Por Que A Criança não Aprende
Ensaios: Por Que A Criança não Aprende. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: crisdenardi • 23/11/2013 • 2.406 Palavras (10 Páginas) • 429 Visualizações
POR QUE A CRIANÇA NÃO APRENDE?
Os problemas de aprendizagem são dificuldades enfrentadas por crianças normais ou com um desvio no quadro normal, mas com expectativa de aprendizagem a longo prazo. Normalmente são dificuldades na leitura e/ou na escrita, com trocas de fonemas, inversões de fonemas e/ou sílabas, junções de palavras, omissões de sílabas ou palavras
A aprendizagem, segundo Rosa (2002), depende basicamente da motivação. Muitas vezes o que se chama de dificuldade de aprendizagem é basicamente "dificuldade de ensino". É sabido que cada indivíduo aprende de uma forma diferente, conforme seu canal perceptivo preferencial. Quando o que lhe é ensinado não o motiva suficientemente, ou lhe chega de forma diferente de seu canal preferencial (de acordo com o canal preferencial de quem lhe ensina), então a compreensão ou o aprendizado não se completa. A massificação do ensino tem contribuído muito ao aparecimento e aumento dos "distúrbios de aprendizagem".
Quando a aprendizagem não se desenvolve conforme o esperado para a criança, para os pais e para a escola ocorre a "dificuldade de aprendizagem". “E antes que a "bola de neve" se desenvolva é necessário à identificação do problema, esforço, compreensão, colaboração e flexibilização de todas as partes envolvidas no processo. O que se vê normalmente é a criança desestimulada, achando-se "burra", sofrendo, os pais sofrendo, pressionando a criança e a escola, pulando de escola em escola, e esta pressionando a criança e os pais, todos insatisfeitos.” (Rosa, 2002, p. 63).
Rosa (2002) afirma que é preciso ter cautela para distinguir um “problema de aprendizagem” de um “distúrbio de aprendizagem”. Ao educador, continua, cabe apenas destacar as dificuldades de aprendizagem que aparecem em sala de aula e investigar de forma ampla os aspectos orgânicos, neurológicos, mentais e psicológicos e influenciado pelo ambiente em que a criança vive. Ao professor cabe apenas detectar as dificuldades e encaminhar para o profissional adequado, com treino específico da dificuldade a fim de que a criança supere suas dificuldades, com esforço, colaboração da família e da escola em conjunto acompanhando as etapas de evolução da criança.
Ao avaliar o aluno, menciona Rosa (2002), o professor deve levar em consideração os valores sociais, culturais, de linguagem específicos de cada aluno (a diversidade) e estar sempre atento inclusive para evitar que seus próprios valores não o impeçam de auxiliar a criança no processo de aprendizagem.
Face ao exposto, Rosa (2002) destaca alguns fatores que desencadeiam problemas ou distúrbios de aprendizagem.
- Fatores orgânicos: atingem o organismo da criança, saúde deficiente, distúrbios neurológicos, alimentação inadequada.
- Fatores psicológicos: inibição, ansiedade, sentimento de rejeição, auto-estima baixa, etc...
- Fatores ambientais: o ambiente familiar ( pais separados, aluno órfão, lar desunido, etc...) , o grau de estímulos recebidos desde o nascimento, a influência do meio em que a criança vive.
Além disso, a escola também pode influenciar :
- Pela relação professor-aluno: o professor autoritário, impaciente pode gerar antipatia e o aluno associa o professor à matéria desinteressando-se pela aula. Apesar de toda a dificuldade, cabe ao professor manter uma atitude positiva: de confiança na capacidade do aluno, de estímulo à participação de todos, de entusiasmo em relação à matéria e de amizade para com os alunos;
- Pela relação entre alunos: se a relação entre os alunos for de agressão, falta companheirismo. Um clima de desconfiança, de competição, luta e tensão produz efeitos negativos sobre a aprendizagem;
- Pelos métodos didáticos: métodos em que o professor é somente um agente transmissor de informação e o aluno a recebe passivamente formam alunos dependentes e sem autonomia, não permitindo que se desenvolvam de forma independente e criativa, que aprendam a decidir por si próprios, a reconhecer os problemas e a contribuir para encontrar soluções.
- Pelo ambiente escolar: o tipo de sala de aula, a disposição das carteiras, a posição dos alunos, a ventilação e a iluminação são aspectos importantes.
Também o material didático (principalmente nas séries iniciais) deve ser interessante, onde os alunos devem manipular objetos, pesquisar em ambientes naturais, por exemplo, trabalhar com hortas, ferramentas, e trabalhos práticos são auxiliares importantes na aprendizagem.
A administração escolar deve ser baseada no respeito tanto por parte dos alunos quanto da diretoria, funcionários e professores, afinal, o exemplo é a melhor maneira de ensinar, afirma Rosa (2002).
Principais Problemas e Distúrbios de Aprendizagem
Rosa (2002) apresenta resumidamente alguns dos principais problemas de distúrbios de aprendizagem:
- Falta de maturidade: segundo Piaget apud Bock (2000), ninguém aprende além do que sua estrutura cognitiva permitir; se uma criança só dispõe do pensamento operatório-concreto não terá condições de resolver uma situação que envolva características do pensamento operatório-formal; é preciso que ele tenha os recursos cognitivos de que precisa e saiba fazer uso deles;
- Dificuldades na linguagem oral: os problemas que ocorrem na área da linguagem e da fala apresentam dois aspectos importantes que se relacionam, às vezes como causa, outras vezes como conseqüência: o psicológico (emocional) e o orgânico. Alguns são comuns já outros são raros e não são encontrados na escola, pois impedem que a criança freqüente escolas de classes normais;
- Mudez: refere-se a incapacidade de articular palavras, geralmente decorrente de transtornos do sistema nervoso central ou outros fatores físicos. A mudez também pode ser psicológica ou emocional. Na escola o professor ao detectar o problema deve colocar atividades que não exijam expressão oral e num segundo passo encaminhar para um especialista para tratamento;
- Dislalia: é a omissão , substituição, distorção ou acréscimo de sons na palavra falada. Sua origem pode ser orgânica ( defeito na arcada dentaria, lábio leporino, freio da língua curto,língua de tamanho acima do normal) ou funcional ( a criança não sabe mudar a posição da língua e dos lábios);
- Disartria: dificuldade para realizar alguns sons ou muitos dos movimentos necessários a emissão verbal.A fala pode ficar mais lenta e arrastada
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