Psicologia Social
Ensaios: Psicologia Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mcarmoaraujo • 31/3/2014 • 2.020 Palavras (9 Páginas) • 223 Visualizações
Anhanguera Educacional São José dos Campos
Serviço Social
Atividades Práticas Supervisionadas
Formação Social, Econômica e Política do Brasil
DEBRET: O RETRATO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL PELOS
OLHOS DE UM FRANCÊS
Jean-Baptiste Debret (1768-1848) era inegavelmente um aficionado pela cultura brasileira, vide o vasto número de suas obras que retratavam o cotidiano brasileiro no século XIX.
Auto retrato de Jean Baptiste Debret
Debret, desde sua chegada ao Brasil em 1816, conseguiu rápida influencia na corte imperial, retratando o funeral da Rainha D. Maria I e a posse do novo Monarca, D. João VI.
Com seus traços fortes e realistas Debret possuía um notável dom em retratar os mais diversos tipos de situações que ocorriam na sociedade, dentre elas a escravidão.
Em diversas de suas obras Debret retratava a rotina de um escravo no Brasil do século XIX, desde os seus afazeres, tais como carregar aos seus senhores, até as suas punições.
Dom João VI
Debret, ao contrário da maioria dos artistas de sua época, se preocupava muito com os aspectos culturais que suas obras traziam, reproduzindo cada mínimo detalhe, desde os cenários onde ocorriam os fatos que ele retratava até as vestimentas utilizadas pelos escravos e demais pessoas retratadas em suas telas.
Castigo de Escravo
Talvez Debret não tivesse noção de que os quadros que pintava teriam imensa importância nos estudos históricos do Brasil, sendo utilizados até hoje por inúmeros estudiosos (e curiosos) para imaginar como seria o Brasil (e principalmente a escravidão aqui praticada) do século XIX.
Debret não escondia nada do que presenciava, muito pelo contrário, não hesitava em demonstrar a realidade da época, não é de todo absurdo admitir que tal fato se dava pelo motivo de à época a escravidão ser uma coisa “normal”, não havia quaisquer freios morais ante a tal prática, os negros eram tratados como inferiores perante aos demais e Debret, com sua sede de conhecimento sobre a cultura de nosso país, via isto como um importante aspecto cultural da sociedade brasileira à época, não necessariamente refletindo simpatia à tal prática.
Em seu retorno à França, Debret publico um livro contando sobre as “aventuras” que viveu no Brasil, o livro, chamado de “Viagem pitoresca e histórica ao Brasil”, no qual em vários momentos é retratada a vida dos escravos aqui residentes.
O sentimentalismo e as mais diversas expressões retratadas em suas obras demonstram o interesse do artista em se comprometer com a verdade do momento, por mais romancista que Debret fosse, é inegável a sua veia histórica.
Talvez Debret não tivesse a pretensão de ficar conhecido como um dos principais colaboradores da história brasileira, talvez ele tivesse apenas o interesse de pintar apenas por paixão a arte, entretanto é inegável a sua relevância tanto a arte quanto a história, por isso vale a pena conferir seu trabalho, lembrando que além de retratar a escravidão, ele por muitas vezes pintou índios, a vida da realeza (inclusive o casamento de D. Pedro I), a cultura cigana, dentre diversos outros elementos culturais brasileiros.
Caçador de escravos
CARLOTA JOAQUINA: A PRINCESA DO BRASIL E A MULHER A FRENTE DE SEU TEMPO
O filme Carlota Joaquina lançada em1995 e dirigido por Carla Camurati retratada, de maneire satírica a vinda da família real
portuguesa ao Brasil, em especial a personagem-título.
Dentre inúmeras cenas interessantes no filme, destacaremos quatro destas e contextualizaremos nos dias de hoje.
Cena 01: Fernando e Carlota após terem se deitado – Nesta cena Carlota diz que possuía medo dos negros e que depois de conhecer Fernando perdeu tal medo.
Atualmente, o preconceito em relação a cor da pele evidentemente diminuiu, entretanto há ainda algumas pessoas que veem com certa estranheza os ditos “relacionamentos interraciais”, todo este preconceito advém do período do Brasil Colonial, que condenava este tipo de relação.
Mesmo com tantos anos tendo se passado, é muito difícil de acreditar que alguns (poucos) membros da sociedade ainda condenem tal relacionamento, entretanto, pode-se afirmar que o grande preconceito da atualidade em relação a relacionamentos amoroso e o preconceito a homoafetividade, portanto houve uma certa transformação do preconceito,transferindo-o para outro grupo da coletividade.
Cena 02: Carlota diz a João que dá graças a Deus por ter poucos filhos com o sangue deste – Nesta cena (ou melhor, no filme inteiro), Carlota menospreza D. João, dizendo que não tinha o menor interesse em ter mais filhos deste, reservada todo o aspecto caricato do filme, pode-se afirmar que tais atitudes de uma mulher à época
eram praticamente inexistentes, uma vez que eram submissas a seus maridos. Porém, atualmente, a atitude de Carlota Joaquina pode ser considera perfeitamente normal, tendo em visto que com o decorrer do tempo os sexos foram se igualando, obviamente há muito a se fazer ainda, mas em muitos casos a mulher é a chefe da casa, sabendo impor-se perante à seu marido. Infelizmente outro retrato da atualidade que esta cena traz, é a ausência de respeito entre os familiares.
Cena 03: Diálogo entre D. Pedro I e D. João VI – Nesta cena D. Pedro diz a seu pai que se ficar no Brasil este terá a certeza de que sempre possuirá tais terras, D. João concorda com D. Pedro, dizendo que é muito melhor que o Brasil fique nas mãos de seu filho do que na de um aventureiro que lance mão da coroa e faça a independência. A história todo mundo já sabe, o próprio D. Pedro I proclamou a independência do Brasil, porém uma observação importante que podemos fazer sobre essa cena comparando com os dias atuais é a crescente independência profissional que os filhos tem em relação aos seus pais, ou seja, eles costumam seguir o caminho profissional que eles acham
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