardo do Campo

2016

AMANDA JURACI DE MELOS – 220024

BRUNA DE SOUZA MARQUES – 246899

TAUANE DA SILVA OLIVEIRA – 246071

THAINÁ ANGÉ LICA CARDOSO ANGELILLO – 234338

VITÓRIA DE FÁTIMA SANTOS – 246202

Turma I – Noite

TRANSTORNO DE HUMOR
ANÁLISE DO FILME: O LADO BOM DA VIDA

Trabalho de aproveitamento parcial da disciplina de Psicopatologia do Curso de Psicologia da Universidade Metodista de São Paulo - UMESP.

Docentes responsáveis: Profa. Miria Benicasa e Antonio Serafim

São Bernardo do Campo

2016

  1. Introdução

Este trabalho tem como objetivo a análise patológica do filme O lado bom da vida e seus personagens que apresentam algum sinal de patologia.

Iniciaremos conceituando normalidade e patologia, o que nos ajudará no decorrer da análise a diferir situações presentes. Normal, segundo dicionário online, significa 2. Usual; 3. Regular, conforme a norma. Também com base no dicionário online, definimos patologia como: 4. Desvio em relação ao que é considerado normal. Temos também o conceito de normalidade como norma de vida, mais condizente este para os nossos estudos, onde inclui saúde mental e patologia na normalidade psíquica, pois ambas regem uma norma de vida. Normal nos encontrarmos patológicos, como também é normal nos encontrarmos saudáveis, são normas esperadas dentro do ciclo vital (CANGUILHEM 1963, 1943 apud COELHO; FILHO, 2002).

Para uma percepção adequada do que é normal ou patológico, é necessário a delimitação e diferenciação entre o que é normal para cada sujeito. Isso pode parecer simples quando as alterações comportamentais são muito perceptíveis, porém, quando a alteração é aparentemente mínima, é necessário um estudo minucioso para diferenciar o normal e patológico e realizar um diagnóstico mais assertivo (DALGALARRONDO, 2008).

Para o diagnóstico de qualquer transtorno, é necessário o estudo dos sintomas e/ou sinais apresentados pelo indivíduo, com a finalidade de identificar, juntamente com a história de vida do sujeito, as alterações de fenômenos mentais e assim, chegar em um diagnóstico mais assertivo (DALGALARRONDO, 2008).

Para os seres humanos, o humor tem como função a sua adaptação no ambiente, quando o indivíduo tem essa função sem nenhum prejuízo, consegue ter a clareza do que o ambiente lhe oferece, percebe se os estímulos são ou não favoráveis e agem de forma mais confiante. Os transtornos de humor são as alterações no humor que vão da euforia a depressão (PAES, 2009; ABRATA, S/D).

Para a classificação e diagnóstico de TAB, foi divido em dois diferentes tipos, com diferentes características, temos o TAB I e TAB II, onde o humor oscila em ambos, porém com características diferentes. No TAB tipo I, as principais características são episódios maníacos, hipomaníacos e depressivos (DSM-V, 2014).

Nos episódios de mania é comum a diminuição do sono, euforia, aumento da energia corporal, atividades que tragam prazer, agitação psicomotora, pensamento rápido, que pode ocorrer a perda de ideias, pressão para falar, alta irritabilidade, ideias de grandeza com possibilidades de delírios. É necessário que os sintomas ocorram, pelo menos durante uma semana, com cerca de três sintomas presentes. Quando há necessidade de hospitalização não se adequa a quantidade de dias descritos (MORENO. R; MORENO D.; RATZKE, 2005; BRAGA; KUNZLER; HUA, 2008, MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS V, 2014).

A mania é dividida em três estágios, onde podemos visualizar de forma mais clara na tabela abaixo:

[pic 1]

Fonte: Carlson e Goodwin, 1973 apud Moreno. R; Moreno D.; Ratzke, 2005

A hipomania é um estado que se assemelha a mania, porém com duração mais curta e sintomas mais leves, causando um menor prejuízo ao sujeito e sem probabilidade de internação. Para considerarmos um episódio hipomaníaco é necessária a duração mínima de quatro dias, ocorrendo os sintomas na maior parte do dia. Caso esses sintomas apareçam por conta de uso de substâncias como medicamentos, drogas ou tratamento, não é válido para o diagnóstico de hipomania (MORENO. R; MORENO D.; RATZKE, 2005, DSM-V, 2014).

Segundo estudos, a depressão bipolar é responsável, em grande parcela, das perdas de qualidade de vida e funcionalidade do indivíduo e em grande parte a primeira manifestação da patologia se da a partir da depressão. Seus principais sintomas são: humor deprimido na maior parte do dia, indicado por relatos ou falado por outra pessoa, vendo que diferencia-se para crianças e adolescentes, onde esses sintomas podem ser considerados como irritabilidade. Perda ou ganho significativo de peso ou aumento significativo do apetite, ideação ou comportamentos suicidas, diminuição de interesses nas atividades do dia a dia, na maior parte do dia, insônia ou hipersonia, agitação ou retardo psicomotor e culpa excessiva. Os sintomas precisam causar algum prejuízo ou sofrimento no funcionamento social, profissional ou áreas importantes para a vida do indivíduo. Os sintomas precisam estar presentes durante duas semanas, com cinco ou mais sinais e que apresentem mudanças em relação ao funcionamento anterior do indivíduo (LAVER; NERY, 2011; DSM-V, 2014).

Para o diagnóstico de TAB tipo I, é necessário que ocorra pelo menos um episódio maníaco. Vale salientar também que em caso de uso de alguma substancia não é considerado os sintomas descritos para diagnóstico de TAB (DSM-V, 2014).

A prevalência para o TAB I é de 0,6%, a média para o início é de aproximadamente 18 anos, é mais comum ocorrer em países com renda maior, cerca de 1,4% e o risco de suicídio é alto, cerca de ¼ dos suicídios ocorrem por indivíduos com TAB tipo I (DSM-V, 2014).

No TAB tipo II, as principais características são os episódios hipomaníacos e depressivos, como descrito anteriormente. Para um diagnóstico TAB II é necessário que nunca tenha ocorrido nenhum episódio maníaco, um ou mais episódios depressivos maiores e um episódio hipomaníacos. Os episódios da hipomania não causam prejuízo, o que traz prejuízo a pessoa com TAB tipo II são os episódios depressivos. O uso de substâncias exclui a possibilidade de diagnóstico do TAB II. A prevalência para o TAB II é de 0,3%, a idade média para o início dos sintomas de TAB II é aproximadamente 25 anos, o mais comum é o início com um episódio depressivo maior (DSM-V, 2014).

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