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O Uso de Laudos nas Escolas

Por:   •  9/11/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.572 Palavras (7 Páginas)  •  333 Visualizações

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PROJETO INTERDISCIPLINAR

DISCIPLINA: Projeto Interdisciplinar II - 4º período

CURSO: PSICOLOGIA

TUTOR: Vívica Lé Sénéchal Machado

ANO LETIVO: 1º/2018

ACADÊMICOS (AS): Alana Samara Teixeira Borges, Jardel Augusto Mourão Serrano, Kimelly Hanna Guimarães Prates, Maria Cecília Ladeia Martins, Taís Nobre Oliveira.

TEMA

Levantamento da prevalência de laudos médicos de escolas públicas de Montes Claros.

PROBLEMA

Qual a prevalência de laudos médicos, de crianças do ensino fundamental II, de escolas públicas de Montes Claros?

INTRODUÇÃO

           As intervenções químicas vêm sendo cada vez mais implantadas nas escolas, sendo um agente justificador das dificuldades de aprendizagem, mascarando problemas e transformando-os em patológicos. Segundo Foucault (2011) citado por Garcia, Borges e Antoneli (2014), a população está sendo governada pelos saberes da medicina, sendo esse processo de cunho cultural, determinando assim um aluno modelo, pré-determinado diante das concepções dos educadores, influenciados pelos médicos do que seria um aluno incapaz, criando assim um estereótipo e um estigma social.

          A rotulação está cada vez mais presente nas escolas, dificultando de tal forma as interações entre as próprias crianças e destas com os educadores. De acordo com Christofari (2014) citado por Garcia, Borges e Antoneli (2014), o aluno “anormal” é uma construção social, onde se cria mecanismos para enquadrar a criança, ditando assim as razões para definir as dificuldades de aprendizagem. O sistema educacional define que aluno “normal” é uma criança com um bom desenvolvimento intelectual e que tem facilidade de socialização, já o “anormal” são aquelas crianças que têm dificuldades na aprendizagem e não conseguem acompanhar o ritmo da escola. Desta forma obtém-se um discurso referente às crianças com impossibilidades de aprendizagem, sendo-as nomeadas com dislexias e com transtorno de aprendizagem pelo fato de não saberem identificar e detectar a real dificuldade da criança, abdicando assim das intervenções e dos saberes pedagógicos e psicológicos e partindo para as metodos médicos como prática de tratamento. 

       De acordo com Conrad (2007) citado por Leonardo e Suzuki (2016) a medicalização transforma problemas inerentes ao ser humano em problemas patológicos de ordem biológicas, nesse sentido está associando problemas ambientais em patológicos. Brzozowski e Caponi (2013) citado por Leonardo e Suzuki (2016) fazem um alerta sobre as decorrências, do excesso da medicalização, das condutas consideradas impróprias entre escolares, e que vêm sendo tratados como patológicos os desempenhos de crianças que em particular são normais.

“Essas autoras são categóricas ao afirmarem que enquadrar uma criança em uma análise psiquiátrica apresenta sérias decorrências indesejáveis, e acaba sendo mais útil para a coletividade e para o entorno da criança do que para a própria criança” (BRZOZOWSKI; CAPONI, 2013, p. 209)

          De acordo com Leonardo e Suzuki (2016), as dificuldades comportamentais de escolares precisam ser abrangidas e analisadas a partir de uma perspectiva em que estes fatos sejam analisados como causados historicamente. Eles devem ser percebidos no contexto das relações causadas, junto com fatores educacionais, sociais, políticos e históricos, pois é na influência mútua com o outro que o sujeito supera sua condição biológica, sendo a transmissão de costume melhor, a aprendizagem.

         Segundo Leontiev (1978) citado em Leonardo e Suzuki (2016), o que harmoniza o indivíduo a adquirir as peculiares capacidades humanas, do mesmo modo que ele desenvolve as funções psicológicas elevados como atenção, memória, pensamento abstrato, etc. Trata-se de um processo de produção de vida que ocorre por meio desenvolvimento que é transmitido de geração em geração.

      De acordo com Leonardo e Suzuki (2016), a prevalência de uma compreensão individualizante dos problemas no processo de escolarização, em desprezo aos aspectos ambientais, aspectos produzidos pelo meio sociais, o que tem levado ao gasto cada vez mais abusivo de medicamentos que asseguram resolver problemas emocionais e comportamentais de alunos. 

JUSTIFICATIVA

A pesquisa terá o intuito de conhecer a prevalência de laudos médicos, de crianças do ensino fundamental II, de escolas públicas em Montes Claros. ????Apresentando os dados de atividades feitas no decorrer do processo, que serão primordiais para alcançar os resultados e objetivos esperados, tendo em concreto as situações que precisam de mudanças nesse contexto. A pesquisa será feita em um todo, analisando crianças de diferentes faixas etárias.???? Para a ciência essa pesquisa terá relevância, pois mostrará como o profissional vem exercendo seu trabalho e aplicando suas técnicas, muitas pessoas poderão ter acesso à pesquisa e como isso ajuda e reflete na sociedade.

