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Psicologia da Gestalt no Filme

Por:   •  17/11/2018  •  Ensaio  •  537 Palavras (3 Páginas)  •  819 Visualizações

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AQUI E AGORA

AWARENESS

AUTO-REGULAÇÃO ORGANÍSMICA        

O filme “As coisas impossíveis do amor” trata do processo de luto de uma mulher, Emilia, que perdeu um filho recém-nascido, além do processo de enlutamento desta mãe, o filme também aborda o papel do luto na sua família. O foco do filme é justamente o processo do luto, tanto que o diretor opta por não expor o momento da morte da criança e a história começa depois de ter passado algum tempo da morte do bebê. Talvez a característica mais evidente deste processo de experiência da morte de um ente querido por Emilia, é a fuga da experiência deste luto no aqui e a agora.

Logo no início do filme se percebe que o jeito como Emília lida com o seu luto, ela não parece tratar diretamente com o tema. Ela opta por manter o quarto do bebê intacto depois da morte dele, por exemplo; mas, em nenhum momento o tema da morte da criança é exposto, nem para pessoas mais próximas. Muitas das atitudes de Emília com relação à morte da criança faz o espectador perceber que não há uma implicação muito grande dela com seu luto.  Diante da grande dor que foi a perda do filho o organismo de Emília produziu um ajustamento criativo para lidar com a adversidade. O conceito de auto-regulação organísmica ajuda bastante a entender este mecanismo, bem como contribui para que não desautorizemos a estratégia adotada por Emília. A auto-regulação consiste na busca pela homeostase, isto é, o reequilíbrio do organismo. Vemos que a esquiva da experiência direta com a dor do luto foi a estratégia de enfrentamento de Emília e que parece ter funcionado do ponto de vista pragmático, pois ela estava fazendo outras tarefas, cuidava da casa, ia buscar o enteado na escola. É importante ressaltar isto porque a maneira que as pessoas tem para lidar com seus traumas, é, para a Gestalt-terapia, a estratégia que o organismo conseguiu produzir criativamente com os seus recursos para lidar com a situação; então, não há certo ou errado, neste sentido.

A teoria organísmica se utiliza dos princípios da Psicologia da Gestalt, enquanto funções isoladas, como percepção e aprendizagem que ajudam na compreensão do organismo total, incluindo no campo, além da realidade psicológica, o organismo biológico. A relação entre estes princípios e os da Gestalt-terapia se evidencia, sobretudo, na concepção positiva do homem, caracterizado por um impulso de auto-regulação, onde sua energia de vida se transforma na expressão clara de sua atualização. Acrescente-se ainda que estes princípios que Goldstein induziu de suas pesquisas sobre o organismo resultam em um verdadeiro credo filosófico, onde o homem não é visto isoladamente, mas incluído, inserido na sua humanidade. Estes princípios criam uma profunda credibilidade no ser humano e promovem aquela atmosfera de harmonia interna e externa que facilita e promove o contato, a relação psicoterapêutica. 

        O equilíbrio homeostático para a Gestalt-terapia é dinâmico, então não faz sentido falar de estratégias que enfrentamento que criam um estado perene de equilíbrio para o organismo. Esta dinâmica pode ser observada no filme pelo comportamento de William, o enteado, no início do filme. Quando William sugere que Em

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