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Psicologia social

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Por:   •  19/5/2014  •  Seminário  •  2.153 Palavras (9 Páginas)  •  231 Visualizações

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+......................6 psicologia social é um campo que ainda é pouco veiculado, mesmo sendo de tanta importância atualmente, em que o comportamento do homem deixa de ser visto apenas de forma egocêntrica: ele é produto de um contexto social, e também é produtor de tudo que o cerceia. Com a descrição sobre Gustave Le Bon, e sua obra na construção da psicologia social, objetivamos esclarecer pontos e desvendar uma psicologia cada vez mais atual, mais importante na contemporaneidade.

2. MÉTODO

A busca de material para a constituição desta pesquisa foi um árduo trabalho, pois, o material existente sobre Gustave Le Bon e suas obras são poucos, e dos que são selecionados as informações sobre sua vida são mínimas e superficiais. É um desafio para o pesquisador evoluir seu trabalho enfrentado tais dificuldades, sabendo-se da importância deste autor e suas obras na ciência da psicologia.

Os estudos foram baseados em procura e coleta, que foram de difícil acesso, em internet, livros e o livro do próprio autor Gustave Le Bon, objetivando concluir de forma concisa as informações sobre ele e seus trabalhos.

3. DADOS BIBLIOGRÁFICOS

Gustave Le Bon nasceu em Nogent-le-Rotrou, França no dia sete de maio de 1841 e morreu em Marnes-la-Coquette no dia treze de dezembro de 1931.

Le Bon estudou medicina na Universidade de Paris, onde obteve seu doutorado em 1866. Depois da sua formação saiu de viagem pela Europa, Ásia e norte da África, entre as décadas de 1860 e 1880, neste tempo escreveu principalmente sobre arqueologia e antropologia.Seu primeiro sucesso foi a publicação de 1894 Lois psychologiques de l'évolution des peuples, que começou a popularizar o seu estilo e no ano seguinte lançou Psychologie des foules (A psicologia das multidões), que muitos autores acreditam ter saído deste livro os embriões das idéias fascista e nazistas.

Em 1902 lançou uma série de encontros semanais, para discussão de diversos tópicos. Na lista de convidados estavam pessoas muito importantes como Henri e Raymond Poincaré,Paul Valéry e Henri Bérgson.

Foi um dos fundadores da Psicologia Social e o primeiro a escrever sobre a importância do inconsciente das multidões.Entre suas obras se destacam: "A psicologia das multidões", "A psicologia do socialismo", "A psicologia das revoluções".Suas obras foram muito comentadas e tiveram papel importante no inicio do século XX. Uma prova disto foi o trabalho de Sigmund Freud Psychologie collective et analyse du moi , que foi claramente uma crítica as obra de Le

Bon.

4. CONTRIBUIÇÃOES DE GUSTAVE LE BON PARA A PSICOLOGIA

Apesar de muita dificuldade para encontrar dados sobre este autor, percebe-se no material analisado neste projeto, que o mesmo contribuiu muito para a psicologia, principalmente para a psicologia social.

A obra mais comentada do autor é seu livro: “Psychologie des Foules” (Psicologia das massas), publicada em 1895. O tema da multidão está diretamente relacionado ao surgimento da Psicologia Social como campo específico de saberes e práticas: podemos dizer que as multidões, tal como foram problematizadas por Le Bon , constituíram-se em um dos primeiros objetos de investigação desse campo. Para se compreender um pouco melhor de que forma esta obra tornou-se tão impactante, é necessária uma análise do contexto histórico.

O fenômeno das massas sacudiu a Europa no final do século XIX, por seu caráter turbilhonar e explosivo, que ameaçava a ruptura dos equilíbrios sociais e comportava o risco de tornar evidentes as contradições inerentes ao arranjo liberal da sociedade capitalista naquele momento, o estudo das multidões tornou-se fundamental para a manutenção do status quo. (ver anexo 1) É muito comum, portanto, encontrar inúmeras utilizações desta obra na política. Primeiramente pretende-se mostrar quais as características encontradas na obra de Le Bon para definir o fenômeno das massas, e posteriormente serão feitas possíveis analogias.

Mas, o que era uma multidão para Le Bon? Este é o ponto menos claro na obra de Le Bon. De fato, em nenhum dos cinco capítulos de seu livro clássico, ele define a multidão enquanto grupo social. De tal forma que tanto torcedores em um estádio de futebol como um grupo de jurados podem constituir-se numa multidão. Tudo dependerá do grau de regressão mental empreendido e da força das condições psicológicas necessárias a esta regressão.

Uma multidão, portanto, seria uma grande alma coletiva, formada pela dissolução de todas as almas individuais, dissolução que encerra em si os resíduos dos antepassados humanos, os quais constituíram em época pouco especificada por Le Bon a "alma da raça". Assim, a multidão seria analisada como o resultado de uma regressão em massa a formas primitivas e/ou infantis de existência humana.

