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Os Testes Psicológicos No Brasil

Artigo: Os Testes Psicológicos No Brasil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  18/5/2014  •  1.818 Palavras (8 Páginas)  •  1.266 Visualizações

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I- UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A ORIGEM DOS TESTES PSICOLÓGICOS E APLICAÇÃO DOS MESMOS NO BRASIL

Teste é uma palavra de origem inglesa que significa “prova”, deriva do latim testis e é usada internacionalmente para denominar uma modalidade de medição bastante conhecida hoje em dia em diversos campos científicos e técnicos.

A finalidade de um teste consiste em medir as diferenças existentes, quanto à determinada característica, entre diversos sujeitos, ou então o comportamento do mesmo indivíduo em diferentes ocasiões – diferença inter e intra – individual, respectivamente.

O surgimento e desenvolvimento dos testes psicológicos tiveram sua repercussão no século XIX, sendo Francis Galton, James Cattel e Alfred Binet seus principais fundadores. Apesar das contribuições européias terem sido de grande importância em um momento inicial, os testes ganharam maior repercussão de forma bastante acentuada nos EUA. Posteriormente, o uso desse instrumental proliferou, e, atualmente, os testes são utilizados nos mais diversos países onde a Psicologia se faz presente. As duas grandes guerras mundiais colaboraram nesse sentido, uma vez que, nessas ocasiões, foram elaborados testes direcionados para atender as necessidades da guerra, como escalas que pudessem rapidamente classificar milhares de recrutas em termos de suas aptidões e capacidades intelectuais.

A história da testagem psicológica no Brasil surge exatamente desta versão do movimento europeu e norte-americano e confunde-se com a história da própria Psicologia enquanto ciência e profissão.

De acordo com Pasquali e Alchieri (2001), é possível apreender a história da avaliação psicológica brasileira em cinco grandes períodos, decorrentes do desenvolvimento do campo de conhecimento científico e cultural. Tais períodos são: produção médico- científica acadêmica; estabelecimento e difusão da psicologia no ensino nas universidades; criação dos cursos de graduação em Psicologia; implantação dos cursos de pós-graduação e a emergência dos laboratórios de pesquisa. Todos esses períodos têm um grande valor tanto para o desenvolvimento do uso dos testes como também coincidem com o desenvolvimento da própria Psicologia. Embora a psicologia tenha sido fundada oficialmente em 1879 por Wundt, na Alemanha, já havia pesquisadores e profissionais interessados na compreensão de processos psicológicos no Brasil, e ao longo do século XIX, a disciplina de psicologia era facilmente encontrada nos cursos de Medicina.

No entanto, no início da década de 1900, foram fundados alguns laboratórios de psicologia, com o intuito de adaptar alguns testes internacionais, como o Binet-Simon, para a realidade brasileira, sendo que o interesse principal dos pesquisados era o conhecimento dos processos psicológicos básicos, principalmente a percepção, e mais tarde o foco passou para as funções cognitivas superiores.

De acordo com Ambiel e Pacanaro (2011), o ano de 1962 foi marcado pela oficialização da psicologia como profissão no Brasil, o que se deu por uma lei de aprovação nº 4.119 de 27 de Agosto. Lei esta que foi fruto de uma série de avanços ocorridos ao longo de vários anos, onde a psicologia passou de disciplina aplicada para ganhar seu campo próprio. Também, a partir dessa Lei, houve a criação do Conselho Federal de Psicologia e de suas regionais, onde os cursos de formação de psicólogos foram oficializados, tendo seu currículo mínimo exigido para o curso e os conteúdos básicos a serem oferecidos na graduação.

Um fato que se destaca em relação aos testes psicológicos no Brasil, é a publicação da resolução 02/2003, que instituiu critérios mínimos de qualidade para se considerar um teste psicológico apto para o uso profissional, onde deve conter a fundamentação teórica do teste, evidências empíricas, a validade e a precisão do teste, os sistemas de correção, interpretação dos resultados e a compilação das informações em um livro chamado Manual Técnico, que compõe o material do teste. Desta forma, a resolução foi importante, pois os instrumentais necessitavam fortemente de pesquisas que atualizassem o seu conteúdo, além que de, a Resolução disciplinou a construção e a adaptação de testes psicológicos no Brasil, fornecendo diretrizes para os pesquisadores.

Em 2003 o Conselho de Psicologia instituiu a Comissão Nacional de Avaliação Psicológica (SATEPSI) - Sistema de Avaliação dos testes Psicológicos, que teve como objetivo central a análise das principais dificuldades que o psicólogo enfrenta diante da avaliação psicológica e da utilização de testes, afirma Pascali e Alchieri (2001). Essa comissão é integrada por psicólogos convidados, de reconhecido saber em testagem psicológica, que analisam e emitem pareceres sobre os testes psicológicos, e todos os instrumentos psicológicos encaminhados ao Conselho Federal de Psicologia, passam por uma avaliação do SATEPSI. E de acordo com a Resolução CFP 002/2003, um instrumento psicológico recebe parecer favorável quando o teste é considerado em condições de uso, por ter cumprido os requisitos mínimos para a sua comercialização. Cerca de cem testes psicológicos tem parecer favorável do Conselho Federal de Psicologia e em condições de usos para fins diagnósticos (HUTZ, 2009).

De acordo com texto de Hutz (2009), estudos realizados com algumas amostras, em várias regiões do Brasil, indicam que metade dos psicólogos não faz avaliação psicológica e nem utilizam testes em suas práticas profissionais, e durante muito tempo no Brasil, o teste psicológico foi rejeitado na prática profissional, uma vez que não atingiam as expectativas que se tinham a respeito dos testes e devido não oferecer a confiabilidade necessária. A qualidade dos testes foi muito questionada, por este motivo houve a criação de resoluções instauradas pelo Conselho Federal de Psicologia, onde os testes se submetem a avaliação, para que desta forma, estejam aptos a serem utilizados. Além disso, o autor, acima citado, faz duas considerações importantes: a de que apenas uma parcela da comunidade de psicólogos se atualiza e continua a estudar após a graduação, e a de que mesmo com um ensino deficiente, os psicólogos arriscam-se a fazer uso de instrumentos, sem as condições necessárias para tanto.

A necessidade de se permitir a administração dos testes somente a pessoas preparadas é importantíssima, pois evidentemente, um mínimo de preparo é necessário, variando a qualidade do treinamento de acordo com a complexidade do instrumento. Os testes de personalidade, por exemplo, exigem maior esforço e compreensão por parte do examinador, requer treinamento e conhecimentos específicos. Uma vez que os testes obedecem a uma série

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