Preciosa

PRECIOSA

No dia 13 de fevereiro de 2012 assistimos ao filme Preciosa com o intuito de observarmos ambos os aspectos: físico, emocional e humano, e ao analisarmos,

descrever de que maneira dentro de nossas possibilidades profissionais e psicoló-

gica poderíamos ajudar.

O filme mostra uma menina de 16 anos que sofria muito. Com a idade de 3

anos já sofria abusos sexuais pelo seu pai e a partir daí sua mãe a violentava psi-

cologicamente, maltratando, obrigando ela a comer além do que suportava, traba-

lhando como uma escrava dentro de sua própria casa. Tudo isso por ciúmes da fi-

lha com o pai. Preciosa suportou calada os estupros, a primeira gravidez, onde

deu a luz a uma menina deficiente, a segunda gravidez, onde nasceu um menino,

suportou o trabalho exaustivo dentro de sua própria casa, a pressão psicológica e

humilhante e o assédio por parte de sua mãe e também o preconceito por ser gor-

da, negra, pobre e semi analfabeta, a pressão que ela vivia com a assistência social

onde não podia contar nada para não perder o benefício e assim sua mãe continua-

ria a receber o cheque no final do mês, tudo isso seria suficiente para uma pessoa

cometer suicídio, pois ela tinha apenas 16 anos e uma vida completamente destru-

ida. Apesar de sempre ficar calada, suportando sozinha as dores de sua vida trági-

ca, Preciosa tinha sonhos, fantasias talvez, mas era isso que a fazia continuar e en-

frentar a vida. A esperança e a coragem deram a ela um novo recomeço.

No mundo isso vem acontecendo a milhares de anos, não se comentava porque

a família tratava de abafar. Só nos dias atuais é que começaram a denunciar.

Acredito que muitos casos ainda são encobertos, por motivos ou desculpas torpes.

Uma pessoa submetida a tantos traumas não consegue olhar a vida como deve ser.

Ela passa a acreditar que tudo deve ser assim e que isso é normal. Deixa de se cui-

dar fisicamente, descuida-se de sua aparência e desiste de estudar. Estudar para

que? No que isso vai melhorara a minha vida? Essas são as perguntas que a maio-

ria das pessoas que sofrem fazem. E então elas desistem. Desistem da vida e pas-

sam a viver como animais. Apenas vivem. Existe solução para isso? Posso afirmar

que sim.

No nosso dia-a-dia poderemos nos deparar com essas pessoas, principalmente se

trabalharmos com o público.