Psicologia Social
Pesquisas Acadêmicas: Psicologia Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: moisa10 • 1/4/2014 • 622 Palavras (3 Páginas) • 277 Visualizações
Silvia Tatiana Maurer Lane é uma importante pesquisadora brasileira que, desde a década de 1980 vem contribuindo nas discussões acadêmicas sobre a Psicologia Social. Em 1981 quando publicou o livro “O que é Psicologia Social” pela “Coleção Primeiros Passos”, possuía graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), posteriormente obteve seu doutorado em Psicologia pela Faculdade de Ciências e Letras de São Bento e o Pós-Doutorado pela École de Hautes Études em Sciences Sociales.
A obra de Lane aqui resenhada é o resultado das primeiras leituras sobre o tema a partir do ponto de vista psico-sociológico da autora. Nesse livro, Lane aborda uma série de problemas relacionados à Psicologia Social, tais como: as identidades sociais, os papéis sociais, as representações sociais, a linguagem, o discurso e a ideologia, e as instituições sociais, principalmente a família e a escola, trata ainda sobre trabalho e classes sociais e, por fim, faz uma reflexão teórica sobre a Psicologia Social no Brasil.
No início do livro Lane ressalta as diferenças fundamentais entre a Sociologia e a Psicologia Social, pois, justifica, que ambas as disciplinas dialogam, mas a primeira se detêm especificamente na relação entre a sociedade agindo no indivíduo, seu foco, portanto é a sociedade, enquanto a segunda se detêm na relação entre o indivíduo inserido numa determinada sociedade, portanto, seu foco é o indivíduo. Dada essa diferença epistêmica a autora explora alguns conceitos comuns a ambas as disciplinas as quais foram elencadas acima. Enfatiza a criação de identidades sociais o que acarreta a criação de papéis sociais desempenhados pelos indivíduos – ou atores – que representam funções orgânicas fundamentais na consolidação do que é considerado normal na sociedade. Por exemplo: o papel de homem-pai-marido se relaciona com o papel de mulher-mãe-esposa, isso é o normal. Alterações nesses papéis desencadeiam uma sucessiva reação social de desaprovamento.
Em seguida Lane discorre sobre o modo como esses papéis e representações são consolidados na sociedade via linguagem, a qual sustenta um discurso fomentador de ideologias. Essas ideologias são sustentadas pelas principais instituições sociais, como, por exemplo: a família e a escola.
É desde cedo na família que se ouve a frase: “menino não chora”, ou “isso não é jeito de menina”, o que demonstra como, ainda na infância, meninos e meninas vão se apropriando de papéis, os quais, paulatinamente, vão representar na sociedade. A escola, por sua vez, espaço que deveria ser destinado à autocrítica e emancipação do indivíduo coopera na reprodução dos papéis sociais, ou classes sociais, para usarmos uma expressão de Bordieu (1988).
Em outro capítulo Lane analisa à questão do trabalho, no qual expõe as contradições inerentes a uma sociedade capitalista. Nesse aspecto a autora faz uma leitura marxista sobre as classes sociais, as quais têm suas gêneses na relação entre os que detêm os meios de produção e os que não detêm e, por isso, vendem a única coisa que possuem: a mão de obra. Nesse caso, Lane questiona a dicotomia entre trabalho intelectual e trabalho braçal, o qual, segundo a autora, nada mais é do que uma ideologia proposta pelos grupos dominantes.
Por fim,
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