Psicologia científica X Sentido comum
Seminário: Psicologia científica X Sentido comum. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 21/11/2013 • Seminário • 3.065 Palavras (13 Páginas) • 519 Visualizações
A unidade I terá início com a diferenciação entre a Psicologia científica e o senso comum. Deverá ser abordado, brevemente, o que é ciência, explicitando, para o aluno, a Psicologia como ciência. Continuando a aula, será abordado o senso comum, como uma forma de conhecimento da realidade e visão de mundo. Os objetos de estudo da Psicologia deverão ser explicados, e uma breve síntese sobre os fenômenos psicológicos e sua importância para a subjetividade será colocada para o aluno. Algumas teorias da Psicologia deverão ser apresentadas aos alunos.
Conteúdos:
• Ciência
• Psicologia Científica X Senso comum
• Objetos de estudo da Psicologia
• Fenômenos psicológicos e sua importância na formação da subjetividade
. Psicologia aplicada ao Direito
Conceitos a serem desenvolvidos:
Ciência - atividade eminentemente reflexiva, que procura compreender, elucidar e alterar o cotidiano, a partir de estudos sistemáticos. ?Compõe-se de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade.? (Bock, 2002, p. 19)
Psicologia científica - Desde William James e de Wundt, a psicologia se considera como disciplina científica. Diante dessa afirmação há dois questionamentos evidentes: 1) O que é psicologia? 2) O que os psicólogos entendem por ciência? Se acompanharmos a história da psicologia, perceberemos que essas duas perguntas tiveram (e ainda têm) uma infinidade de respostas, o que, muitas vezes, alimentou a crítica à pretensão científica da psicologia.
O que é psicologia? Um breve olhar sobre a história da psicologia revela que essa pergunta pode ser respondida de diversas maneiras. Não cabe aqui analisar cada uma dessas respostas, o que possivelmente nos conduziria à desconfortável conclusão de que cada psicólogo pode escolher a resposta que mais lhe agradar.
Finalizar a aula , apresentando os primórdios da Psicologia aplicada ao Direito , integrando este tema aos conceitos discutidos anteriormente.
Aplicação Prática Teórica
A psicologia, ao participar do desafio contemporâneo do diálogo inter, multi e transdisciplinar, tem sua definição precária de identidade dissolvida, revelando seu potencial de olhar para a complexidade de seu objeto. Tal situação tem o potencial de propiciar a construção de novas formas e práticas de se pensar o saber psicológico. Todavia, convida à realização de atividades cada vez mais em sintonia com outros saberes. Assim, uma dupla tarefa impõe-se: dialogar, ultrapassando fronteiras antes demarcadas, e sustentar um discurso construtor de uma identidade específica do saber psicológico. Considerando-se o texto, assinale a afirmação CORRETA.
(a) A identidade emergente da psicologia contemporânea supera as suas dicotomias epistemológicas, ao dialogar com outros saberes, referendando-se neles, pois esses saberes possuem uma maior segurança metodológica;
(b) A psicologia como ciência foi marcada pela tensão dos projetos de sua constituição, estabelecendo uma epistemologia única que se expressa em múltiplos métodos, que podem dialogar com outros saberes;
(c) A psicologia, ao participar do diálogo inter, multi e transdisciplinar, tem reconstruído as fronteiras de sua identidade, pois, no contato com saberes diversos, revela sua característica: a complexidade epistemológica e metodológica;
(d) O diálogo inter, multi e transdisciplinar dificultam a definição formal da psicologia como ciência, pois dissolve a identidade já bem constituída do saber psicológico, propondo uma identificação com outras formas do saber sobre o homem;
(e) O psicólogo tem sido convidado a realizar diálogos que o desafiam a construir uma linguagem inter, multi e transdisciplinar, centrada no discurso epistemológico das ciências exatas, como a física quântica, e das ciências biológicas, como a genética.
