Psicologia do Cotidiano - Observação
Por: luizagc • 22/5/2020 • Trabalho acadêmico • 370 Palavras (2 Páginas) • 222 Visualizações
Psicologia do Cotidiano
Registro de Observação 3
Nome: Luiza Gouveia da Costa
RA: T4157G-8
Data: 15/04/2020
Horário de Início: 13:59. Horário de Término: 14:59
Duração: 1 hora
Total de horas nesta data: 1 hora.
Local: Praça pública localizada na Zona Sul da cidade de São Paulo.
Descrição:
Quando me aproximo, percebo um burburinho. São três ou quatro mulheres conversando animadamente sobre algo relacionado à sexo, aborto. Uma mulher mais idosa está sentada mais longe das demais. Algumas estão sentadas e algumas em pé; estão distribuídas de forma irregular entre um espaço amplo na praça. Enquanto debatem o tema, e relatam casos passados sobre gravidez, criação de filhos, e a "crueldade do aborto", a senhora sentada mais adiante observa enquanto toma chá. Ela finge desinteresse, mas está tão atenta quanto eu. É evidente que ela faz parte do grupo, mas ainda não chegou o momento de se manifestar. A conversa avança entre gargalhadas e broncas, direcionadas a moça mais jovem do grupo. Ela está preocupada com algum problema íntimo que a impeça de ter filhos. Observando a reação de todas, percebo que a mais falante deve ter filhos, pois se refere à moça mais jovem com certa autoridade.
Num momento mais adiante na conversa, a senhora que estava sentada afastada se pronunciou, chamando a atenção para si. Vejo todos os pescoços se voltando para ela. A senhora argumenta que ter família é um prazer; que mal pode ver a hora de casar. E que ter filhos é uma dádiva. Percebo uma personalidade infantil dentro de um corpo idoso. Por seu discurso é visível que ela acredita que o 'homem ideal' está esperando por ela. A conversa continua após o comentário dela, onde a autoritária diz para a mais jovem não 'esquentar' a cabeça com isso. Que ela tem muitos anos pela frente, para namorar, estudar, casar e ter filhos. "Você pode ter filhos até os 40 e poucos anos". A senhora deve ter por volta dos 55 anos. Ela pareceu ofendida com o comentário. Suponho que ela também acreditava que podia ter filhos ainda. Para ela a conversa se encerrou aí. Pega sua pasta, se levanta da mesa com o copo com chá dentro e sai. O burburinho continua, alternando o assunto.
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