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Os Conceitos Psicanalíticos e suas interpretações

Por:   •  5/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.059 Palavras (9 Páginas)  •  222 Visualizações

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CONCEITOS PSICANALÍTICOS EM NOSSA ATUALIDADE

Desde seu início a Psicanálise foi, e ainda é, alvo de inúmeras críticas e ataques.
Há quem diga que a Psicanálise é antiquada e baseada em conceitos já ultrapassados. Porém quem conhece, estuda e se utiliza da psicanálise reconhece sua eficácia e sua amplitude para entender os fenômenos que envolvem o ser humano. Assim, o objetivo da Psicanálise é entender e explicar os fenômenos inconscientes da mente humana que fundamentam as relações, tendo como ideia central a existência de processos psíquicos que determinam nossas escolhas e comportamentos.

Além disso, vários conceitos desenvolvidos por Freud, e seus respectivos sucessores, contribuíram para diversos ramos da psicologia e possibilitaram o avanço da ciência, que não se limita a tratar somente distúrbios, mas podem também levar as pessoas a compreenderem que os conflitos internos são inerentes ao ser humano, auxiliando-os a conviver, e porque não, a melhor viver com eles.

A aplicabilidade da Psicanálise se dá em diversos meios não se restringindo somente a prática clínica de consultório. A arte, a cultura, o cinema, a filosofia, a educação, os comportamentos e movimentos vivenciados pela sociedade, podem e são entendidos sob o enfoque da leitura psicanalítica.

No entanto, com o passar do tempo os conceitos da psicanálise tornaram-se, em alguns casos, de difícil compreensão e por consequência de difícil aplicabilidade. Isso ocorre, pois a maior parte dos conceitos psicanalíticos está pautada em observações e analises de pessoas em outros momentos sociais - o que não pormenoriza a importância da psicanálise. Sendo assim é necessário ressalvar que as pessoas que se dedicam ao método psicanalítico devem fazer uso de tais conceitos observando o contexto sócio-histórico atual e as variações constantes na construção familiar.

A seguir, será feita uma explanação de alguns conceitos psicanalíticos (dos principais teóricos da área) com suas interpretações e aplicabilidades iniciais e uma possível variação na atualidade.

  1. FREUD

Complexo de Édipo

Conceito: verifica-se quando a criança atinge o período sexual fálico na segunda infância e dá-se então conta da diferença de sexos, tendendo a fixar a sua atenção libidinosa nas pessoas do sexo oposto no ambiente familiar.

Contextualização: Pois bem, temos um menininho por volta dos seus cinco anos devida e que possui nesse momento duas pessoas realmente significativas em sua existência: seu pai e sua mãe. Ele adora o aconchego do colo materno, lembra-se com extrema saudade do tempo em que em vez da mamadeira, era nos seios da mãe que ele se saciava, do tempo em que ela com toda a paciência lhe limpava, de modo que agora ele sente um prazer enorme em ficar junto dela. Mesmo que lá na escolinha seja divertido, ele adora quando o sinal toca e já é hora de voltar pra casa e reencontrá-la. O menininho também tem feito algumas descobertas em seu próprio corpo. Sem querer acabou percebendo que tocando de uma determinada forma no “piupiu”, como a mãe lhe disse que se chamava, ele sente uma sensação muito gostosa que dá vontade de repetir. Do outro lado do palco, temos o pai, aquele estranho ser que sempre corta barato do menininho. No momento em que esse mais gostaria de estar com a mãe, à noite, na cama dela, quem está lá é ele, o pai. Assim, esse sujeito é a pedra no sapato do menininho. “Como seria bom se ele desaparecesse…”.

Imediatamente após ter esse pensamento, o garotinho se lembra de que embora papai seja esse “estraga-prazeres”, ele também é aquele cara que ele sempre quis ser! Afinal, não foi nosso heroizinho que se encheu de orgulho quando a professora lhe perguntou qual era a profissão do pai e ele, altivo, disse: “Juiz!”. Sim, havia dias que ele passava noites em claro imaginando como o pai era poderoso conduzindo aquele monte de pessoas para seus destinos. Logo após se lembrar disso, nosso pequeno Édipo sentiu um avassalador sentimento de culpa: ele estava odiando justamente aquele a quem mais admirava: papai, o seu herói! “O que fazer?”, pensa o menino. “Eu quero mamãe, mas ela é do papai. Então, que papai morra! Não, não, não pode. Ele é papai!

E a forma como cada um resolverá esse conflito que definirá o modo como organizará sua vida psíquica, ou seja, sua estrutura.

Atualidade: A historinha resume e enche de simbolismo o conceito de Freud, mas sem a tal história talvez fosse um pouco difícil entender o complexo de Édipo. A luz da sociedade atual e de toda a evolução dos direitos femininos, e de certa forma dainversão de valores culturais, pode-se afirmar que nem sempre uma criança na fase fálica ira passar pelo complexo de Édipo nos moldes proposto por Freud.

Atualmente, mulheres ocupam cargos de chefia, trabalham oito horas por dia, optam por não amamentar os filhos, e deixa-no com babas praticamente o dia todo. Os pais ausentam-se por motivos de trabalho ou, ao contrário, são eles que permanecem em casa fazendo o serviço doméstico (que antes era trabalho exclusivamente feminino). Além disso, verificam-se novas configurações familiares distintas das tradicionais famílias da época Freudiana. É cada vez mais comum casais homoafetivos adotarem crianças, e nesse novo contexto “o menininho” da história teria dois pais fazendo papel de pai e mãe ao mesmo tempo.

Assim o complexo edípico nos moldes de Freud fica deslocado na sociedade atual. O que não impossibilita sua utilização, mas com uma outra leitura e com consciência das diferenças espaços temporais existentes.

  1. Winnicot

Holding: O Suporte Materno

Conceito: O termo holding é de origem inglesa, e provém do verbo inglês To hold que significa segurar, manter, ter capacidade para conter, agüentar, resistir entre outros sentidos sinônimos. O holding é umas das funções da “mãe suficientemente boa” que auxilia na edificação de uma personalidade no filho, e que é importante para todas as relações que o sujeito exercerá com outras pessoas e com o meio, futuramente.

Contextualização: Quando nascemos somos frágeis e desprotegidos, é necessário que em um primeiro momento ou uma fase da vida possamos contar com um organismo que sirva de apoio a sobrevivência, esse corpo-auxiliar é o corpo da figura materna, que não só fornece o aparato físico (nutrição, asseio, aquecimento), mas também fornece a experiência simbólica dos sentimentos de amor, proteção, e os cuidados que uma mãe dispensa normalmente a um filho.

A mãe oferece a função de conter as identificações projetadas pela criança, acolhendo os medos, as ansiedades, as angústias e transformando isso em afeto.

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