(ENADE/2009)
2- Assinale a afirmativa CORRETA, a respeito da concepção de homem, entendido como um ser "sócio-histórico", segundo Bock, Furtado & Teixeira (1999):
(a) Existe um conjunto de traços herdados que, em contato com um ambiente determinado, tem como resultado um ser específico, individual e particular;
(b) As modificações biológicas hereditárias determinam o desenvolvimento sócio-histórico do homem e da humanidade;
(c) A assimilação pelo homem de sua cultura é um processo de reprodução no indivíduo das propriedades e aptidões historicamente passadas pela espécie humana;
(d) O homem é primitivamente um ser isolado e não social, desenvolve gradualmente a necessidade de relacionar-se com os outros indivíduos;
(e) O homem surge como ser único cujas aptidões para relacionar-se dependem das situações de vida e históricas presentes no seu dia a dia.
(PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS- PSICÓLOGO/2004)
3- Os cientistas fazem estudos, fazem pesquisas, que levam às descobertas. As descobertas precisam ser apresentadas aos demais cientistas, e estes precisam ficar convencidos de que a descoberta é verdadeira. Novas pesquisas estão sempre sendo feitas. Uma nova pesquisa pode questionar o que se pensava antes, pode provocar polêmica, pode dar margem a várias teorias. Uma ciência é, portanto, bem mais interessante do que uma coleção de fatos, leis e fórmulas. Ela é mais parecida com uma novela de televisão, ou melhor ainda, com um romance de mistério. A ciência tem enigmas, tem suspense, tem divergências e controvérsias, pistas falsas, becos sem saída, idas e vindas, reviravoltas e revoluções. (Prof. Julio Cesar de Rose ? UFSCAR)
Partindo do texto apresentado e do conhecimento adquirido nas aulas e leituras de textos complementares, explique de que forma a Psicologia se tornou uma ciência.
4- Você observou na aula que existem a Psicologia científica e a Psicologia do senso comum. Supondo que seu contato até o momento tenha sido apenas com a Psicologia do senso comum, relacione situações do cotidiano em que você e as pessoas com quem convive usem esta Psicologia.
ATIVIDADE EXTRACLASSE OBRIGATÓRIA
NOME DA DISCIPLINA: PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
CÓDIGO: CCJ0004
TÍTULO DA ATIVIDADE:
Psicologia científica e senso comum.
Objetos de estudo da Psicologia. Fenômenos psicológicos.
Por: Adelmo Senra Gomes(1)
OBJETIVO:
Compreender a importância do estudo da Psicologia para os futuros profissionais do Direito;
COMPETÊNCIAS/HABILIDADES:
Identificar as diferenças entre a Psicologia científica e o senso comum e alguns conceitos desta Ciência
DESENVOLVIMENTO:
Psicologia científica e senso comum.
Objetos de estudo da Psicologia. Fenômenos psicológicos.
Este ensaio tem por objetivo introduzir uma reflexão sobre a psicologia e o seu status de ciência. Contudo, para atingirmos tal objetivo, importa que, inicialmente, examinemos os principais conceitos do que se convencionou chamar ciência, bem como suas principais diferenças em relação ao senso comum.
O conhecimento científico fundamenta-se sobre os seguintes pressupostos: 1º. "A ciência é uma estrutura construída sobre fatos". (DAVIES apud CHALMERS, 1993, p.24); 2º O processo de obtenção, justificação e transmissão do conhecimento científico orienta-se por uma rigorosa metodologia de pesquisa. Ou seja: observação, experimentação (ou outra qualquer técnica científica de pesquisa); análise lógica, crítica e meticulosa dos fatos (é comum, inclusive, o emprego de instrumentos matemáticos).(2)
Enquanto o senso comum habitualmente cinge-se aos dados imediatos, ou, então, procura explicações nem sempre profundas, o conhecimento científico procura bases sólidas, justificações claras e exatas. Isso não é possível em todos os casos. A tendência do cientista, porém, é se aproximar gradativamente de fundamentos fortes para seus conhecimentos. (LUNGARZO, 1993, p.12)
3º. O conhecimento científico é sistêmico, organizado. As teorias científicas não devem ser contraditórias em si e entre si. Diferentemente, o senso comum, não preza por tal rigor, sendo, normalmente, fragmentado, desorganizado e, por vezes, até contraditório. 4º. O conhecimento científico constrói explicações gerais e não particulares ou casuísticas. Não se faz ciência de casos particulares, mas sim, do que há de regular e comum numa determinada classe de eventos. 5º. O conhecimento científico busca prognosticar futuras ocorrências dos fatos estudados. Tais prognósticos científicos têm um caráter probabilístico e não determinísticos(3).
