Psicologia: Entre as Ciências Naturais a as Ciências Sociais
Por: montanha025 • 8/9/2017 • Resenha • 369 Palavras (2 Páginas) • 304 Visualizações
Psicologia: Entre as Ciências Naturais a as Ciências
Sociais
Em sua gênese, a psicologia se vê às voltas com a definição de suas fronteiras como campo de conhecimento, Wallon se opõem as principais correntes de sua época que reduzem a psicologia ou às ciências naturais ou às sociais (GALVÃO, 1998).
Wallon faz grande oposição à compressão da psicologia por meio da dualidade espirito-matéria. Essa filosofia explica que há uma distinção clara entre mente e espirito, entre corpo e alma, sendo estas substâncias sempre distintas (SANTOS,2013).
Para o autor a natureza do objeto da psicologia – o Homem – dificulta que esta seja tratada de forma exterior e distanciada. Wallon refuta tanto a psicologia da introspecção quanto o materialismo mecanicista, duas vertentes de pensamento em voga na época (GADOTTI, 2002).
Por um lado a psicologia da introspecção afirmava que toda referência a fatores exteriores altera a realidade fundamental das coisas, com isso o único instrumento de acesso à vida psíquica seria a introspecção. Essa teoria se opõe ao uso de procedimento das ciências naturais – observação, experimentação, mensuração, por exemplo –, que alterariam a vida psíquica real. Assim recusa-se a possibilidade da psicologia ser uma ciência (ROSAS, 1979).
Por outro lado os materialistas mecanicistas tratam de todos os fenômenos psíquicos relacionando-os a fatos exteriores. Nessa corrente de pensamento todos os fenômenos (psíquicos ou não) se explicam pela mecânica ou por analogia a esta. Por exemplo, “o pensamento é um produto do cérebro, tal como a bile é produto do fígado” (GALVÃO, 1998).
Wallon entende que o indivíduo é determinado fisiológica e socialmente, ele tem portanto uma dupla história. O equipamento orgânico é fundamental, uma vez que constitui a condição básica para o pensamento, contudo o objeto da ação mental é exterior e depende do ambiente (GADOTTI, 2002).
Wallon se posiciona ainda contra o Positivismo de Comte que por não acreditar que a ciência pode ser feita sem critérios neutros, distanciados e objetivos recusa à psicologia um espaço entre as ciências (GALVÃO, 1998).
Buscando referencial teórico para embasar sua teoria o autor adota a ideia de materialismo dialético. Esta concepção filosófica defende que o ambiente, o organismo e fenômenos físicos tanto modelam os animais e os seres humanos, sua sociedade e sua cultura quanto são modelados por eles (GALVÃO, 1998).
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