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Os Pais e os Cuidados Com Seus “Pequeninos”

Por:   •  13/7/2019  •  Ensaio  •  1.872 Palavras (8 Páginas)  •  176 Visualizações

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Os Pais e os cuidados com seus “pequeninos”

A relação entre pais e filhos é discutida ao longo dos tempos. Ensinamos limites, educação, a importância do diálogo, respeito, entre outros, como se fossem “fórmulas prontas” para serem aplicadas na garantia do desenvolvimento emocional, e com isso se tornem adultos saudáveis, felizes e produtivos.

Os convido pais, a uma reflexão sobre o tema, destacando um ponto importantíssimo a ser compreendido neste momento. Deixemos as idéias abertas, para que cada um possa completá-las de acordo com sua própria vivência.

Como principio, gostaria de pontuar a importância que vocês pais, tem de responsabilizarem-se por um ambiente familiar emocionalmente equilibrado, afinal, somos os adultos da relação, e inevitavelmente, o exemplo a ser seguido pelos pequeninos. E, para que isso aconteça, precisamos estar em condições físicas e emocionais estáveis. 
A função mais extraordinária de sermos pais é sermos cuidadores, provedores do bem-estar biopsicossocial dos pequeninos. 
Mas, neste ponto, os convido a analisar um fator fundamental que deixamos de lado muitas vezes e nem nos damos conta de tal.... Antes de sermos pais, somos pessoas e precisamos levar em consideração nossas próprias demandas e necessidades, pois, todo cuidador precisa antes de cuidados! 
Imaginemos o quão maravilhoso será para seu filho ver que você, papai e mamãe, buscam realizar seus sonhos, os cuidados com a saúde física e emocional de forma sublime, consegue estabelecer uma rotina e limites, onde à organização, seja um ponto forte no seu modo de ser e agir! Modelo inigualável de bem-estar! 
E cá entre nós... Você já ouviu que o melhor modelo de ensinamento é a própria ação efetivada? Ou ainda, que nossos filhos se espelham a nossa imagem? 
De nada serve um “sermão” bem elaborado sobre como eles devam se comportar e enfrentar a vida, se ao mesmo tempo, os pequeninos percebem o quanto seus pais são desorganizados com seus afazeres e seus compromissos com essa mesma “vida”! Que não cuidam lá muito bem de sua saúde, de como cultiva seus relacionamentos “um tanto confusos”, para não dizer “perturbados”, com seus familiares, amigos, trabalho! Sai de casa para trabalhar e ao voltar, chega desmotivado e estressado, dizendo que detesta o que faz... Não há lógica ou mesmo coerência, se é este, o “modele/exemplo” que passamos aos nossos filhos. Eles nos vêem como modelos a serem seguidos.

Portanto, gostaria que pudéssemos refletir nesse momento, sobre como estamos conduzindo nossas vidas, de que modo estamos cuidando de nosso “ser-no-mundo”, o que precisamos mudar em nossas atitudes e que exemplo estamos passando para nossos pequeninos?
Pensarmos em nossa existência, a de nossos filhos, é um ato de amor para conosco e com eles. Neste sentido, podemos chegar a outro ponto de fundamental importância nas nossas relações humanas, aqui especificamente, entre pais e filhos.

Como expressamos este amor aos pequeninos? 
Como demonstramos nosso afeto para com eles?
O que buscamos deixar como exemplo a eles?

Não se trata de usarmos nossa “formula mágica”. Arrumar seu café da manhã, lhe dar banho, o arrumar para ir a escola, dar seu lanche na hora certa, cuidar de sua saúde física levando-o ao medico Pediatra, lhe ajudar nas tarefas escolares, pentear seus cabelos, amarrar seus sapatos... Estes, todos, são cuidados que aqui podemos chamar de “cuidados práticos”, deveres esperados por todos os pais e mãe, e sim, são muito importantes e necessários ao bom desenvolvimento dos pequeninos. Necessários mas não é o essencial na demonstração de amor e vínculo afetivo com eles. E olha! Algumas mamães se vangloriam com esses cuidados, como se fossem os únicos cuidados eficazes na criação dos filhos.
Ta mamãe, importantíssimo como já mencionados, mas, tem um, porém... Algumas crianças chegam ao consultório psicológico com a seguinte frase:

“a mamãe cuida bem de mim, faz comida, ajuda na tarefa [...] mas quando quero contar algo que aconteceu comigo na escola, ela não tem tempo para me ouvir, não me abraça, já chamei para jogar vídeo game comigo, mas ela diz não ter paciência com jogos [...]”.

Estarmos juntos com eles, brincar, rir, escutar suas historias mirabolantes, mostrar interesse pelo que estão falando ou demonstrando com gestos e atitudes! É sobre isso que estamos falando! Participar de seus “mundinhos multicores”, não apenas o lado pratico, mas primordialmente naquelas pequenas coisinhas que todos os pequeninos gostam de compartilhar com quem eles mais amam - vocês pais e mães. 
O olhar e sua autenticidade onde o amor abraça, escuta, acolhe, da segurança e aquece a alma dessa criança. Esta relação de afeto é o porto-seguro ao bom desenvolvimento de nossos filhos.

Mas como tudo na vida, momentos novos surgem!
Eles crescem e seus interesses surgem à medida que suas necessidades individuais se fazem “urgentes”. Querem um espaço só seu, clamam por privacidade e “questionamentos” de quem são e o que querem. Um distanciamento em relação aos pais se faz presente, e ate certo ponto isso é natural, saudável, podemos intitular “adolescência”, mais uma fase em suas vidas a ser questionada e experimentada!

Em todo processo de educação, há mudança, mas algumas coisas não mudam como, por exemplo, o carinho, o afeto, ou seja, o AMOR para com eles. Essa demonstração de afetividade se faz necessária em todas as fases de desenvolvimento. Outra questão fundamental é ensina-los que seus limites terminam quando começa o limite do “outro”. Estabelecer limites desde cedo, de forma coerente, os auxiliam a conseguir administrar o próprio comportamento diante das situações que lhes vão surgindo. Os ensinam a serem seguros em seus objetivos. Um alicerce a ser construído no seio familiar e para vida futura.

Lembram aquele parágrafo onde falamos sobre envolvimento afetivo? Se vocês conseguirem, até esse momento manter o envolvimento de amor com seus pequeninos (agora adolescentes), mostrou-se presente, aberto a escuta, responsável com suas próprias atitudes como “adulto”, agora é hora de mudanças e novos olhares, e porque não, novos acordos com eles?

Os oriento a continuarem presentes e envolvidos na vida de seus filhos. A escutarem seus anseios e amarem cada detalhe desta nova fase na vida deles e em suas vidas. Mas lembre-se que, não são mais pequeninos, indefesos, agora são reflexos de uma vida de completa “imitação” de seus cuidadores, seu pai e sua mãe. Característica física, comparada ate então a seus pais biológicos, visíveis aos olhos de outrem, se rendem a subjetividade de um ser único de caráter já formado.

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