Reconhecimento de emoções e VFC
Por: mca1994 • 6/10/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 3.249 Palavras (13 Páginas) • 152 Visualizações
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2º Semestre do 2º Ano do Mestrado integrado em Psicologia
Neurociências Cognitivas
Trabalho experimental[pic 2]
Docente: Professor Alexandre Fernandes
Discentes:
Mariana Alves, nº 22442
Miguel Correia, nº 22788
Ana Farinho, nº 22802
Turma A
ÍNDICE
Página
Introdução…………………………………………………………….………....... 3
Metodologia……………………………………………………………………..... 6
Participantes…………………………………………………………….… 6
Materiais e equipamento………………………………………………..….6
Procedimento…………………………………………………………….... 6
Resultados ………………………………………………………….….…….......... 8
Discussão…………………………………..…………………………………….... 10
Referências……………………………………………….……………………….. 11
INTRODUÇÃO
A análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) está a emergir como uma medida objetiva das diferenças individuais na resposta da regulação emocional, particularmente na forma como se relaciona com processos sociais e com a saúde mental. VFC é uma medida da interação contínua entre as influências dos sistemas simpático e parassimpático sobre a frequência cardíaca que fornece informações sobre a flexibilidade do sistema autónomo e, assim, representa a capacidade para a regulação da resposta emocional.
De acordo com Appelhans e Luecken (2006), as medidas de VFC derivam da estimativa da variação entre um conjunto de intervalos entre batimentos, temporalmente ordenadas. A obtenção de uma série de intervalos entre batimentos requer uma medida contínua da frequência cardíaca, geralmente o eletrocardiograma (ECG). Uma configuração simples que usa elétrodos no braço direito e perna esquerda é suficiente para análise da VFC. Devem ser recolhidas amostras a uma velocidade suficientemente rápida para proporcionar um sinal de alta resolução (por exemplo, 500-1000 Hz; Berntson et al., 1997). Após essa recolha, a série de intervalos entre batimentos deve ser corrigido para batimentos anormais e elementos que não são naturais do coração (ver Kamath & Fallen, 1995). As análises estatísticas são frequentemente relatadas e podem ser computadas para representar a VFC global ou VFC em frequências diferentes (ver Kleiger , Stein, Bosner , & Rottman , 1995).
O sistema envolvido na geração da excitação fisiológica é o sistema nervoso autónomo (SNA). O SNA é subdividido em dois outros sistemas, o sistema nervoso simpático (SNS), excitatório, e o sistema nervoso parassimpático (SNP), inibitório, que muitas vezes interagem de forma antagónica de modo a produzir diferentes graus de excitação fisiológica. Durante o stress físico ou psicológico, a atividade do SNS torna-se dominante, produzindo excitação fisiológica para ajudar na adaptação à nova situação. Um aumento da pulsação, ou do ritmo cardíaco, é característica deste estado de excitação. Durante os períodos de relativa segurança e estabilidade, a SNP é dominante e mantém um menor grau de excitação fisiológica e a frequência cardíaca diminui. A facilidade com a qual um indivíduo pode fazer a transição entre os estados de alta e de baixa estimulação é dependente da capacidade do SNA para variar rapidamente a frequência cardíaca.
O coração é enervado pelo sistema simpático e parassimpático, do SNA, que exercem uma influência reguladora sobre a frequência cardíaca, influenciando a atividade do marcapasso primário do coração, do nódulo sinusal. O nódulo sinusal gera potenciais de ação que afetam todo o tecido cardíaco. A ativação de fibras simpáticas tem uma influência excitatória sobre a taxa de disparo do nódulo atrioventricular e, entre outras coisas, resulta num aumento da frequência cardíaca. Em contraste, a ativação do sistema parassimpático tem uma influência inibitória sobre a atividade e produz a diminuição do ritmo cardíaco.
Alternativamente, pode-se dizer que os dois sistemas regulam os intervalos de tempo entre batimentos consecutivos, ou os intervalos entrebatidos. O SNP e SNS agem de forma antagónica ao influenciar a atividade cardíaca. Por exemplo, um aumento da frequência cardíaca pode surgir a partir de qualquer aumento da atividade simpática ou diminuição da inibição parassimpático. Apesar de ambos os sistemas exercerem uma influência constante sobre a frequência cardíaca, a influência do sistema parassimpático é predominante em repouso e serve para manter a frequência cardíaca de repouso bem abaixo da taxa de disparo intrínseca do nódulo sinusal.
A capacidade do SNP para modular rapidamente a atividade cardíaca permite a flexibilidade para responder às exigências ambientais que originam excitação fisiológica e emocional. Devido à diferença das suas latências de ação, as oscilações da frequência cardíaca produzidos pelos dois sistemas autónomos ocorrerem em diferentes velocidades, ou frequências.
A teoria CAN - Central Autonomic Network relaciona a VFC com a regulação dos estados emocionais. O modelo de integração neurovisceral vê o CAN como o centro de comando neurofisiológico que governa elementos cognitivos, comportamentais e fisiológicos na regulação dos estados emocionais (Hagemann, Waldstein, e Thayer, 2003; Thayer & Lane, 2000). O CAN faz isso através da inibição de outras respostas possíveis. Esta inibição necessita de uma comunicação recíproca entre os componentes do sistema (por exemplo, ciclos de resposta) sensível às condições iniciais do mesmo, e a existência de múltiplos caminhos para uma resposta (por exemplo, combinações da atividade do sistema simpático e parassimpático), todos elementos de um sistema neuro visceral dinâmico (Thayer & Seigle, 2002). Tal inibição é pensada para ser mediada sinapticamente no cérebro e na periferia (Thayer e Friedman, 2002). A partir desta perspetiva, a VFC pode ser considerada um substituto para a capacidade do CAN de regular o tempo e magnitude de uma resposta emocional através da inibição de acordo com fatores contextuais. Esta teoria especifica o papel crítico para a inibição do sistema parassimpático, mediada pela excitação do sistema autónomo na expressão e regulação emocional e acredita que as medidas de VFC são informativas sobre a capacidade dos indivíduos para este aspeto da regulação da resposta emocional.
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