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Piscologia Do Testemunho

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Por:   •  15/11/2014  •  649 Palavras (3 Páginas)  •  337 Visualizações

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Psicologia do Testemunho

Um testemunho só pode ser valorado conhecendo quem o fez. Isso porque o tipo de personalidade, os hábitos e as tendências afetivas da testemunha afetam decisivamente o esclarecimento dos fatos. Disso resulta que nenhum testemunho é perfeito, mas por meio dos instrumentos de análise psicológica é possível avaliar o grau de fidedignidade do relato da testemunha através dos seguintes fatores: Percepção que decorrente de tendências afetivas, distorções psíquicas involuntárias, automatismos mentais, estresse, violência. Segundo Mira Lopez a percepção é revelada em vários resultados; a) a capacidade de apreensão de estímulos é maior pela manhã do que à noite; b) as mulheres percebem com mais exatidão os detalhes que os homens; c) os acontecimentos iniciais e finais são melhor percebidos que os intermediários; d) o testemunho sobre dados qualitativos é mais preciso do que sobre dados quantitativos; e) as pessoas diferem entre si quanto à duração das vivências no tempo. Memória que decorrente de condições orgânicas, estado de espírito do observador, crenças, novas informações, emoções dolorosas, repressão. O estado emocional interfere na lembrança da memória da seguinte forma: a) recuperação lacunar das informações (a mente elimina conteúdos que trariam dor ou desconforto); b) ampliação de atributos (recorda-se de algo ruim como pior do que realmente foi e de algo de bom como extremamente melhor); c) fixação das recordações nos aspectos desagradáveis dos acontecimentos; d) distorção da interpretação dos acontecimentos, por omissão de aspectos relevantes, ampliação de detalhes pouco significantes ou combinação desses elementos; e) desvanecimento dos traços de memória com o passar do tempo; f) interferências entre conteúdos, os relatos misturam eventos e suas consequências; g) incorporação de fantasias às recordações, particularmente nas narrativas de graves conflitos que se prolongaram por muito tempo; h) preenchimento de hiatos de memória com suposições plausíveis, fenômeno corriqueiro mesmo em narrativas de incidentes sem maiores consequências. Expressão dos Fatos que decorrente de falta de inteligência verbal, do ambiente da sala de audiência, dos tipos de perguntas, da linguagem usada entre interrogador e testemunha. Embora não caiba à testemunha fazer juízos de valor sobre os fatos, processos na maioria das vezes inconscientes afetam a captação, Co armazenamento e a exteriorização das informações e representações. Esses diversos fatores de ordem psicológica influenciam diretamente na qualidade do testemunho. Todo evento presenciado passa pelo filtro interpretativo de cada pessoa e é composto por seus conhecimentos prévios, sentimentos e expectativas. E as interferências não param por aí. No processo de armazenamento dessas lembranças, também atuam fatores de ordem interna e externa, como os comentários de outras pessoas sobre o acontecimento, a mídia, novas informações. Por fim, na reconstrução do fato a testemunha tende a preencher eventuais lacunas com informações já existentes em seu psiquismo e que podem não estar relacionadas à realidade dos acontecimentos. Ao Direito interessa a realidade efetiva dos fatos, mas nem sempre esta guarda relação direta com a realidade psíquica das testemunhas. Um mesmo fato pode gerar diferentes interpretações, pois

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