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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO EM PPRÁTICA SUPERVISIONADA EM ATENDIMENTO COLETIVO – ABORDAGEM COGNITIVO COMPORTAMENTAL

Por:   •  9/7/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.749 Palavras (15 Páginas)  •  715 Visualizações

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

NÚCLEO DE ESTUDO E ATENDIMENTO PSICOLÓGICO – NEAP

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO EM PPRÁTICA SUPERVISIONADA EM ATENDIMENTO COLETIVO – ABORDAGEM COGNITIVO COMPORTAMENTAL

Trabalho acadêmico apresentado como exigência para a conclusão do estágio em Prática Supervisionada em Atendimento Individual – Abordagem Cognitivo Comportamental

Nome do paciente: E.C.G.

Nº prontuário:3/2016

Estagiário terapeuta: Sarah B. da Silva Castro

Professora supervisora: Prof.ª Dr.ª Ksdy Maiara M. Sousa.

                                                            São Paulo

                                                          2017

  1. DADOS DO PACIENTE

Nome Completo: Ester Carvalho Guerreiro

Data de Nasc.: 21/01/2004

Sexo: Feminino

Estado Civil: Solteira

Escolaridade: Ensino Fundamental

  1. ATENDIMENTO

Início do Atendimento Psicológico no NEAP: 11/04//2016

Início deste Atendimento Psicológico: 05/09/2017

Término deste Atendimento Psicológico: 01/12/2017

Número de sessões deste Atendimento: 11 sessões

Número de faltas deste Atendimento: 2 faltas

  1. Motivo de consulta / HD: “Medo de cachorros” (s.i.c.); Sofreu um acidente na escola durante a aula de educação física o que acarretou graves sequelas e desde o ocorrido não retornou mais a escola. Possível HD de Transtorno de Personalidade Histriônica (CID.10 – F60.4 e 301.50 - DSM-IV).

  1. Referencial teórico: Abordagem Cognitivo-comportamental. Foram utilizados principalmente materiais referentes à ansiedade, dificuldades em relacionamentos interpessoais; comportamentos de fuga-esquiva de relações sociais; reconhecimento de pensamentos disfuncionais; enfrentamento da situação.

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V. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

        

        A terapia cognitiva comportamental surgiu no início dos anos 60, através do psiquiatra Aron T. Beck, por meio de pesquisas com pacientes deprimidos. Ele percebeu que pacientes depressivos tinham visão distorcida de si mesmo, do mundo ao seu redor e de seu futuro, a chamada tríade negativa, que tem formação na infância. Conclui-se então que, o pensamento negativo distorcido altera nosso humor e consequentemente nosso comportamento. Ainda segundo o autor a terapia cognitivo comportamental também conhecida como TCC, explica que o que nos afetam não são os acontecimentos e sim a forma que os interpretamos.

        Segundo Beck (1997) as formas de tratamento pela terapia cognitiva baseiam-se tanto em uma formulação cognitiva de um transtorno específico como em sua aplicação à conceituação ou entendimento do paciente individual. O terapeuta busca produzir a mudança cognitiva – mudanças no pensamento e no sistema de crenças do paciente –, visando promover mudança emocional e comportamental duradoura.

Como parte da queixa da paciente se referia à ansiedade, cabe-nos conceituar tal termo. Assim, para Dalgalarrondo (2008) as síndromes ansiosas são ordenadas inicialmente em dois grupos: quadros em que a ansiedade é constante e permanente (ansiedade generalizada, livre e flutuante) e quadros em que há crises de ansiedades abruptas e mais ou menos intensas, são as chamadas crises de pânico, que podem ocorrer de modo repetitivo. 

Ainda segundo o autor a ansiedade é uma emoção comum a todos nós e está presente em nosso dia-a-dia, mas nem sempre sabemos como lidar com ela e com sua repercussão em nossas vidas. Além da inquietação e do nervosismo, muitos sintomas podem estar associados a ela, como tensão, falta de ar, palpitação, tremor, irritação, tontura, ondas de calor, arrepios de frio, dificuldade em se concentrar, fadiga, entre outros, muitos dos sintomas apresentados pela paciente durante as sessões.

    Dalgalarrondo (2008) aponta que ansiedade pode aparecer em diferentes contextos e às vezes de modo bastante específico, como nos transtornos ansiosos, ela pode estar ali, conosco, quando encaramos a falta de controle e a possibilidade de não aceitação pelo outro tal característica pode ser observado no relato da pacientes, quando esta trouxe em suas falas situações de que sofria bulling na escola e as relações ruins que possui com professores e diretores à medida que não lhe dão a atenção que julga merecer.

Conforme Dalgalarrondo (2008) as pressões cotidianas tendem a aumentar nossa ansiedade, as preocupações com o trabalho, a família, o relacionamento com as outras pessoas, preocupações financeiras e tantas outras acabam somando-se. O estresse, muitas vezes, é expresso através da ansiedade, como no caso de E. a pressão para que volta a escola.

Outras técnicas utilizadas em atendimento no que se concerne as habilidades sociais do paciente, incluem o role play, que Wright et al (2008, p. 83), explicam que, nessa técnica:

O terapeuta faz o papel de uma pessoa na vida do paciente – como o chefe, a esposa, um dos pais ou um filho – e depois estimula uma interação que possa trazer à tona os pensamentos automáticos. Os papéis também podem ser invertidos, ou seja, o paciente faz o papel da outra pessoa e o terapeuta, o papel do paciente. (WRIGHT et al, 2008, p. 83)

Os autores ainda salientam que precisamos observar, “as implicações para a relação terapêutica, e os limites entre paciente e terapeuta precisam ser levados em consideração, ao resolver utilizar essa abordagem”. E complementam ao dizer que se levando em conta estas precauções, “o role play pode ser um método especialmente útil para revelar pensamentos automáticos e normalmente é visto pelos pacientes como uma demonstração positiva do interesse e preocupação do terapeuta”.

        Pensando ainda sobre as habilidades sociais, Wright et al, retratam o ensaio cognitivo e comportamental como:

As três palavras mais importantes para prever o sucesso na mudança de esquemas são prática, prática e prática. Como o insight apenas raramente é suficiente para reverter crenças nucleares arraigadas, será preciso elaborar estratégias para ajudar seus pacientes a testarem esquemas revisados em situações reais, aprenderem com suas conquistas e obstáculos e desenvolverem habilidades para agir de maneira diferente. Normalmente, o treinamento de possíveis modificações de esquemas começa nas sessões e depois se estende, por meio de tarefas de casa, para a vida cotidiana. (WRIGHT et al, 2008, p. 154)

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