          Ter uma análise das principais questões tratadas pelos participantes é uma forma estratégica para se trabalhar buscando a mudança para a situação problema colocada em questão. O histórico de vida e depoimentos dos professores agrega valor à queixa apresentada, concomitantemente a entrada da medicina no ambiente escolar vem como uma solução para os problemas apresentados no meio educacional.

          De uma forma mais ampla é nas práticas sociais e de maneira mais especifica nas partes escolares que enquadram vários domínios do saber, propiciando a inicialização de novos conceitos que concomitantemente geram uma diversidade de ser sujeito.

         Retratar a medicalização é colocar em questionamento a forma de como se tem construindo esse método, tendo como base uma estratégia médica e uma investigação sobre a vida do individuo em seus diferentes contextos. Enfatizando a área escolar, a medicalização entra como uma justificativa para as dificuldades de aprendizagem e comportamentos apresentados pelos seus alunos como sintomas de patologias. Nessa situação, o presente trabalho teve por finalidade investigar os efeitos do processo de medicalização de alunos que apresentam comportamentos tidos pelo grupo escolar como impróprio.    

OBJETIVO GERAL

Verificar a prevalência de laudos médicos, de crianças do ensino fundamental II, de escolas públicas de Montes Claros.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Investigar os tipos de recomendações apresentadas nos laudos (Psicologia Social e Políticas Públicas, Psicologia de grupo e Teorias psicanalíticas).

- Analisar os tipos de transtornos apresentados nos laudos (Análise Experimental do comportamento, Fundamentos da Clínica comportamental, Fisiologia do Comportamento, Psicologia da Infância e Testes objetivos)

METODOLOGIA

         O presente estudo utilizou a pesquisa descritiva e a pesquisa documental, de natureza qualitativa e quantitativa. A pesquisa foi realizada em duas escolas municipais da cidade de Montes Claros situada na região norte de Minas Gerais.

        Vergara (2000, p. 47) argumenta que a pesquisa descritiva expõe as características de determinada população ou fenômeno, estabelece correlações entre variáveis e define sua natureza. "Não têm o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação".  

        Já Castro (1976) considera que a pesquisa descritiva apenas captura e mostra o cenário de uma situação, expressa em números e que a natureza da relação entre variáveis é feita na pesquisa explicativa.

“Quando se diz que uma pesquisa é descritiva, se está querendo dizer que se limita a uma descrição pura e simples de cada uma das variáveis, isoladamente, sem que sua associação ou interação com as demais sejam examinadas” (CASTRO, 1976, p. 66).

        Também foi utilizada a pesquisa documental, que se fundamenta em materiais elaborados com finalidade diversa para documentar e ou registrar algo. “Caracteriza-se por uma pesquisa a uma fonte já existente, considerando-se fonte documental, materiais internos as organizações, como por exemplo, os documentos institucionais, que são mantidos em arquivos de empresas, órgãos públicos e outras organizações”. (GIL, 2010, p. 30-31)

        A coleta de dados realizada nas duas escolas com autorização da direção com o comprometimento de manter os aspectos éticos, explicitando o anonimato e o sigilo, documentados por meio de termo de consentimento livre e esclarecido, e obedecidas as                    normas da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

        Foram coletados, nas duas escolas  de Montes Claros, dados de crianças com laudos, por ano do Ensino Fundamental II, ou seja, 6º,7°,8° e 9°anos; o uso de medicamento por criança com laudo por ano do Ensino Fundamental II; os tipos de transtornos identificado nos laudos de crianças por ano do Ensino Fundamental II; as especialidades médicas que assinaram os laudos de crianças por ano do Ensino Fundamental II e os tipos de tratamentos sugeridos nos laudos de crianças por ano do Ensino Fundamental II.

         Assim sendo, a análises foram realizadas em duas Escolas Municipais da cidade de Montes Claros, com a qual foi verificada a prevalência de laudos médicos em crianças do Ensino Fundamental II, a coleta de dados ocorreu no primeiro semestre de 2018 e os dados foram dispostos por meio de gráfico utilizando o Excel® versão 2010, para melhor disposição dos dados.

CRONOGRAMA

Fevereiro e Março

Apresentação do tema, objetivo geral e objetivos específicos;

Indicação de bibliografia sobre o tema geral;

Discussão das categorias teóricas que respondam aos objetivos específicos, conforme definição dos textos nas disciplinas.

Abril

Escrita e entrega dos textos dissertativos por disciplina;

Coleta de dados;

Maio

Análise de dados por disciplina (professores);

Discussão e análise dos dados.

Junho

Apresentação Banner.

REFERÊNCIAS

CASTRO, C. M. Estrutura e apresentação de publicações científicas. São Paulo: McGraw-Hill, 1976.

VERGARA, Sylvia C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3.ed.
Rio de Janeiro: Atlas, 2000.

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