A ciência, em seu labor pelo conhecimento, desenvolve modelos explicativos(4) sobre os fatos estudados. Por serem modelos são aproximações e não a "verdade" sobre os fatos.
Finalmente, as explicações científicas necessitam ser submetidas, regularmente, a um constante e rigoroso processo de verificação e testes ou, como propõe Popper (1993, p.41), a um constante esforço de falsificação, pois, se de fato forem falseadas, isto provará que o que os cientistas tinham por "conhecimento", não o era...
Estabelecidos tais pressupostos sobre a ciência, passemos ao exame da psicologia.
A história da psicologia enquanto ciência inicia-se em 1879 quando na Universidade de Leipzig, Alemanha, o médico, filósofo e psicólogo alemão, Wilhelm Wundt (1832-1920), funda o primeiro laboratório de pesquisa experimental em psicologia. Antes de Wundt a psicologia era tida, simplesmente, como um ramo da filosofia.
Em sentido lato, a psicologia tem por objetos de pesquisa o comportamento e os processos mentais de todos os seres vivos. (DAVIDOFF, 2001; MORRIS; MAISTO, 2004; MYERS, 2000)
Define-se por comportamento toda forma de "[...] resposta ou atividade observável realizada por um ser vivo." (WEITEN, 2002, p. 520) Por seu turno, processos mentais aludiriam às "[...] experiências subjetivas que inferimos através do comportamento(5) - sensações, percepções, sonhos, pensamentos, crenças, sentimentos." (MYERS, 1999, p.2).
Com relação a esses objetos há que se ressaltar que o comportamento, por ser um dado objetivo, possibilita observações, mensurações, análises e interpretações quantitativas e qualitativas. Contudo, os processos da mente, por serem experiências subjetivas, não são passíveis à observação direta. Como então pesquisar e estudar dados subjetivos? São dois os caminhos possíveis: 1º Como já dito anteriormente, pela observação de determinados comportamentos ? estes últimos entendidos como conseqüências ou manifestações dos processos mentais; 2º Pela análise e interpretação do desempenho em algum instrumento psicológico de mensuração (os testes psicológicos são exemplos) e; 3º Pela associação dessas duas primeiras formas.
Por ser uma ciência, a psicologia também desenvolve enunciados probabilísticos em relação aos seus objetos de pesquisa; tais enunciados são construídos a partir de uma rigorosa metodologia de pesquisa. As teorias psicológicas são organizadas e sistêmicas e, por serem teorias científicas, são de cunho generalista.
Destaque-se neste ponto que os objetos de pesquisa da psicologia ocorrem em circunstâncias e momentos diversos. Do ponto de vista epistemológico(6), portanto, em face a essa diversidade, considera-se mais adequado pluralizar a própria psicologia. De fato, não seria uma só psicologia, mas várias psicologias(7). Analise o esquema abaixo:
Ciências psicológicas: objetos e suas principais especialidades
Por fim, falta-nos comentar que ao longo do processo histórico de desenvolvimento do pensamento e da pesquisa psicológica, várias escolas (ou, correntes) da psicologia foram surgindo. Na verdade, o que vai diferenciar uma escola da outra é a maneira como cada uma irá definir o fenômeno (ou, os fenômenos) psicológico(s) estudado(s), bem como a metodologia de pesquisa a ser utilizada. Neste ensaio citaremos somente as duas mais conhecidas: o behaviorismo e a psicanálise(8).
1ª. A escola behaviorista (ou, comportamental) da psicologia - Essa escola surge nos EUA no início do século passado com o psicólogo John Watson (1878-1958). Para os behavioristas o comportamento é um conjunto de respostas adquiridas (ou, aprendidas(9)) que visa permitir ao organismo uma melhor adaptação ao mundo exterior. Esta resposta aparecerá progressivamente, através de uma série de ajustamentos, por tentativas e erros.
A causalidade comportamental (Estímulo Ambiental?Resposta Comportamental, ou, na sua forma simplificada, E?R), base do pensamento behaviorista, possibilitará àquela escola da psicologia a construção de explicações objetivas sobre as origens do comportamento, sua previsão e, sob determinadas condições, até mesmo o seu controle. Explicação, previsão e controle, lembremo-nos, são os principais objetivos das ciências.
