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Psicologia Social - Sexualidade E Poder

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Por:   •  26/10/2014  •  10.092 Palavras (41 Páginas)  •  514 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo, apresentar o tema Sexo e Poder sob o ponto de vista de quatro importantes autores sendo eles, Sigmund Freud (1856), Wilhelm Reich (1897), Michel Foucaut (1926), Herbert Marcuse (1951), tendo como apoio o livro Sexo e Poder de Guido Mantega (1979), artigos científicos e também entrevistas que foram realizados com profissionais ligados à área.

Apoiando-se na simples e direta definição que nos é dado pelo dicionário Aurélio, a palavra sexo é descrita como fonte do prazer e a palavra poder é entendida como ter a capacidade e autoridade de dominar, esses pensadores explicam em suas obras de forma breve, a trilha percorrida pela humanidade juntamente com esses dois conceitos desde os primórdios e sendo válidos até os dias atuais.

Em suma, a aplicação deste trabalho, visa o esclarecimento e a relação das teorias, conceitos, reflexões e práticas a respeito de um fator que inicialmente é considerado como biológico (assim como a necessidade do alimento, por exemplo) e com o desenvolvimento dos indivíduos, passa a somar mais fatores como o social, psicológico e econômico.

2. SEXO E PODER x TEÓRICOS

2.1. Teoria de Freud

O livro Sexo e Poder, 1979, relata informações da sexualidade autoritária, segundo o ponto de visto de diversos teóricos como: Sigmund Freud, Michel Foucault, Herbert Marcuse e Wilhelm Reich. Este livro foi escrito por Guido Mantega, nascido em 1949, na Itália, é economista ítalo-brasileiro, doutor e especialista em Sociologia, foi ministro da Fazenda e ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão do governo Lula e atualmente é ministro da fazenda no governo Dilma.

De acordo com a leitura de Mantega (1979, p. 12-14), ele menciona que quando o homem vivia no paraíso, e foi seduzido a morder a maçã, conhecido como o fruto proibido, desde então o homem passou a sobreviver através do seu trabalho e se tornou reprimido por seus desejos pecaminosos. Até hoje há repressão dos desejos e surge sentimento de culpa, e complementa com a fala de Freud, que a sociedade busca a felicidade, desvia-se de sofrimento e dor, e anseia por sentimentos agradáveis. Nos tempos primórdios o homem não tinha pudor e satisfazia-se por não haver regras como na sociedade moderna, a qual ditam normas e moralismo, que impedem a livre manifestação dos instintos humanos, submetendo-os ao sofrimento. Freud sugere que este instinto, seja substituído pela sublimação, ou seja, maneira de defesa contra os desejos naturais, direcionando - os para prazeres com menores intensidades, como: trabalho e obras de arte.

Conforme a psicanálise Freudiana citada por Mantega (1979, p. 16-17), a criança enfrenta uma importante barreira de agressividade ao defrontar-se com a autoridade paterna, com limites e repreensões, sendo estas introjetadas em sua consciência moral, ou seja, o superego, responsável por administrar sentimentos de culpa e angústia, diante de situações adversas no meio familiar e social, sendo estes os sentimentos mais eficazes para garantia da autoridade.

Mantega (1979, p. 45), cita informações do livro Mais além do princípio do prazer, de Freud, diz que a compulsão de repetição é uma atitude de praticar um ato continuamente, seja por atitudes e pensamentos, que aparentam não ter sensação de prazer, exceto em “ligar a energia flutuante”, sendo uma forma de evitar a angústia. Freud, explica também que as necessidades reprimidas de seus pacientes não correspondem aos comportamentos típicos de repetição, pois não liberam nada.

A citação a seguir de Mantega foi com base na teoria de Freud:

É incomparavelmente maior o prazer obtido na satisfação de um desejo irrefreado do que na satisfação de um impulso já sob controle, educado, disciplinado e devidamente socializado. (MANTEGA, 1979, p. 46).

Nessa análise o prazer é chamado como perversão, pois são comportamentos, práticas e fantasias, que estão fora do princípio da realidade.

Segundo Mantega (1979, p. 52), Freud enfatiza que a atividade sexual não é apenas para multiplicação da espécie, é também multiplicação / renovação para energia em cada um dos parceiros; essa energia aumenta na relação com o meio físico e social.

Mantega (1979, p. 59-60), diz que os instintos do homem estão permanentes sujeitados a realidade exterior, pois de outra maneira destruiriam tudo ao seu redor. Inicialmente o corpo todo era uma zona erógena e no decorrer da civilização as pulsões parciais múltiplas passaram a se concentrar em algumas zonas principais: boca, ânus e órgãos genitais, até o principio de rendimento, ou seja, a dessexualização do adulto civilizado, privando esse indivíduo em sua dimensão biológica profunda dando origem ao que Freud chama de “mal-estar na civilização”, que em sua visão é denominado como o ser humano um pouco mais doente por não interiorizar esses traumas, em relação àquele dito normal. Segundo Freud, a terapia prima por canalizar esse indivíduo a um nível médio de doença.

A civilização atual deixa claro que só permite os relacionamentos sexuais na base de um vínculo único e indissolúvel e que não é de seu agrado a sexualidade como fonte de prazer por si própria, só se achando preparada para tolerá-la porque, não existe substituto como meio de propagação da raça humana. (FREUD, 1930)

Provavelmente, justifica-se supor que a importância da vida sexual enquanto fonte de sentimentos de felicidade e, portanto, na realização de nosso objetivo na vida, diminuída sensivelmente. Às vezes, somos levados a pensar que não se trata apenas da pressão da civilização, mas de algo da natureza da própria função que nos nega satisfação completa e nos incita a outros caminhos. (FREUD, 1930)

“Freud criticou a ideia de que a sexualidade é igual a reprodução bilógica, e que ela é igual ao exercício da genitalidade, dentro do limite das instituições como o matrimônio ou a família conjugal. A separação entre a sexualidade normal e perversa, quando mostrou que todas as práticas perversas podem e devem intervir no exercício da sexualidade chamada normal, como jogos sexuais “prévios”; e talvez ele tenha colocado as bases para aceitá-los não já como jogos sexuais prévios, mas como múltiplas formas possíveis, idiossincrasias, da sexualidade. Freud já demonstrou a existência da sexualidade com caráter inconsciente, subjacente a todas as atividades sociais, quer dizer, laborais, institucionais, comerciais, etc. A subjacência do desejo inconsciente em toda

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