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PEDAGOGIA E PEDAGOGOS, PARA QUÊ?

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Por:   •  11/6/2013  •  986 Palavras (4 Páginas)  •  798 Visualizações

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O livro reúne textos escritos ao longo da

década de 1990 por José Carlos Libâneo com

a intenção de responder à pergunta que dá tí-

tulo à obra. Como se trata de um autor cujo

pensamento é amplamente conhecido nos

meios educacionais, as respostas são familiares

àqueles que têm se interessado pelos destinos

da pedagogia no Brasil, constituindo-se em autêntico manifesto em favor da pedagogia e, conseqüentemente, da profissão de pedagogo.

Em um manifesto são declaradas, publicamente, as razões que justificam certos atos e

opções. É isso que faz o autor ao longo dos cinco capítulos do livro, expondo as razões que

justificam a existência da pedagogia como “ciência da educação”, posicionando-se em favor da

especificidade da atuação profissional do pedagogo e formulando uma clara proposta para a

sua formação.

Para Libâneo, o que justifica a existência

da pedagogia é o fato de esse campo ocuparse do estudo sistemático das práticas educativas que se realizam em sociedade como processos fundamentais da condição humana. A

pedagogia, segundo o autor, serve para investigar a natureza, as finalidades e os processos

necessários às práticas educativas com o objetivo de propor a realização desses processos

nos vários contextos em que essas práticas

ocorrem. Ela se constitui, sob esse entendimento, em um campo de conhecimento que

possui objeto, problemáticas e métodos pró-

prios de investigação, configurando-se como

“ciência da educação”.

Essa visão da pedagogia fundamenta-se

em um conceito ampliado de educação. Para Libâneo, as práticas educativas não se restringem à escola ou à família. Elas ocorrem em todos os contextos e âmbitos da existência individual e social humana, de modo institucionalizado ou não, sob várias modalidades. Entre

essas práticas, há as que acontecem de forma

difusa e dispersa, são as que ocorrem nos processos de aquisição de saberes e modos de

ação de moda não intencional e não institucionalizado, configurando a educação informal. Há,

também, as práticas educativas realizadas em

instituições não convencionais de educação,

mas com certo nível de intencionalidade e sistematização, tais como as que se verificam nas

organizações profissionais, nos meios de comunicação, nas agências formativas para grupos

sociais específicos, caracterizando a educação

não formal. Existem, ainda, as práticas educativas com elevados graus de intencionalidade, sistematização e institucionalização, como as que

se realizam nas escolas ou em outras institui-

ções de ensino, compreendendo o que o autor denomina educação formal.

Para Libâneo, são esses processos que

constituem o objeto de estudo da pedagogia,

demarcando-lhe um campo próprio de investigação. Ela estuda as práticas educativas tendo

em vista explicitar finalidades, objetivos sociopolíticos e formas de intervenção pedagógica para a educação. O pedagógico da ação educativa se expressa, justamente, na intencionalidade e no direcionamento dessa ação. Esse

posicionamento é necessário, defende o autor,

porque as práticas educativas não se dão de

forma isolada das relações sociais, políticas,

culturais e econômicas da sociedade. Vivemos

em uma sociedade desigual, baseada em rela-

ções sociais de antagonismo e de exploração.

Por isso a pedagogia não se pode eximir de se

posicionar claramente sobre qual direção a ação

educativa deve tomar, sobre que tipo de homem pretende formar. Do ponto de vista do autor isso é o que justifica a existência da pedagogia como área do conhecimento, cuja especificidade é realizar uma reflexão global e

unificadora da realidade da educação.

Nessa concepção, pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática

educativa, indireta ou diretamente vinculadas à

organização e aos processos de aquisição de saberes e modos de ação, com base em objetivos de formação humana definidos em uma determinada perspectiva. Dentre essas instâncias,

o pedagogo pode atuar nos sistemas macro, intermediário ou micro de ensino (gestores, supervisores, administradores, planejadores de

políticas educacionais, pesquisadores ou outros); nas escolas (professores, gestores, coordenadores pedagógicos, pesquisadores, formadores etc.); nas instâncias educativas não escolares (formadores, consultores, técnicos, orientadores que ocupam de atividades pedagógicas

em empresas, órgãos públicos, movimentos

sociais, meios de comunicação; na produção de

vídeos, filmes, brinquedos, nas editoras, na formação profissional etc.).

Essa formulação distingue claramente a

atividade

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