RESENHA CRÍTICA DO FILME “UM SENHOR ESTAGIÁRIO”
Por: samyt • 7/4/2021 • Trabalho acadêmico • 1.226 Palavras (5 Páginas) • 2.051 Visualizações
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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
JÉSSICA SILVANO GOULART
SÂMARA RAVINE CORREA TASCA
RESENHA CRÍTICA DO FILME “UM SENHOR ESTAGIÁRIO”
Palhoça
2020
JÉSSICA SILVANO GOULART
SÂMARA RAVINE CORREA TASCA
RESENHA CRÍTICA DO FILME “UM SENHOR ESTAGIÁRIO”
Resenha crítica apresentada à Unidade de Aprendizagem Desenvolvimento Humano no Trabalho e nas Organizações do Curso de Psicologia da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.
Prof. Vanderlei Brasil
Palhoça
2020
Ben Whittaker, interpretado por Robert De Niro, é um homem de 70 anos aposentado e viúvo. Mesmo exercendo diversas atividades, se sente constantemente entediado. Ele perdeu sua motivação e com isso, precisa buscar alguma ocupação, algum propósito. Eis que surge uma oportunidade de trabalhar como estagiário sênior em uma empresa de e-commerce em ascensão, num programa ofertado para idosos. Ben, passa no processo seletivo onde é designado para trabalhar diretamente com Jules Ostin, interpretada por Anne Hathaway. A personagem é jovem, casada, mãe de uma filha, criadora e administradora da empresa. O filme não focaliza o choque de gerações, a mensagem que ele transmite é sobre a troca de aprendizagens onde as experiências se tornam multiplicadores.
De forma sutil e engraçada, o filme aborda questões polêmicas e dramáticas como a diferença de gerações, a ascensão da mulher no mercado de trabalho, homens que optam por serem “donos de casa”, a influência da tecnologia no comportamento atual, relação pais e filhos, traição, a corrida contra o tempo, o namoro na terceira idade e o retorno ao trabalho depois de se aposentar (ARRAIS, 2016).
Segundo Codo (2006, p.65), o trabalho é uma atividade humana por excelência, entendido como o modo pelo qual transmitimos significado à natureza; a identidade demanda de significados para se estabelecer, comparecendo o trabalho, portanto, como um dos elementos essenciais na constituição da identidade (apesar de não ser o único). Na trama, o personagem Ben, de 70 anos, cansado da rotina monótona que se encontra desde a aposentadoria e viuvez, vê no estágio para idosos, uma possibilidade de se reinventar. O trabalho, como integrante e parte constitutiva da identidade, revela a importância que o exercício laboral assume na vida dos indivíduos.
Durante a exibição das primeiras cenas, é possível perceber o personagem buscando maneiras de se reinserir na sociedade. Ben viaja por um tempo, pratica ioga, fez aulas de mandarim, frequenta o Starbucks pontualmente todos os dias, faz compras, cozinha, entre outras atividades. Em sua concepção, a aposentadoria, que lhe proporciona muito tempo livre, é um “exercício incessante de criatividade”. Porém, mesmo com todas as atividades que realizava, sentia que existia um vazio que deveria preencher. Cansado da rotina a qual seguia, surge a oportunidade de participar do estágio ofertado pela empresa de Jules.
O homem se faz a si mesmo e se eleva como ser humano justamente através de sua atividade prática, com seu trabalho (ALBORNOZ, 1986, p.50). Seja por questões econômicas, realização pessoal ou até mesmo reconhecimento, o trabalho assume um papel significativo, oportunizando trocas sociais e fazendo com que o indivíduo construa seu espaço na sociedade por meio de seus direitos e obrigações. Dessa forma, o personagem Ben ressalta a importância da inserção de idosos no mercado de trabalho, visto que, exercer uma atividade laborativa é um dos meios de proporcionar à estes indivíduos que já são hostilizados pela ideia preconcebida de fragilidade e improdutividade, status social de importância e valoração diante da sociedade.
Ben, representa a figura do idoso, que está apto e disposto à exercer atividades desenvolvidas dentro de um ambiente de trabalho. O ingresso à empresa acontece através de um vídeo de apresentação enviado online (contrapondo a maneira convencional do currículo), reforçando a inovação dos recursos utilizados no processo de seleção. Dessa forma, entendemos duas questões: a reinserção do idoso no mercado de trabalho frente as novas tecnologias e como o mercado de trabalho não está preparado para atender estes profissionais. Consequentemente, o idoso acaba se tornando vítima de sua condição física e mental, devido à estas divergências.
Cada pessoa cumpre vários papéis sociais na vida real. Suas características de personalidade mesclam-se as variáveis externas no desempenho de cada papel, dando a este um colorido ou “marca” absolutamente singular (MOSCOVICI, 2010, p.27). Partindo dessa premissa, abordamos a relação criada entre Ben e Jules. Durante a exibição de algumas cenas, é possível observar que o vínculo criado se estende para além do ambiente de trabalho, fazendo com que os personagens protagonizem conversas que abordam desde problemas relacionados à empresa, até dilemas familiares. Num dos diálogos, Ben relata a admiração que sente pela profissional onde diz: “Não estou tentando puxar o seu saco mas já trabalhei muito na vida e nunca encontrei ninguém como você, você inspira Jules”.
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