PORTIFOLIO: DEPENDENCIA QUÍMICA DIFERENTES VIESES
Por: elainedas • 14/4/2016 • Artigo • 3.126 Palavras (13 Páginas) • 249 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO CAMPOS DE ANDRADE
ELAINE DAS DORES DA SILVA
JESSICA GONÇALVES
PORTIFOLIO: DEPENDENCIA QUÍMICA DIFERENTES VIESES
CURITIBA
2016
INTRODUÇÃO
A dependência química e uma doença que assumiu papel importante na sociedade. Muitas relações familiares conjugais se construíram com base no modo de funcionamento do usuário. Muitas outras se perderam diante desse modo funcionar. As famílias e governos se esgotaram com a situação. A doença se instalou de fininho com usos casuais e hoje toma conta de boa parte da população mundial, derramando prejuízo em todos os setores.
Diante da situação, a qual, psicólogos e demais profissionais da saúde se unem as famílias tentando conter a situação com novas técnicas de apoio, planos de tratamento, internações e etc. Pensamos em trazer um estudo de diferentes vieses, encarando o problema como um todo sem perder de vista a complexidade que ele tem.
Partimos da ideia de quem nem todos os indivíduos se tornam dependentes. Um em cada cinco indivíduos que experimentam uma substância psicoativa se torna dependente. As diferenças ocorrem mesmo sob aqueles criados nos mesmos lares, sob as mesmas práticas educativas, mesmos modelos e o mesmo ambiente físico e social.
Baseados na revisão de literatura e na observação de grupos dependentes, apresentamos um panorama histórico sobre como se desenvolve a dependência química. Com uso da teoria do reforço negativo, reforço positivo variabilidade individual, variabilidade social e familiar.
Os critérios diagnósticos do DSM V foram usados quando pensamos em quem são os dependentes. Ainda, diante da multifatoriedade da doença também pensamos nos comportamentos associados ao quadro como imaturidade e compulsão. E finalizamos com a apresentação dos tratamentos convencionais e alternativos que vem sendo utilizados
Evidentemente a questão aqui esplanada não será respondida unicamente pela presença de um fator de risco, ou de promoção em saúde e sim pela interação entre eles.
TEORIA DO REFORÇO NEGATIVO
Os primeiros estudos da dependência foram direcionados apenas a dependência física. A ideia foi entender os sintomas da interrupção de etanol e opiaceos nos organismos. Estas substâncias muito comuns na época provocavam uma síndrome de abstinência bem característica com sudorese, caibras e convulsões.
Logo, os teóricos da época começaram a pensar na hipótese de neuroadaptação, onde o organismo sujeito a longos períodos de estimulação entraria em um estado de homeostase. Mas tarde a neuroadaptação veio ser chamada de tolerância, os circuitos neurais se adaptavam ao uso continuado da substância.
A grande sacada da época foi definir o ciclo. O individuo usa a droga logo precisará de doses mais altas por ter atingido tolerância e quando pensar em parar o organismo produzira sintomas chamados de síndrome da abstinência.
Este ciclo tem importante função na teoria do reforço já que se entedia que ao sentirem a síndrome de abstinência as pessoas voltariam a usar a droga na tentativa de cessar os sintomas. A droga então assumiria a função de reforçador negativo.
Apresentamos o seguinte quadro:
Estimulo Antecedente | Resposta | Estimulo consequente |
Convulsão, taquicardia | Ingestão da droga | Diminuição dos sintomas de abstinência |
Entende-se por reforço negativo o aumento da frequência de resposta em função da retirada de um estímulo aversivo. No caso os sintomas da abstinência. Essa ideia caiu por terra à medida que, perceberam que outros tipos de drogas não produziam sintomas físicos tão clássicos e ainda sim provocavam dependência psíquica. Diante do empasse esperavam que outros estudos completassem o quadro. (PLANETA E GRAEFF,1999).
TEORIA DO REFORÇO POSITIVO
Conforme Planeta e Graeff (1999). Em 1987, 22 anos após o surgimento da teoria do reforço negativo Roy Wise e Michael Bozarth elaboraram a teoria do reforço positivo na tentativa de produzir um conhecimento aplicável a todos os tipos de drogas. Uma das variáveis encontradas foi à capacidade de produzir efeitos euforizantes e prazerosos. Assim a dependência era mais bem explicada através do reforço positivo.
Para exemplificar a ideia voltemos ao quadro:
Estímulo antecedente | Resposta | Estímulo consequente |
Presença da droga | Ingestão da droga | Euforia, prazer |
Entende-se como reforço positivo o aumento da frequência de resposta em função da consequência que ela produz. Ou seja, o aumento da ingestão se faz pelos efeitos que ela produz. A teoria parece ter validade ao se pensar nas estratégias de intervenção.
“Evidencias indicam que o efeito reforçador positivo das drogas e decorrente da ativação de um substrato neurobiológico comum – os sistemas dopaminérgicos mesocortilimbico. Assim, estudos de midrodialise demonstram que administração de cocaína morfina anfetamina e nicotina aumentam a liberação de dopamina no núcleo accumbis” (PLANETA E GRAEFF,pag.283).
Há de se considerar que as evidencias são baseadas em testes feitos em laboratório e mesmos que os animais utilizados possuam os mesmos circuitos anatômicos e de neurotransmissores estes pertencem a outro grupo social. Ainda admite-se que quanto menos tempo a droga permanecer no sistema nervoso central SNC mais rápido provocara uma nova auto ingestão.
VARIABILIDADE INDIVIDUAL
Os estudos caminham no sentido de encontrar genes responsáveis pela dependência. O álcool está fortemente associado à hereditariedade, já a dependência química produz estimativas de 87% e 79%. Contudo não se pensa em determinismo genético ou social novamente falamos na interação entre os fatores. (PLANETA E GRAEFF, 1999).
Pensando individualmente temos que transtornos psiquiátricos preexistentes podem levar ao uso deliberado de drogas. Depressão, esquizofrenia, síndrome do pânico e outros produzem sensações desagradáveis. Na tentativa de se esquivar ou atenuar os efeitos e que se inicia o consumo de drogas. Porém, visto os efeitos do uso continuo de algumas substâncias a linha que separa o transtorno pré-existente ao uso do provocado pelo uso torna-se muito tênue.
Outro aspecto que não poderíamos deixar de abordar e a personalidade, Pateta e Graeff (apud Claude Cloniger,1989) define personalidade como uma combinação entre caráter e temperamento.
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