Mas, em que consiste a regressão? Le Bon explica mal este processo. A condição que origina o processo é a fascinação ou estado hipnótico que a massa cria. Nesta situação daria-se uma perda de discernimento e de vontade própria. O homen na multidão, desprovido de suas qualidades conscientes, desceria vários degraus na escala da civilização, convertendo-se num bárbaro primitivo.

Le Bon descreve as características essenciais da multidão. Primeiro, a unidade mental, pela qual os indivíduos na multidão se desindividualizam, perdendo as suas idiossincrasias e convergindo junto com todos os outros para um mesmo objetivo. Segundo, amparando-se no estereótipo da sua época sobre a mulher, Le Bon traça analogias entre o comportamento feminino e as ações das multidões. Enfatiza o exagerado sentimentalismo e o predomínio da vida sensual e instintiva. Salienta que todas as multidões são muito femininas, mas a mais feminina seria a latina.

Finalmente, para Le Bon, os pensamentos numa multidão seriam raros e simplistas. Ocorre um desaparecimento da vida cerebral, predominando a vida medular. O mais inteligente dos homens, numa multidão, torna-se um bárbaro. O que o autor está querendo enfatizar é a total maleabilidade do indivíduo na multidão. Portanto, numa multidão, os indivíduos apesar de perderem os seus dotes intelectuais, podem experimentar um incremento nos dotes morais. Isto ocorreria no caso das multidões heróicas, as quais Le Bon postula como raras e positivas.

O indivíduo, portanto, torna-se massa amorfa como decorrência de um mecanismo de sugestionabilidade coletiva, o "contágio". O contágio prevê que uma idéia ou ação, proposta na mais das vezes por um líder, ocupará as mentes e corpos dos indivíduos, passando de uns para os outros como uma febre epidêmica. Este indivíduo contagiado decresce muitos graus na escala evolutiva até tornar-se um bárbaro impulsivo. Note-se que Le Bon descreve com os mesmo termos a regressão e o contágio, aparecendo a forte influência das concepções darwinistas.

Nos fins do séc. XIX, estava em voga as tipologias em Psicologia. Tanto que Le Bon também resolve elaborar uma tipologia para as suas multidões. Todavia, a princípio, este autor começa classificando as multidões em Heterogêneas e Homogêneas, classificação que se pauta nas semelhanças sociais, econômicas e ideológicas dos membros.

As Multidões Heterogêneas, se subdividiriam em Anônimas (torcedores em um estádio) e Não-Anônimas (jurados, assembléias de parlamentares). Enquanto que as Multidões Homogêneas, por sua vez, subdividiriam-se em: Seitas (políticas ou religiosas), Castas (militares, sacerdotes) e Classes (burgueseses, trabalhadores).

No que concerne à tipologia, para Le Bon as multidões latinas seriam do tipo que cede sempre às intervenções do estado, seriam centralizadoras e autoritárias. Já as multidões americanas tenderiam mais à iniciativa privada, enquanto que as multidões inglesas valorizariam a liberdade e as francesas valorizariam a igualdade. Trata-se de uma descrição bastente simplista do que posteriormente será conhecido como caráter nacional.

A principal contribuição da obra de Le Bon foi ter mostrado que as massas são, antes de tudo, um fenômeno social e que, para compreender a amplitude de tal fenômeno em nossas sociedades, era preciso situá-lo em uma nova perspectiva: não mais a do Direito ou da Economia Política, mas a da Psicologia. A principal característica das multidões era a fusão dos indivíduos em um espírito e em um sentimento comuns. Desta forma, Le Bon introduz, por intermédio da Psicologia, um elemento irracional na política, uma vez que até então o debate político estava supostamente centrado na razão. A “contribuição” da Psicologia será no sentido de estudar o comportamento ameaçador das multidões, negligenciando os motivos que engendravam tal comportamento, fazendo sobressair unicamente sua dimensão “patológica”.

Do ponto de vista político, a idéia de multidão-massa mantém o foco em um princípio macro político voltado para uma intervenção massiva e controlado: é a multidão tomada como unidade sujeita ao comando de um líder. “Indivíduos de caráter fraco, em situações coletivas, são conduzidos pelos líderes de acordo com os desejos em decorrência da disponibilidade presente naqueles de espírito fraco que, pelo mecanismo do contágio, deixam-se levar.”

