Praticas Emergentes
Artigos Científicos: Praticas Emergentes. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ebaag222 • 16/9/2014 • 1.425 Palavras (6 Páginas) • 551 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
“A quem o sofrimento pessoal é poupado, deve sentir-se chamado a diminuir o sofrimento dos outros.” (SCHWEITZER,1965)
A definição da Psicologia das Emergências e dos Desastres é caracterizada pela atuação do psicólogo com pessoas atingidas por acidentes, desastres, catástrofes e incidentes críticos. O atendimento de psicólogos na área de emergência e desastres não é novo no Brasil, muitos já vem desempenhando esse papel social que é tão importante para reconstrução de vidas, identidades e comunidades.
Os psicólogos que atuam no contexto das emergências e desastres vão trabalhar para que o evento não se transforme em sofrimento humano, direcionando as pessoas ao atendimento correto de uma maneira mais tranquila e promovendo assim comunidades mais seguras.
2. CAMPO DE ATUAÇÃO
Segundo Bruck (2009, apud MARTINS, 2012) a atuação dos psicólogos em situações de Emergências e Desastres está direcionada as necessidades básicas das pessoas atingidas por acidentes, desastres, catástrofes, incidentes críticos, visando reconstruir seus espaços de vida e suas relações intrapessoais. Esse atendimento ocorre desde a prevenção até o pós-trauma, sejam em acidentes de menor porte, sejam em eventos desencadeados por calamidades naturais ou provocadas pelo homem.
Como exemplo, a tragédia que ficou conhecida como Césio 137, que ocorreu em 13 de Setembro de 1987, em Goiana. Diante de todos os esforços de auxílio às vítimas e familiares foi pensada uma série de capacitações para todos os psicólogos que compuseram o quadro de voluntários, tanto a intervenção deve ter como um de seus focos fundamentais as propostas de elaboração dos sofrimentos (coletivos e individuais) gerados pela situação não realizada só pelo psicólogo e também as comunidades, grupos de pessoas e autoridades envolvidos.
O psicólogo pode e deve colaborar com as ações de prevenção e avaliação da atuação das Entidades Governamentais, ONGs, grupos, etc.
A Psicologia dos Desastres e Emergências compõe-se em três etapas: o antes, o durante e o depois. (ALVES, LACERDA e LEGAL, 2012)
Vejamos:
• Pré-emergência: Elaboração e treinamento diante de uma emergência. Tendo como definição planos de emergência. Fazer uma seleção de pessoas para o treinamento das equipes. Planos de monitoramento de estado de saúde mental. Observar a fragilidade da sociedade e das condições humana.
• Durante a Emergência: Contornar as crises, transferir pacientes para hospitais; orientar pacientes e familiares que cheguem a crises decorrentes de emergência ou desastre. Primeiros socorros psicológicos (OPS). Intervenção junto à família, a valorização dos recursos naturais da própria comunidade, bem como a detecção das pessoas propensas a desenvolver TEPT (Transtorno do estresse pós-traumático). FIGUEIRA (2004, apud ALVES, LACERDA e LEGAL, 2012)
• Pós-Emergência: São normalmente utilizados instrumentos como escalas, entrevistas, questionários e diferentes formas de abordagem do problema a importância do trabalho do psicólogo e demais profissionais da saúde mental na busca da minimização dos impactos psicopatológicos sofridos pelas vítimas de desastres. Avaliação do impacto psicológico; Investigação dos efeitos produzidos pela emergência; Realização do autocuidado para a equipe de primeira resposta e funcionários de centros hospitalares em geral. (ALVES, LACERDA e LEGAL, 2012).
Notificação: No Brasil segundo os números apresentados pela Organização das Nações Unidas (ONU, 2011), entre 2000 e 2010 ocorreram sessenta desastres naturais, deixando milhares de brasileiros sem habitação, com dificuldades financeiras, físicas e psicológicas. Quanto aos dados mundiais a ONU levantou, neste mesmo período, um registro de 385 desastres naturais por ano, atingindo 2,4 bilhões de pessoas. (ALVES, LACERDA e LEGAL, 2012).
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3. ASPECTO ÉTICO
Atender numa situação de desastre e emergência não é uma tarefa fácil, pois o sofrimento é em grande escala. O psicólogo que trabalha voluntariamente nessas situações não está livre de seguir o código de ética, ele deve manter sigilo e confidencialidade bem como ter total respeito no atendimento.
Como cita o Código de Ética Profissional do Psicólogo (2005, p.5):
Toda profissão define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender demandas sociais, norteados por elevados padrões técnicos e pela existência de normas éticas que garantam a adequada relação de cada profissional com seus pares e com a sociedade como um todo:
Art. 1º - São deveres fundamentais dos psicólogos:
d- Prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de emergência, sem visar benefício pessoal;
Art. 9º - É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.
Art. 12 - Nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional, o psicólogo registrará apenas as informações necessárias para o cumprimento dos objetivos do trabalho.
Princípios Fundamentais:
O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.
O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão.(CFP, 2005, p.7).
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