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Por Que Está Na Moda Falar De Procrastinação?

Por:   •  3/5/2024  •  Ensaio  •  398 Palavras (2 Páginas)  •  42 Visualizações

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Por que está na moda falar de procrastinação?

A sociedade capitalista informatizada na era digital estabelece uma ordem que, paradoxalmente, por um lado, exige das pessoas produtividade e excelência e, por outro, fomenta a dispersão e desconcentração de esforços via a exacerbação dos estímulos emocionais promovidos pelo mercado de consumo de bens, serviços e produtos.

Como identificaram os etologistas, o cérebro humano está orientado primariamente para a sobrevivência e de imediato atende aos impulsos que o distraem.  Aparentemente todos os indivíduos atendem à busca permanente da satisfação de seus desejos, o que Freud chamaria o princípio do prazer.

Cotidianamente somos incitados pelas diversas próteses tecnológicas e multimidiaticas à distração nas redes sociais e receber o bombardeio publicitário e ao mesmo tempo atender as exigências do cumprimento de tarefas em prazos determinados, atingir metas e alcançar resultados numa combinação de ação eficiente e eficácia social no desempenho de papéis na vida doméstica, familiar, comunitária e profissional.

Esta organização maníaca da sociedade contemporânea nos envolve e pretende fazermos acreditar que se não conseguimos adaptarmos às demandas da lógica do mercado estamos obsoletos como seres produtivos e nossas vidas esvaziadas de sentido de realização. Quantos de nós somos tomados pela angústia de sentirmos cobrados para superar a atitude denominada de “procrastinadora, essa postura de adiar permanentemente o que “devemos fazer” porque é “nossa obrigação fazer”.

Todos os conselhos que abundam na internet apontam a incorporar hábitos cognitivos e comportamentais como desenvolvera disciplina, o esforço planejado e a virtude da perseverança. Mas nada desses discursos passa por entender a importância das relações sociais e vínculos que cada um dos indivíduos tem com suas angústias, culpas, desejos e gozos.

Estamos em busca sempre de respostas e a influência midiática nos leva rapidamente às respostas prontas. Busque as questões, identifique suas questões e não tente fugir do encontro inevitável com o desconforto nem pretenda negar as diversas faces com as quais se mascara o sofrimento.

Preocupe-se menos com esse papo da procrastinação e seja você, lidando com suas contradições, ambiguidades e gozos. Arrisque-se a questionar o senso comum da lógica neoliberal que divulga o discurso que sempre é possível o sucesso individual se você supera a procrastinação, saia da armadilha que a suposta otimização da produtividade garante vencer a procrastinação.

Abra a possibilidade de mudar de posição subjetiva, se torne um sujeito desejante e banque a construção de sua existência sem roteiro pré-estabelecido, para viver mais e sofrer menos.

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