Psicologia do Filme "Eu, Você e Todos Nós" - a teoria da sexualidade por Freud
Por: Dora Perelmutter • 14/10/2020 • Resenha • 515 Palavras (3 Páginas) • 364 Visualizações
O filme “Eu, você e todos nós” conta um pouco sobre a vida de um grupo de personagens, dessa forma, não existe um protagonista. O filme tem a proposta de mostrar a vida de pessoas de um bairro nos Estados Unidos, com todas suas questões, descobertas, desejos, decisões e conflitos. Dentro desta trama podemos notar durante o desenrolar do filme, diversos conceitos freudianos com relação à sexualidade dos personagens.
Apesar de todos personagens apresentarem grandes complexidades psicológicas que poderiam ser aprofundadas, falaremos mais na questão da sexualidade de alguns personagens específicos. O primeiro personagem trata-se do menino de 6 anos, Robbie, que claramente está passando pela fase anal. Isso pode ser percebido em alguns momentos como por exemplo, quando ao mexer no computador com seu irmão, conversando com uma outra pessoa online, fala para o irmão enviar uma mensagem falando que gostaria de ter uma troca de fezes com a outra pessoa, chamando isso de “vai e volta”. Dessa forma, tal qual como Freud explica, o menino está passando pela fase anal, em que a zona erógena principal é o anus. Liga-se isso, portanto, à questão escatológica, sendo o “vai e volta” como uma representação da retenção e liberação presente na fase anal.
Com relação a fase anal, também devemos falar sobre a personagem, Tracy, uma adulta que posteriormente descobrimos ser com quem Robbie conversa online. O fato da personagem conversar com uma criança que está passando pela fase anal, e se sentindo estimulada, demonstra que a personagem provavelmente teve alguma forma de repressão durante o seu próprio processo de fase anal.
Agora com relação à outra questão da sexualidade, podemos falar sobre as duas meninas adolescentes, Rebecca e Heather, que começam a descobrir de forma mais racional suas sexualidades a partir do momento que um homem adulto começa a de certa forma flertar com elas e criar fantasias sexuais, que elas por outro lado alimentam. Apartir de então, podemos falar sobre a fase oral, já que cria-se uma questão de qual das duas seria melhor no sexo oral e pedem para Peter julgar qual das duas lhe causou mais prazer. Talvez, isso seja um traço de uma fase oral que foi reprimida na primeira infância, e mostra seus traços posteriormente.
É importante falar sobre a personagem Christine, que claramente é uma pessoa reprimida, e possivelmente isso é consequência de uma repressão anterior das fases de sua sexualidade da sua infância. A personagem cria longas fantasias e ao longo da trama se apaixonada pelo pai de Peter e Robbie, que não corresponde da mesma forma. Isso lhe causa grande angústia, demonstrando uma dificuldade de lidar com a rejeição amorosa e também profissional com relação à seus projetos artísticos. Possivelmente podemos relacionar isso com a fase anal, pois a repressão desta pode causar no futuro diversos danos.
Dessa forma, conseguimos analisar ao longo do filme, nesses e em outros personagens, os traços dos conceitos da sexualidade por Freud. Conseguimos entender de que forma a repressão dessas fases pode causar consequências para o futuro dos indivíduos e seu jeito de se relacionar com os outros e com sua própria sexualidade.
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