Como pode ser observado, Le Bon fala em “duas psicologias”, a psicologia das multidões (foules) e a do indivíduo, que para o autor, parecem postas em relação como que por um abismo. A massa, então, e os indivíduos que a compõem - ao perder as suas características superiores -, passa a apresentar as qualidades mais ordinárias, medíocres ou primitivas já encontradas no indivíduo, qualidades regidas pelo inconsciente. Este, para Le Bon, já foi dito, seria constituído por influências hereditárias, que seriam semelhantes em todos os indivíduos pertencentes à uma mesma raça. Ora, a aparição preponderante de tais caracteres teria como causa o desfalecimento da individualidade, ou seja, a transformação do indivíduo em parte (do todo). É, então, formado um novo todo que não é a adição, notemos, dos indivíduos ou de suas características e nem mesmo essas últimas se relacionam entre si e com o todo. Há a relação do indivíduo com a raça, que se manifesta - de forma inconsciente, como substrato - nos dois, indivíduo e multidão. Assim, a multidão torna-se ser psíquico, partilhando sua natureza com o indivíduo singular, contudo, no nível psicológico mais baixo possível. Tais qualidades da alma da multidão-raça seriam explicadas por Le Bon (1895/1995) por três fatores: o sentimento de poder "invencível", o contágio mental e a sugestionabilidade. Esses dois últimos, por sua vez, seriam explicados como fenômenos de ordem hipnótica.

Freud cita abundantemente Le Bon em sua obra: Psicologia das massas e análise do Eu. O psicanalista discorda de Le Bon quanto à separação das psicologias e propõe que não existe entre a psicologia social e a individual uma separação, e sim uma continuidade. Freud vai explicar o fenômeno das massas através da libido, afirmando que cada indivíduo estará ligado por laços libidinais por um lado ao líder, e por outro, aos demais membros do grupo. O fato é que admitindo ou não a influência, podemos notar que os conceitos de Le Bon influenciaram fortemente certos campos da psicanálise.

Por fim, seria interessante mencionar a influência de Le Bon para a educação, que pode auxiliar psicólogos que trabalham na área, na criação e execução de muitos métodos psicológicos. Embora não tenha sido encontrado pelo grupo nenhum comentador fazendo alusões ao autor, o grupo considerou-se apto a fazer algumas analogias, acreditando numa possível ligação dos dados mencionados com a psicologia.

O que mais chama a atenção quanto aos conceitos de educação mencionados por Le Bon, é que para o autor, “Toda a educação consiste na arte de fazer passar o consciente para o inconsciente.” (1914).Esta passagem se daria da seguinte forma: “Associações repetidas suficientemente, criam os atos reflexos inconscientes, ou seja, os hábitos. Repetidas durante várias gerações, estes hábitos se tornam hereditários e constituem então características das raças.”

Através desta rápida introdução da teoria de Le Bon, já é possível se observar inúmeros elementos psicológicos, como o inconsciente, o conceito de atos reflexos e algumas funções da memória de armazenagem.

Para o autor: “O papel do educador é o de criar ou modificar os reflexos inconscientes. Deve-se cultivar os reflexos inatos úteis, e tratar de anular, ou pelo menos, amenizar os reflexos nocivos.” Nota-se que neste ponto o discurso se aproxima muito das teorias behavioristas, sugerindo o condicionamento, e fortalecendo a idéia de controle de estímulos.

O autor critica fortemente os métodos de ensino de sua época, para ele: “ A imitação, a sugestão, o prestígio, o exemplo e o treinamento são procedimentos que ele deve saber manejar. O raciocínio e a discussão são os únicos métodos que ele deve sumariamente rejeitar, ainda que a maioria dos universitários pense exatamente o contrário.”

Le Bon nesta obra (As bases psicológicas da instrução e da educação) já atentava para a falta de investimento na criação de uma psicologia do adolescente, além de afirmar que existe uma forte relação entre a educação (adestramento) dos animais e a educação infantil.

Desta forma o grupo conclui que Gustave Le Bon influenciou fortemente vários campos da psicologia. Embora o autor não seja muito citado, senão por sua obra a Psicologia das Massas, desenvolveu muitas idéias que preconizaram muitos pensamentos psicológicos.

REFERÊNCIAS

LE BON, Gustave – Psychologie de l’education. Nouvelle, edition (16ª) Augmentée de plusieurs chapitres sur les methods déducation enAmerique et sur l’enseignmement done aux indigenes des colonies. Paris: Ernest Flamarion, 1914

RODRIGUES, Aroldo, Psicologia Social. 16ª ed. Petrópolis: Vozes,1996.

http://seer.psicologia.ufrj.br/seer/lab19/ojs/printarticle.php?id=66&layout=html

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-37722000000200007&script=sci_arttext&tlng=pt

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392000000200009&script=sci_arttext&tlng=

http://www.espdh.hpg.ig.com.br/texto_leoncio.html

http://www.infoamerica.org/teoria/lebon1.htm

www.wikipedia.org

http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/lebon.html

http://es.geocities.com/sucellus24/3050.htm

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