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Pensamento e Linguagem

Por:   •  24/2/2021  •  Projeto de pesquisa  •  3.373 Palavras (14 Páginas)  •  182 Visualizações

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PENSAMENTO E LINGUAGEM

EPISTEMOLOGIA E PROFISSÃO

31/10/17

“Para formular um conceito, ha necessidade de uma palavra.” Lavoisier

O mundo sem linguagem seria um mundo sem os conceitos e a cultura que apoiamos na linguagem.

A linguagem influencia o que pensamos, percebemos e lembramos. A educação, portanto, visa aumentar nosso poder de palavra e de pensamento. Com todo, muito pensamento não envolve palavras.

Pensamento e linguagem se entrelaçam de maneira complexa. Indagar o que vem primeiro é uma das questões de galinha ou ovo da psicologia. Nossas ideias vêm primeiro e esperam as palavras para expressá-las? Ou nossos pensamentos são concebidos em palavras e inconcebíveis sem elas?

Pensar é formar conceitos que organizam nosso mundo, resolvem problemas, tomam decisões eficientes e efetuam julgamentos.

Linguagem é a forma assumida por parte do nosso pensamento, é constituída por vários elementos que afloram à medida que a criança amadurece.

Elementos da linguagem falada:

Fonemas, morfemas e frases são unidades obviamente psicológicas quanto as letras, frases e sentenças.

PENSAMENTO E LINGUAGEM - Analise diacrônica.

- Wundt interesse fenômenos da linguagem – Estruturalismo/pioneirismo/antigo.

- Skinner afirma que a linguagem é aprendida inteiramente através experiência.

- Chomsky – linguagem é na maior parte especificada biologicamente.

- Bundin – pensamento, percepção e linguagem são elementos que se acham estritamente ligados entre si. Não apenas a percepção, mas todos ou quase todos os fenômenos da mente humana estão diretamente ligados a linguagem.

Pensamento e linguagem segundo Vygotsky

Vygotsky trabalha com duas funções básicas da linguagem. A principal função é a de intercâmbio social: é para se comunicar com seus semelhantes que o homem cria e utiliza os sistemas de linguagem. É a necessidade de comunicação que impulsiona, inicialmente, o desenvolvimento da linguagem.

A segunda função da linguagem: é a de pensamento generalizante. A linguagem ordena o real, agrupando todas as ocorrências de uma mesma classe de objetos, eventos, situações, sob uma mesma categoria conceitual.

Um dos grandes saltos evolutivos do homem em relação aos outros animais se deu quando ele adquiriu a linguagem, ou seja, quando aprendeu a verbalizar seus pensamentos. É por meio das palavras que o ser humano pensa.

Fase pré-linguística do pensamento:

De acordo com Vygotsky, mesmo antes de dominar a linguagem, a criança demonstra capacidade de resolver problemas práticos, de utilizar instrumentos e meios para atingir objetivos.

Fase pré-intelectual da linguagem:

Embora não domine a linguagem como um sistema simbólico, os pequenos também utilizam manifestações verbais. O choro o riso e o balbucio têm função de alívio emocional, mas também servem como meio de contato social e de comunicação.

Essas fases podem ser associadas ao período sensório-motor descrito por Piaget, no qual a ação da criança no mundo é feita por meio de sensações e movimentos, sem a mediação de representações simbólicas. "É a fase na qual a criança depende de sentidos como a visão para atuar no mundo e se manifesta exclusivamente por meio de sons e gestos, ligados à inteligência prática", diz Martins.

Por volta dos 2 anos de idade, o percurso do pensamento encontra-se com o da linguagem e o cérebro começa a funcionar de uma nova forma de funcionamento psicológico. A linguagem torna-se racional, com função simbólica (transformação do biológico no sócio histórico) e o pensamento torna-se verbal, mediado por conceitos relacionados a linguagem.

O significado das palavras

Uma palavra sem significado é um som vazio; o significado, portanto, é um critério da “palavra”, seu componente indispensável. Parecia, então, que o significado poderia ser visto como um fenômeno da fala. Mas, do ponto de vista da psicologia, o significado de cada palavra é uma generalização ou um conceito. E como as generalizações e os conceitos são inegavelmente atos de pensamento, podemos considerar o significado como um fenômeno do pensamento. No desenvolvimento da língua, os significados não são, pois, estáticos: um nome nasce para designar um determinado conceito, e vai sofrendo modificações, refinamentos, acréscimos.

De modo similar ao que acontece na história de uma língua, a transformação dos significados também ocorre no processo de aquisição da linguagem da criança. O sistema de relações e generalizações contido numa palavra muda ao longo do desenvolvimento. Ao longo de seu desenvolvimento, marcado pela interação verbal com adultos e crianças mais velhas, a criança vai ajustando seus significados de modo a aproximá-los cada vez mais dos conceitos predominantes no grupo cultural e linguístico de que faz parte.

Vygotsky distingue dois componentes do significado da palavra: o significado propriamente dito e o “sentido”. O significado propriamente dito refere-se ao sistema de relações objetivas que se formou no processo de desenvolvimento da palavra, consistindo num núcleo relativamente estável de compreensão da palavra, compartilhado por todas as pessoas que a utilizam. O sentido, por sua vez, refere-se ao significado da palavra para cada indivíduo, composto por relações que dizem respeito ao contexto de uso da palavra e às vivências afetivas do indivíduo.

O discurso interior e a fala egocêntrica

O uso da linguagem como instrumento de pensamento supõe um processo de internalização da linguagem. Isto é, não é apenas por falar com as outras pessoas que o indivíduo dá um salto qualitativo para o pensamento verbal. Ele também desenvolve, gradualmente, o chamado “discurso interior”, que é uma forma interna de linguagem, dirigida ao próprio sujeito e não a um interlocutor externo. É um discurso sem vocalização, voltado para o pensamento, com a função de auxiliar o indivíduo nas suas operações psicológicas.

Num certo momento do seu desenvolvimento, a criança passa a se utilizar da linguagem egocêntrica, falando alto para si mesma, independentemente da presença de um interlocutor. A fala egocêntrica acompanha a atividade da criança, começando a ter uma função pessoal, ligada às necessidades do pensamento. É utilizada como apoio ao planejamento de sequências a serem seguidas, como auxiliar na solução de problemas. Para Vygotsky, o surgimento da fala egocêntrica, com essa função claramente associada ao pensamento, indica que a trajetória da criança vai, de fato, dos processos socializados para os processos internos. Isto é, ao tomar posse da linguagem, inicialmente utilizada apenas com a função de comunicação, a criança passa a ser capaz de utilizá-la como instrumento (interno, intrapsíquico) de pensamento.

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