O Dr. B.F. Skinner (1904-1990) destacou-se como um dos mais profícuos pesquisadores e teóricos behavioristas do último século. Suas pesquisas com cobaias levaram-no ao desenvolvimento de uma teoria da aprendizagem conhecida como modelagem. Skinner verificou que as conseqüências de um dado comportamento funcionavam como estímulos a sua fixação ou extinção. Em resumo: quando as conseqüências de um comportamento aumentam a freqüência desse mesmo comportamento diante do estímulo que o eliciou, Skinner chamou tais conseqüências de reforços. De forma contrária, quando as conseqüências diminuem a freqüência do comportamento diante do estímulo que o eliciou, Skinner chamou tais conseqüências de punições. Esquemas de reforços e punições são, segundo aquele pesquisador, as forças modeladoras de quaisquer comportamentos. Analise o esquema abaixo:
Esquema simplificado do processo de modelagem de comportamentos, segundo Skinner
Por fim, para a visão behaviorista uma criança ao nascer é provida unicamente de um certo número de reflexos, puramente fisiológicos. Tudo o mais, em termos comportamentais, ela terá que aprender a partir dos estímulos ambientais que receber.
2ª A escola psicanalítica - A psicanálise surgiu no final do século XIX e início do século XX com o médico austríaco Sigmund Schlomo Freud (1856-1939). A principal tese psicanalítica é a da existência de processos inconscientes na mente. O inconsciente, segundo Freud, estaria dissociado da realidade e seria regido pelo que ele chamou de princípio do prazer. Em 1900, em seu livro A interpretação do sonho, Freud propôs a sua primeira teoria (ou, tópica) sobre a estrutura da mente. Nela a mente foi dividida em três sistemas: o inconsciente (como já dito, regido pelo princípio do prazer) o pré-consciente e a consciência (estes últimos regidos pelo princípio da realidade). Entre esses sistemas, as censuras que impediriam que conteúdos indesejados do inconsciente e do pré-consciente chegassem à consciência. Analise a figura abaixo:
1ª Tópica do aparelho psíquico de Freud (1900)
Em 1920, Freud propôs um aperfeiçoamento de sua primeira teoria, incluindo processos dinâmicos da mente: o id, o ego e o superego. Analise a figura abaixo:
2ª Tópica do aparelho psíquico de Freud (1920)
"[...] o id, pólo pulsional(10) da personalidade, o ego, instância que se situa como representante dos interesses da totalidade da pessoa e que como tal é investido de libido(11) narcísica(12), e, por fim, o superego, instância que julga e critica, constituída por interiorização das exigências e das interdições parentais". (LAPLANCHE & PONTALIS, 1986, p.660)
Para Freud a consciência seria largamente influenciada pelas pressões oriundas do inconsciente.
"Ela [a psicanálise] nos ensinou, ainda, que nosso intelecto é algo débil e dependente, um joguete e um instrumento de nossos instintos e afetos, e que todos nós somos compelidos a nos comportar inteligente ou estupidamente, de acordo com as ordens de nossas atitudes [emocionais] e resistências internas". (FREUD, 1914)
Defenderá a tese de que a personalidade será moldada pelas primeiras experiências de vida, a partir de fases do desenvolvimento da sexualidade (ou, desenvolvimento psicossexual). O termo sexualidade em Freud ?não designa apenas as atividades e o prazer que dependem do funcionamento do aparelho genital, mas toda uma série de excitações e de atividades presentes desde a infância? (LAPLANCHE & PONTALIS, 1986, p´. 619). Desta forma, então, a libido (ou, "pressão sexual"), ao longo da vida, investiria uma série de objetos (pessoas, situações, coisas etc.) que representassem possibilidades de descarga da tensão por ela gerada, em face o seu acúmulo. Tais descargas possibilitariam ao sujeito a sensação de prazer. Um mecanismo cíclico do prazer, portanto, estaria criado. Analise a figurar abaixo:
Os ciclos do prazer
A personalidade, portanto, se organizaria segundo as formas regulares de investimentos da libido (investimentos construtivos ou destrutivos, tanto para o próprio sujeito quanto para o mundo externo com o qual ele lida). Tais formas de investimentos da libido se estruturariam, principalmente, enfatizo, durante a infância e se "atualizariam", se "repetiriam", inconscientemente, ao longo de toda a vida.
