O VALOR DA VIDA
Por: Lesma2 • 7/9/2018 • Resenha • 744 Palavras (3 Páginas) • 274 Visualizações
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO: O VALOR DA VIDA
O texto “O Valor da Vida” trata de uma tradução na língua portuguesa de uma entrevista dada por Sigmund Freud em 1926, em sua casa na Áustria, ao jornalista americano George Sylvester Viereck.
Nesse momento, Freud, já com algumas rugas e um rosto sofrido dor, inicia a conversa dizendo que setenta anos de idade o ensinou a aceitar a vida com alegre humildade. Apesar da mente ativa, e sua impecável cortesia apresentava problema na pronúncia das palavras, pois havia operado o maxilar superior e estava usando um aparelho mecânico para dar suporte a fala, o qual o causava irritação e constrangimento.
Dentre os vários momentos importantes da entrevista é possível destacar que ele se recusava a admitir que o destino tenha sido rancoroso com ele, pois ele cria que os problemas aparecem à medida que a idade avança e atinge a grande maioria das pessoas. Relata ainda que durante sua vida desfrutou de muitas coisas, inclusive ao lado das pessoas que amava. Sempre que possível deixava claro sua preocupação com a família, o prazer do seu trabalho e de estar em contato com a natureza.
Ao ser abordado sobre a fama, disse que ela só chega após a morte e o que aconteceria após esse fato não lhe conquistaria interesse: “Não aspiro à glória póstuma. A minha modéstia não é nenhuma virtude.” Freud parecia não confiar na sua tão importante herança para a humanidade. Ele deixou claro também que não gostaria de ser imortal, muito menos retornar a vida assumindo uma nova forma, pois nessa condição certamente não teria sua antiga memória para continuar seu trabalho. Disse ainda que o desejo de um prolongamento excessivo da vida parece absurdo. Para ele, a evolução da ciência trouxe razões para viver com o mínimo de desconforto possível, ao ponto de diminuir suas dores e torná-lo feliz.
Ainda sobre a morte disse palavras de grande reflexão: talvez ela não fosse uma necessidade biológica e que os homens falecem por sua vontade (o objetivo final da vida é a própria extinção). Isso nos faz recordar sobre sua teoria de “pulsão de morte” e “pulsão de vida”, onde amor e ódio coexistem dentro do ser, sendo a vida é uma combinação do desejo de viver com o desejo ambivalente de morrer. Freud deixou claro ao longo de seus estudos que amor e morte são igualmente importantes: “A Morte é a companheira do Amor. Juntos, eles governam o mundo.” Explicou ainda que em um sujeito típico, o desejo de viver é o bastante para compensar o desejo de morrer, embora, no final, o desejo de morrer prove ser mais forte. E com um sorriso no rosto disse que “toda morte é um suicídio disfarçado”.
Sobre seu trabalho disse que estava escrevendo sobre psicanálise praticada por leigos e criticou a classe médica dizendo que no princípio ela combate qualquer verdade, mas depois tenta monopolizá-la.
Falou que ainda praticava a psicanálise e que naquele momento trabalhava em um caso complexo. Enfatizou também que o psicanalista deve com frequência se autoanalisar, pois dessa forma o torna mais capaz de analisar os outros.
Sobre a psicanálise, sua grande obra, relatou que ela não ensina somente o que temos que suportar, mas o que temos que evitar e eliminar. Hoje sabemos que psicanálise é o nome de um procedimento/método para a investigação de processos mentais para o tratamento de distúrbios neuróticos. O psicanalista tenta sustentar uma atitude empática de neutralidade ao escutar o analisado com uma postura de não julgamento. O modelo psicanalítico da mente considera que a atividade mental é baseada no papel central do inconsciente dinâmico. O contato com a realidade teórica da psicanálise põe em evidência uma multiplicidade de abordagens, com diferentes níveis de abstração, conceituações conflitantes e linguagens distintas.
...