Pichon
Ensaios: Pichon. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tamires2014 • 2/4/2014 • 3.705 Palavras (15 Páginas) • 649 Visualizações
Pichon-Rivière, a dialética e os grupos operativos: implicações para pesquisa e intervenção
Pichon-Rivière, dialectics and operative groups: implications for research and intervention
Pichon-Rivière, la dialéctica y los grupos operativos: implicaciones para la investigación y la intervención
Thaís Thomé Seni Oliveira Pereira 1
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil
Endereço para correspondência
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RESUMO
Enrique Pichon-Rivière, psiquiatra argentino estudioso dos grupos, trouxe grande construbuição à área. Sua obra constitui um legado valioso para a compreensão sobre a estrutura e o funcionamento dos grupos, bem como para a intervenção no campo grupal, por meio da teoria e da técnica do Grupo Operativo. Este ensaio teórico tem o objetivo de auxiliar na compreensão sobre o modo de Pichon-Rivière pensar a realidade e o funcionamento dos grupos, articulando o uso do conceito dialética em sua obra, às ideias de Bornheim e Haguette. Tem também o objetivo de discutir a potencialidade de sua técnica como instrumento de intervenção e estratégia metodológica de pesquisa, utilizando, para isso, publicações recentes de pesquisas que utilizam sua técnica e seu referencial teórico.
Palavras-chave: Processos grupais; Grupo operativo; Intervenção psicológica; Pesquisa qualitativa.
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ABSTRACT
Enrique Pichon-Rivière, Argentine psychiatrist, studied groups and their contradictions, bringing great contributions to the groups area. His work is a valuable legacy for understanding the structure and functioning of groups as well as for the intervention in groups, through the theory and technique of the Operative Group. This paper aims to provide elements for understanding how Pichon-Rivière understood reality and functioning of groups, linking the use of the concept "dialectics" in his work to Bornheim and Haguette ideas about dialectics. It also aims to discuss the potential of his technique as an instrument of intervention and methodological strategy of research, analysing recent papers about researches using the Operative Groups theory and technique.
Keywords: Group processes; Operative group; Psychological intervention; Qualitative research.
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RESUMEN
Enrique Pichon-Rivière, psiquiatra argentino estudioso de los grupos y de sus contradicciones, transitó singularmente por el Psicoanálisis y por la Psicología Social trayéndoles grandes contribuciones. Su obra constituyó un legado valioso para la comprensión sobre la estructura y el funcionamiento de los grupos y para la intervención en el campo grupal, por medio de la teoría y de la técnica del Grupo Operativo. El presente trabajo tiene como objetivo traer elementos para la comprensión del pensamiento de Pichon-Rivière sobre la realidad y el funcionamiento de los grupos, analizando para eso, el uso del concepto de la dialéctica en su obra. Tiene también el objetivo de discutir la potencialidad de la técnica de Grupo Operativo como instrumento de intervención y estrategia metodológica de investigación.
Palabras clave: Procesos grupales; Grupo operativo; Intervención psicológica; Investigación cualitativa.
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INTRODUÇÃO
Enrique J. Pichon-Rivière, psiquiatra suíço que passou a vida na Argentina, nos trouxe grande e original contribuição para compreender os grupos, tendo como pilares epistemológicos a psicanálise e a psicologia social. Além disso, inaugurou, a partir desta compreensão sobre seu funcionamento, uma nova maneira de intervir nos grupos. É, dessa maneira, o criador da teoria e da técnica dos Grupos Operativos (Fabris, 2009).
O presente ensaio teórico tem como objetivo trazer elementos para a compreensão sobre o modo de Pichon-Rivière pensar a realidade e o funcionamento dos grupos, articulando o uso do conceito de dialética em sua obra, às ideias de Bornheim e Haguette. Além disso, este trabalho tem também o objetivo de discutir a potencialidade da técnica do Grupo Operativo como instrumento de intervenção e estratégia metodológica de pesquisa, utilizando para isso, publicações recentes de pesquisas que utilizam sua técnica e seu referencial teórico.
Um dos conceitos centrais da obra pichoniana, que traz luz à sua forma de compreender a vida, os grupos e a vida dos grupos é o de dialética. Longe da pretensão de realizar uma discussão aprofundada e filosófica sobre o termo, que é antiga e acontece nos corredores desta disciplina entre os famosos filósofos do passado e do presente, busca-se trazer o conceito dialética, sua gênese, história, usos e abusos, e principalmente: refletir sobre o valor deste conceito e seu uso para a teoria pichoniana. Sendo assim, a primeira pergunta não poderia ser outra: afinal, o que é a dialética? Bornheim traz sua definição: "a dialética seria aquilo que faz possível todo discurso, embora permaneça em si mesma o não dito, algo de refratário a qualquer empenho de explicitação" (Bornheim, 1977, p. 7).
Dialética deriva do termo latim dialectica e do grego dialektike, que significa discussão. Provém dos prefixos "dia" que indica reciprocidade e de "lêgein" ou "logos" que indicam o verbo e o substantivo do discurso da razão, ou teoria. Nasceu assim, incorporando as razões do outro através do diálogo (Haguette,1990). Este foi o primeiro sentido do termo, empregado por Sócrates na Grécia antiga: dialética como a arte do diálogo, de demonstrar uma tese por meio de argumentação capaz de definir e distinguir conceitos envolvidos em uma discussão. Na acepção moderna, porém, dialética seria o modo de pensar as contradições da realidade, compreendendo o real como essencialmente contraditório e em permanente transformação (Konder, 1998).
Para nos
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