Concluindo, a psicologia enquanto um vasto campo de possibilidades e desafios ao conhecimento humano existe segundo dois sentidos: a vida e o Homem; e, segundo dois propósitos: a paz e o bem. Nenhum outro conhecimento talvez seja mais polêmico e complexo quanto o psicológico. Porém, com o passar do tempo, e com o desenvolvimento das pesquisas e das teorias, novos tijolos são lentamente colocados nessa que talvez seja a mais arrojada das empreitadas humanas: o conhecimento de si mesmo.
Bibliografia
CHALMERS, A.F. O que é ciência, afinal? São Paulo: Brasiliense, 1993.
DAVIDOFF, L.L. Introdução à psicologia. 3 ed. São Paulo: Makron Books, 2001.
FREUD, S. Carta a Frederik Van Eeden. In: _____. Edição eletrônica brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. XIV. Rio de Janeiro: Imago, [200?].
LUNGARZO, C. O que é ciência. 5 ed. São Paulo: Brasiliense, 1993.
MORRIS, C.G.; MAISTO, A. A. Introdução à psicologia. 6 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
MYERS, D.G. Psicologia social. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2000.
POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1993.
WEITEN, W. Introdução à psicologia: temas e variações. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.
1Psicólogo; professor do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá.
2 Este segundo pressuposto é, de fato, o principal: o que vai diferenciar o conhecimento científico das outras formas, não científicas, de saber.
3 O autor deste ensaio alinha-se às correntes epistemológicas que defendem que as ciências (inclusive as físicas) só são capazes de construir leis probabilísticas e não determinísticas. A este respeito sugiro o exame de RODRIGUES, A.A pesquisa experimental em psicologia e educação. Petrópolis(RJ): Vozes, 1976, p. 14.
4 Os modelos explicativos em ciência também são chamados de paradigmas científicos.
5Essas inferências de processos mentais a partir da observação do comportamento são chamadas de constructos (ou, construções) psicológicos. Trato deste assunto com mais detalhes no parágrafo seguinte.
6 Epistemologia ou Filosofia do conhecimento - caracteriza-se por ser uma reflexão filosófica da ciência.
7Outros preferirão chamá-la de "Ciências psicológicas".
8Não obstante as consistentes críticas epistemológicas em relação ao objeto e à metodologia de pesquisa psicanalítica, este autor considera a psicanálise como um setor de pesquisas e proposições psicológicas ainda não-científicas. Uso a expressão "ainda", pois aceito que as ciências não são capazes, ainda, de uma compreensão plena de todos os fenômenos (físicos e psicológicos) por ela estudados. Destarte, concebo a psicologia como que setorizada em dois grandes campos: um científico e outro, ainda, não-científico.
9 O constructo aprendizagem, caro ao pensamento e à pesquisa behaviorista, será definido, grosso modo, como sendo o resultado de uma nova e regular associação entre um determinado estímulo e uma resposta comportamental experimentada como a mais adequada a esse mesmo estímulo. O aprendizado, contudo, só poderá ser afirmado se for observada a mudança regular no comportamento do sujeito após sucessivas apresentações desse mesmo estímulo que antes não eliciava a resposta comportamental agora a ele associada.
10 O conceito de pulsão na teoria psicanalítica (do original alemão ?trieb?) denotaria uma força impelidora ou uma pressão inconsciente. Estaria nas pulsões a origem de nossas vontades, impulsos e desejos. Tais forças, que teriam suas origens nos processos biológicos, produziriam necessidades (tensões) a serem realizadas (descarregadas). Na consciência tais pressões se associariam, por algum motivo histórico, a representações (objetos) que possibilitassem sua real ou imaginária descarga (e, a partir daí, as sensações de prazer). Obs.: Nota acrescida pelo autor do ensaio.
11 Libido corresponderia, grosso modo, a um tipo de energia oriunda das transformações das pulsões sexuais. Obs.: Nota acrescida pelo autor do ensaio.
12 O conceito de narcisismo em psicanálise corresponderia aos investimentos libidinosos que um indivíduo faria em si próprio e ao seu próprio corpo. Ou seja, a posição narcísica pressupõe como objetos da libido o próprio sujeito e seu corpo. Obs.: Nota acrescida pelo autor do ensaio.
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