PRINCIPAIS TÉCNICAS EM TCC
Por: Sinara Felix • 29/9/2020 • Trabalho acadêmico • 2.644 Palavras (11 Páginas) • 220 Visualizações
INSTITUTO DOMINGOS BATISTA
ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
DISCIPLINA: PRINCIPAIS TÉCNICAS EM TCC
PROFª FABIANA CRUZ SOARES
TRABALHO AVALIATIVO: PRINCIPAIS TÉCNICAS EM TCC
SINARA FONSECA FÉLIX DE ARAÚJO
Parnaíba – PI
Agosto – 2015
INTRODUÇÃO
A Terapia cognitivo-comportamental, é uma abordagem que surgiu derivada da terapia cognitiva e a comportamental, no qual integra conceitos e técnicas provenientes dessas abordagens, caracteriza-se por ser de forma estruturada, diretiva, ativa e de prazo limitado. Teoricamente, baseia- se no fato de que o afeto e o comportamento são determinados pelo modo como a pessoa pensa (cognições). As cognições baseiam-se em atitudes ou pressuposições ao longo da história de vida, a terapia cognitiva vai se ocupar das cognições que geram ansiedade ou depressão que são oriundas das crenças disfuncionais. A melhora resulta na modificação das crenças disfuncionais (Figlie e Filho, 2011).
Essa abordagem surgiu em 1960, criada por Aaron T. Beck, que inicialmente era psicanalista atuando nesse ramo, porém iniciou uma revolução no campo da saúde mental, pois acreditava que a psicanálise precisariam ser demonstrada com uma validação científica no meio da comunidade médica. Portanto, no início dos anos de 1970, Aaron Beck iniciou pesquisas para comprovar essa validação, porém os resultados levaram ao contrário, no qual os experimentos resultaram numa busca de outras explicações para a depressão. A partir disso, Beck identificou que as cognições negativas e distorcidas (pensamentos e crenças) e não a emoção que caracterizam a depressão, conceituando-a como um transtorno de pensamento e não a nível emocional, sendo assim, desenvolveu um tratamento de curta duração, operando sobre o pensamento do paciente através do teste de realidade do pensamento depressivo do paciente (Beck, 2013; Figlie, 2011).
O modelo cognitivo-comportamental, que envolve o processamento cognitivo ao avaliar as emoções, os comportamentos e a fisiologia do indivíduo são influenciados pelas percepções provenientes das situações. Esse modelo foi construído a princípio a partir de pesquisas conduzidas por Aaron Beck com o intuito de explicar os processos psicológicos na depressão, diante disso Beck propôs que os sintomas da depressão poderiam ser explicados em termos cognitivos, a partir de interpretações precipitadas das situações, atribuindo imagem negativa de si mesmo, do mundo pessoal e do futuro, ou seja, não é a própria situação que determina o que a pessoa sente, mas sim como ela interpreta a situação, consistindo na tríade cognitiva: situação, pensamento e emoção ( Beck, 2013; Knapp e Beck, 2008).
A terapia cognitivo-comportamental compõe-se de alguns conceitos básicos na sua metodologia, Wright, Basco e Thase (2008) elencam que para os pacientes reconhecerem e mudarem o pensamento patológico, precisam identificar dois níveis de processamento da informação, que são eles: pensamentos automáticos e esquemas. Os pensamentos automáticos constituiu-se como cognições espontâneas e distorcidas, que passam por nossa mente durante uma situação, e os esquemas se caracterizam como crenças nucleares, que organizam nossa percepção do real, com a função de selecionar, filtrar, codificar e atribuir significado às informações provenientes do ambiente.
A terapia cognitiva aborda três níveis de pensamentos: os automáticos que são espontâneos e são geralmente distorcidos em transtornos psicológicos, as crenças intermediárias correspondem às ideias mais profundas e são mais resistentes as mudanças, assim é uma forma pelo qual o indivíduo encontra para reduzir seus sofrimentos; as crenças centrais são ideias rígidas que o indivíduo pode ter sobre si mesmo, sobre os outros e o mundo. Elas se desenvolvem na infância, e a partir de situações traumáticas ou expostas com frequência a estas situações pode desencadear nas crenças centrais na fase adulta. Assim esse modelo afirma que os transtornos psicológicos são decorrentes de modo distorcido de perceber os acontecimentos, influenciando o afeto e o comportamento dos indivíduos. (Falcone, 2011).
