Psicologia Social Resenha: O Papel do Psicólogo
Por: Jordana Lemos • 15/10/2019 • Trabalho acadêmico • 748 Palavras (3 Páginas) • 1.944 Visualizações
Resenha: O Papel do Psicólogo
Aluna: Jordana Lemos
O artigo “O Papel do Psicólogo”, escrito em 1997 por Ignacio Martín-Baró, proporciona questionamentos sobre o arcabouço teórico e, principalmente, sobre as práxis da profissão e suas responsabilidades perante a sociedade. Entretanto, a priori, este afirma que antes de delinear tal resposta é necessário conhecer e compreender o cenário circundante que cederá o palco para a atuação do profissional de Psicologia.
Desta forma, o autor realiza uma síntese, composta por uma tríade, de elementos que em suma caracterizam a cena centro americana do final dos anos 90. No entanto, este pondera sobre o reducionismo do cenário, que em uma análise ampla e profunda demonstraria a presença de uma abissal diversidade de variáveis e vetores.
Desse modo, o primeiro aspecto é relativo a situação estrutural de injustiça, que abarca uma lógica de desigualdade social e econômica. Este sistema é perpetuado por mecanismos velados de controle e opressão, que estratificam a população em dois grandes grupos, de acordo com Martin-Baró: os amplos setores marginais e as minorias oligárquicas. Outro aspecto que compõe o contexto são as guerras e/ou a ameaça destas. Estas proporcionam efeitos devastadores, principalmente, quando enquadram-se em um estado generalizado do fenômeno, oferecendo a militarização desta região. Não obstante, tais efeitos são potencializados quando em uma nação que possui a presença de uma miséria estrutural. E, como último elemento, o processo denominado pelo psicólogo social como “acelerada conversão das nações em satélites do Estados Unidos” e, de acordo com este, constitui-se como consequência pela busca, por meios equivocados, de segurança nacional.
Após clarear os componentes desta realidade, Martin-Baró utiliza de duas afirmativas, dos franceses Marc Richelle e Deleule, para responder e refletir sobre o tema. De acordo com o primeiro, a Psicologia apresenta uma tentativa de aliviar a difusão de uma nova espécie e, de acordo com o segundo, para adaptar o sujeito a sociedade vigente. O autor aborda que, infelizmente, Deleule apresenta razão em sua declaração em função das resoluções praticas atuais da Psicologia. Tal fato pode ser explicado, por exemplo, por meio do viés existente nos serviços prestados pela profissão de forma elitizada e pela utilização de uma literatura genérica e importada para analisar um “homem” diferente daquele que é apresentado pela cultural circundante.
Portanto, para Martin-Baró, o vetor que deve orientar o papel do psicólogo perante a sociedade é a própria realidade da população. Ou seja, para a realização de uma atividade que ofereça eficácia, o modelo de atuação deve se enquadrar na moldura vigente, isto é, nas demandas oriundas da existência concreta de seu público.
Não obstante, o profissional deve identificar a “conscientização”* como unidade central no exercício da Psicologia. Ademais, afirma que a consciência possui papel de suma importância em função de oferecer significado aos objetos do meio (interno e externo). Sendo caracterizada como o relicário das imagens que os indivíduos carregam do mundo e, por consequência, a unidade do senso comum, isto é, das representações sociais.
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