Psicopatologias Gerenciais: Estudo do Sofrimento Psíquico Por Trás do Cargo Gerencial
Por: jbobok • 29/5/2020 • Projeto de pesquisa • 1.684 Palavras (7 Páginas) • 168 Visualizações
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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
COORDENAÇÃO DO CURSO DE PSICOLOGIA
SERVIÇO DE PSICOLOGIA APLICADA
CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: PESQUISA EM PSICOLOGIA
PROFA. ELISA MEDEIROS
PROPOSTA DE MONOGRAFIA:
“Psicopatologias Gerenciais: Estudo do Sofrimento Psíquico por trás do Cargo Gerencial”
André B. Barcaui (061390127)
Rio de Janeiro
2008/ 1º Semestre
Índice
1. Introdução 3
2. Objetivos a serem alcançados 3
3. Plano a Desenvolver 4
4. Infra-estrutura Disponível 5
5. Bibliografia Referenciada 6
1.Introdução
Com o passar dos anos, é possível notar que os efeitos da psicodinâmica do trabalho influenciam de forma direta a saúde mental do trabalhador e por conseqüência a própria organização. Este fenômeno, apesar de reconhecidamente importante, durante muito tempo ficou restrito a intelectuais (JACQUES&CODO, 2002), gerando uma demanda crescente por técnicas, teorias e pesquisas que sustentem a evolução no conhecimento a respeito da análise da relação prazer e sofrimento no trabalho.
O aparecimento das chamadas patologias relacionadas ao trabalho pode ser constatado desde o século XIX, com problemas ligados até mesmo à higiene e a sobrevivência do trabalhador. Em função da evolução, particularmente após a revolução industrial, o grau de desenvolvimento e variedade de patologias (DEJOURS, 2002) evoluiu do ponto de vista de ocorrências, análises e estudo, porém ainda apresentando uma baixa quantidade de pesquisas relacionadas ao tema. Principalmente no que diz respeito às psicopatologias. Nota-se a proliferação de estudos ligados à ergonomia, qualidade de vida e condições de trabalho, mas são poucas as obras na área que permitem uma visão sistêmica e referencial das psicopatologias. Menos ainda, um estudo específico sobre este tipo de abordagem voltada aos gestores de empresas.
Além da escassez de material a respeito de uma área tão importante, outro fator que motiva a pesquisa a respeito de psicopatologias gerenciais é o próprio desafio do trabalho gerencial em seus mais variados papéis. Ser gestor envolve um processo contínuo de construção profissional, social, cultural e subjetiva (DAVEL& MELO, 2005). Fica a questão se todos aqueles que são alçados a cargos gerenciais também apresentam em seu repertório emocional as características necessárias para esta reestruturação psíquica que se faz necessária.
O grau de exigência sobre os gestores tem crescido ao longo dos anos, em função dos mais diversos agentes de mudança que as organizações vêm enfrentando (WIND&MAIN, 2000). A forma como estes profissionais vem lidando com essas novas exigências, dependendo de seu contexto filogênico, ontogênico e de suas condições de trabalho, pode afetar seu equilíbrio psíquico, levando a conseqüências pessoais indesejáveis tanto para o gerente quanto para a organização envolvida.
2.Objetivos a serem alcançados
A dicotomia do sofrimento e prazer no trabalho gerencial sob a ótica do estudo de psicopatologia necessita de uma abordagem epistemológica que acomode não só a organização científica, mas também uma visão psicossocial do trabalho. Sendo assim, o principal objetivo desta pesquisa é um mapeamento das psicopatologias mais comuns que acometem gestores de empresas e suas causas. Até para que em função desta análise se iniciem novas perspectivas de ajustes pessoais e organizacionais.
Como objetivo secundário, através deste mapeamento de psicopatologias gerencias, será possível ainda investigar o quanto a atuação gerencial nas organizações contemporâneas é regida pela subjetividade. O quanto a identidade de “ser gerente” assume ao mesmo tempo o papel benéfico e hostil, de sintoma e causa das transformações sofridas pelos gestores tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional.
Ao final da pesquisa, o resultado deste estudo almeja não só a compreensão e extensão do conhecimento relativo ao tema, como também o subsídio técnico-científico para organizações e profissionais que estejam possivelmente enfrentando problemas psicopatológicos no cotidiano de suas relações de trabalho.
3.Plano a Desenvolver
A pesquisa encontra-se dividida em etapas distintas, porém inter-relacionadas. A seguir é possível visualizar um esquema do plano de trabalho a ser desenvolvido:
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Figura 1. Plano de pesquisa a ser utilizado.
A primeira parte consiste de uma criteriosa revisão bibliográfica sobre artigos, livros e publicações das patologias do trabalho, incluindo evidentemente os autores que abordaram de forma mais específica as psicopatologias. Também serão revistas as pesquisas existentes sobre as características e particularidades do próprio cargo gerencial, além de uma pesquisa quanto a referências de classificações psicopatológicas e a semiologia de transtornos mentais.
A segunda parte do trabalho envolve uma pesquisa de campo com gestores em três organizações Brasileiras de diferentes segmentos[1]. Por gestores entendem-se indivíduos que tenham cargo ou papel com responsabilidade gerencial. Incluindo: gerentes de 1o nível, 2o nível, outros níveis funcionais, gerentes de projetos, e diretores. É importante notar que a classificação que se está utilizando aqui não é relativa ao cargo em si, mas principalmente em relação ao papel gerencial. Os dados a serem coletados pretendem elucidar as principais causas de sofrimento que afetam os gestores entrevistados, de forma a apontar no mapa referencial de psicopatologias, quais aquelas com maior freqüência em gerentes e qual a seu diagnóstico diferencial.
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