Durante o percurso da psicoterapia, o terapeuta utiliza diversas técnicas da TCC, com o intuito de corrigir pensamentos e as crenças disfuncionais, inclusive tais técnicas são ensinadas ao paciente a fim dele identificar os pensamentos, sentimentos e emoções disfuncionais para corrigi-los, partindo do princípio de tornar o paciente seu próprio terapeuta, para que ele possa independente da ajuda do psicólogo prevenir recaídas. Dentre as técnicas mais usadas tem-se: questionamento socrático, psicoeducação, reestruturação cognitiva, técnicas de relaxamento, dessensibilização sistemática, registro de pensamentos disfuncionais (RPD), entre outras. As técnicas da TCC utilizadas nas intervenções clínicas abrange o tratamento de transtornos psicológicos e psiquiátricos, visam modificar o comportamento observável através da manipulação de contingências, através dos princípios da teoria da aprendizagem (Guimarães, 2011).
PRINCIPAIS TÉCNICAS DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
Para descobrir e modificar os pensamentos automáticos desadaptativos, Wright, Basco e Thase (2008) elencam algumas técnicas usadas nesse processo de desenvolvimento de um estilo de pensamento mais racional, são elas:
- Escala para avaliar o humor: sabe-se que os pensamentos automáticos disfuncionais modificam nosso humor, e a mudança do humor é um método bastante útil para descobrirmos os pensamentos automáticos que geram essas cognições distorcidas, para isso o terapeuta utiliza-se de uma escala que vai de 0 a 10 e pede ao paciente que indique o quanto está o grau do seu humor, por exemplo, o paciente relata angústia na escala indica que 10 é o grau mais alto de angústia, e 0 é igual a nenhuma angústia.
- Psicoeducação: que consiste em um método educacional, onde o terapeuta dedica um tempo no início da terapia para uma breve explicação sobre a natureza dos pensamentos automáticos e como eles influenciam as emoções e o comportamento.
- Descoberta guiada: é a técnica mais usada para descobrir pensamentos automáticos durante a sessão, o terapeuta utiliza-se de questionamentos que estimulam a emoção para descobrir cognições carregadas de afetos e assim identificar os pensamentos distorcidos.
- Registro de pensamentos disfuncionais (RPD): é uma técnica frequentemente utilizada para registrar os pensamentos automáticos no papel (ou em um computador), essa técnica é apresentada na fase inicial da terapia de forma simples, o paciente cria três colunas uma de situação, outra de pensamentos automáticas e a última de emoção e descreve em cada coluna o que se pede. Esse registro chama a atenção do paciente para cognições importantes, que o faça identificar pensamentos automáticos para que ele possa indagar a respeito da validade do padrão desses pensamentos.
- Role-play: nessa técnica, o terapeuta assume o papel de uma pessoa importante na vida do paciente, para assim estimular uma interação que possa trazer à tona os pensamentos automáticos, trazendo à tona a representação do comportamento do paciente em alguma interação social.
Além dessas técnicas, Abreu e Guilhardi (2004) indica outras técnicas para ser usadas em algumas situações específicas, sendo elas:
- Diálogo socrático: que consiste em um questionamento intenso sobre determinado tema, com o objetivo de levar o indivíduo a perceber falhas em seu raciocínio e desenvolver no paciente habilidades para pensar de forma independente, fazendo o paciente adquirir um raciocínio lógico, para fornecer diretrizes adequadas para futuras ações em relação a um problema.
- Flecha descendente: é uma técnica que se utiliza de perguntas sobre o significado pessoal do que o paciente está relatando, identificar a cadeia de pensamentos automáticos até chegar à crença central, o principal objetivo dessa técnica é identificar a crença central do paciente para poder modifica-la. Essa técnica se denomina assim devido o terapeuta indicar ao paciente por meio de perguntas o caminho descendente, ou seja, o início de suas cognições, com o uso de flechas. Entretanto o paciente deve estar apto a identificar os pensamentos automáticos e as crenças intermediárias para poder chegar às crença central e modifica-la através de outras técnicas.
Abreu e Guilhardi (2004) também descrevem outras técnicas que se baseiam na terapia comportamental:
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