Os Pais e a Regulação Emocional do Bebê
Por: Deni Oliveira • 28/11/2021 • Trabalho acadêmico • 532 Palavras (3 Páginas) • 94 Visualizações
O auxílio frequentemente não acontece ou é feito de forma desagradável sentindo-se impotente e desamparado. Assim ele vai aos poucos aprendendo a não confiar nas pessoas e, conforme cresce acredita que não deve ter sentimentos, já que seus pais não pareciam notá-los e nem se interessar por eles. Eles são muito influenciáveis desde o início da vida, tanto por palavras como por gestos. Pesquisas demonstram que bebês denominados difíceis e irritáveis vão muito bem com pais atenciosos e que se adaptam às suas necessidades, às vezes, tais bebês estão respondendo à indisponibilidade emocional dos seus pais, caso estes sejam negligentes ou intrusivos. Os pais pela forma de lidar com suas próprias emoções percebendo ou reagindo às do bebê além de influenciar são influenciados.
Pais devem estar emocionalmente disponíveis, percebendo e interpretando os sinais do bebê a fim de regular seus estados. Além de se conhecerem sabendo lidar como os próprios sentimentos. Bons relacionamentos dependem também da capacidade de tolerar sentimentos desconfortáveis enquanto eles estiverem sendo processados por outra pessoa. Talvez uma das dificuldades mais comuns nos relacionamentos, o que é particularmente grave na relação pais-filho, é o problema na regulação de estados mais “negativos”, como a raiva e a hostilidade. O cuidador que não aprendeu a gerenciar esses sentimentos confortavelmente, terá dificuldades para suportá-los em seus filhos; ele pode se sentir muito angustiado e desconfortável e querer urgentemente afastar esses sentimentos. Pais que gritam para o bebê: “Cale a boca! “Seu diabinho, não me olhe assim! Estão ensinando seus filhos a esconder seus sentimentos, a negar que eles existem e a evitar expressá-los, para não aborrecer ou enfurecer seus pais. Assim não ajudam a criança a regular esses sentimentos ou a pensar sobre eles.
Dessa forma, verificamos que uma boa capacidade de lidar com as emoções é aos poucos lapidada pelos pais e/ou cuidadores ao proporcionarem as mais diversas experiências nas quais o bebê receba amor e carinho, atenção, segurança, seja observado e auxiliado a bem responder e recuperar-se de situações de estresse desde o início da vida.
(O toque, o abraço, o colo no qual se conforta e dá segurança e, inclusive, é capaz de até sincronizar a frequência cardíaca do bebê com a do pai ou mãe, neste momento, caso estejam relaxados, conforme apontado em pesquisas.) Tudo isso o ajuda a crescer sendo capaz de gradualmente conhecer e falar sobre seus sentimentos e as nuances de emoções (tristeza, medo, desânimo, raiva, etc.), buscando apoio quando necessário e também a identificar as emoções alheias.
Por isso é importante que cada vez mais tenhamos um olhar atento às origens da vida emocional, fazendo um bom alicerce, para os primeiros processos que determinam nossa trajetória emocional – para o bebê e seu ambiente emocional. Pois hoje é sabemos que muitos distúrbios emocionais são, em essência, regulatórias, tendo começado nas fases iniciais da vida e influenciadas por acontecimentos posteriores.
(As qualidades de bons pais (e de relacionamentos íntimos em geral) são essencialmente regulatórias: a capacidade de ouvir, de perceber, de moldar o comportamento e de ser capaz de restaurar bons sentimentos por meio de algum tipo de contato físico, emocional ou mental, utilizando o toque, um sorriso, um modo de colocar os sentimentos e pensamentos em palavras.)
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