PSICOLOGIA NA INFANCIA
Artigos Científicos: PSICOLOGIA NA INFANCIA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tamaramendes • 8/3/2014 • 1.962 Palavras (8 Páginas) • 343 Visualizações
A Psicologia na Infância
1. Introdução
“Todas as crianças nascem com instintos que as empurram para se comportarem em função da sua vontade... durante o processo de desenvolvimento, que acontece na relação da criança com os humanos... o seu cérebro se reorganiza, ganha uma nova estrutura. É um processo lento e muito complexo” (Quintino Aires, 2010).
Os primeiros anos de vida de uma criança são caracterizados por aquisições e desenvolvimentos muito rápidos. A cada mês que passa, os pais observam novas competências adquiridas e estão permanentemente expectantes para assistir a novas aquisições, imaginando como é que o seu filho irá ser no futuro.
A Psicologia da Infância é a área da Psicologia que se debruça sobre o estudo do funcionamento da criança nas suas diversas etapas, que vão desde o momento em que estão na "barriguinha da mãe" até à adolescência. Esta fase, embora que aparentemente pequena é a fase onde o individuo acumula vivências e competências que lhe servirão de base na construção da sua identidade. É também neste período o individuo começa a estruturar a sua personalidade. Os seres humanos desenvolvem-se "submergidos em cultura", logo, esta será uma das suas principais influências no desenvolvimento.
Existem vários estudiosos que se debruçaram sobre o estudo do desenvolvimento da criança, no entanto, nem todos são unânimes no que se refere, por exemplo, à influência do contexto cultural nas principais transformações e evoluções do ser humano - desde a infância até à senescência. Através da interação social, aprendemos, desenvolvemo-nos e adaptamos novas formas de agir durante todo o ciclo de vida.
I A mediação é, segundo Vygotsky, uma característica da cognição humana, que se refere à internalização de atividades e comportamento sócio - históricos e culturais. A mediação inclui o uso de ferramentas e de signos dentro de um contexto social. A combinação do uso desses instrumentos, chamados de mediação ou mediadores, possibilita o desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores num processo que passa do social (inter) para o individual (intra) pela internalização. Vygotsky acredita que todos os PPS são relações sociais internalizadas, nas quais a internalização, não é uma cópia de uma operação externa, mas uma transformação genética (Wertsch, 1988).
"Vygotsky foi o primeiro psicólogo moderno a sugerir os mecanismos pelos quais a cultura se torna parte da natureza de cada pessoa ao insistir que as funções psicológicas são um produto de atividade cerebral”. Dá particular enfoque ao papel da linguagem no desenvolvimento do individuo. Segundo ele, o sujeito é interativo, uma vez que adquire conhecimentos a partir das relações intra e interpessoais e de troca com o meio, a partir de um processo a que chama mediação i.
“Estudar alguma coisa historicamente significa estudá-la no processo de mudança: esse é o requisito básico do método dialético” (Vygotsky, 1998, p.85).
O aludido psicólogo trouxe uma nova perspectiva acerca do desenvolvimento da criança, nomeadamente ao considerar a criança como ela própria e não um adulto em miniatura. O autor defende uma abordagem baseada no homem como ser Biológico, Histórico e Social. “Acredita que as características individuais e até mesmo as suas atitudes individuais estão impregnadas de trocas com o coletivo, ou seja, mesmo o que tomamos por mais individual de um ser humano foi construído a partir da sua relação com o individuo.” “Vygotsky et. al. (1998)”.
De seguida apresento algumas das razões e dificuldades apresentadas pelas crianças quando são encaminhadas pela escola, médico de família ou pelos pais:
• Dificuldades com o controle dos esfíncteres (enurese e ecoprese);
• Dificuldades em dormir/ adormecer (pesadelos e insônias);
• Dificuldades de aprendizagem;
• Problemas de comportamento;
• Ansiedade, fobias;
• Depressão (tristeza, apatia etc.)
• Dificuldades de relacionamento.
Segundo Freud (1856-1939), medico vienense, criou à psicanálise, o termo psicanálise é utilizado para se referir a uma teoria, método de investigação e a uma prática profissional. Enquanto teoria caracteriza-se por um conjunto de conhecimento sistematizado sobre o funcionamento da vida psíquica. Enquanto método de investigação utiliza um método investigativo que busca o significado oculto daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras, ou pelas produções imaginárias, como sonhos, delírios, associações livres, os atos falhos. Como prática profissional é a forma de tratamento (análise) que busca o alto conhecimento ou a cura decorrente deste autoconhecimento. Freud apresentou a primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento da personalidade, refere-se à existência de três sistemas: Inconsciente conjunto dos conteúdos não presentes no campo atual da consciência, sendo atemporal. Pré-consciente refere-se ao sistema onde permanecem conteúdos acessíveis a consciência. Consciente Sistema que recebe ao mesmo tempo, as informações do mundo exterior e as do mundo interior.
Destacam-se os fenômenos da percepção do mundo exterior a atenção e o raciocínio. Na descoberta da sexualidade infantil, descobriu que a maioria dos pensamentos e desejos reprimidos referia-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida dos indivíduos, isto é, que na vida infantil estavam as experiências de caráter traumáticas reprimidas que configuravam como origem dos sintomas atuais, deste período da vida, produziam-se marcas profundas na estruturação da pessoa. Ficou definido que a função sexual existe desde o principio da vida, o período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até sexualidade adulta, onde a libido é a energia dos instintos sexuais e só deles.
Neste processo de desenvolvimento psicossexual, a função sexual é ligada a sobrevivência onde o prazer é encontrado no próprio corpo, postulando as fases do desenvolvimento sexual em: Fase oral, fase anal, fase fálica, latência e fase genital. Fase oral Zona erógena é a boca. Fase anal Zona erógena o ânus. Fase fálica Zona erógena é o órgão sexual. Latência Período caracterizado por uma diminuição das atividades sexuais, se estendendo até a puberdade. Fase genital Na puberdade, quando o objeto de erotização ou de desejo já não esta
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