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Relatório Estágio: Existencialismo: Um breve histórico

Por:   •  16/11/2016  •  Relatório de pesquisa  •  4.915 Palavras (20 Páginas)  •  1.391 Visualizações

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SUMÁRIO

Introdução        

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA        

1.1 Existencialismo: Um breve histórico        

1.2 A. Kierkegaard (1813-1855)        

1.3 Edmund Husserl (1859-1938)        

1.4 Martin Heidegger (1889-1976)        

1.5 Jean Paul Sartre (1905-1980)        

1.6 Fenomenologia: método e pressupostos.        

1.7 Terapia Vivencial        

1.8 Principais conceitos:        

REFERÊNCIAS        


Introdução

O trabalho descrito apresenta a fundamentação teórica da abordagem Fenomenológica Existencial, sua base e os pontos mais significativos da filosofia existencial e da psicologia existencial. São destacados os filósofos que tiveram uma significativa contribuição para a psicologia existencial, o método fenomenológico, os principais conceitos dentro da presente abordagem. A seguir, serão abordados dados referentes à cliente atendida, e discussão sobre o caso. Por fim, serão trazidas através das considerações finais as vivencias de estagio especifico II no Centro de Psicologia Aplicada – CPA, da Universidade Paranaense – Unipar.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Existencialismo: Um breve histórico

        Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Europa vivia sufocada numa crise de modo geral (política, econômica, social, moral), em meio a isso, surge o movimento filosófico existencialista. Com os acontecimentos da guerra, se instalou um clima de desesperança e desanimo, principalmente entre os jovens, que desacreditavam dos valores da burguesia tradicional e da capacidade que o homem tinha de resolver os conflitos de uma forma racional em relação às contradições da sociedade (PENHA, 2001)

        Segundo o mesmo autor, o existencialismo surge e começa a se desenvolver em meio a essa crise, se manifestando à medida que suas idéias traziam esclarecimento a respeito do momento histórico em relação à crise que estava sendo vivida. Alem de ser uma doutrina filosófica, o existencialismo passou também a ser identificado como um estilo de vida, uma forma de comportar-se. A sociedade tinha na imaginação que o existencialista tinha uma aparência descuidada, muito cabelo e mal cuidado, não era uma pessoa com costumes de higiene e totalmente contrario as regras sociais.

        Para Penha (2001), a visão que se tinha era que os existencialistas tinham uma reflexão filosófica mórbida, sombria, que se preocupava em explorar o lado sórdido da existência humana, e que se fixavam nas exceções da visa. Em contrapartida, os existencialistas afirmavam que não podiam ser julgados diante dos padrões sociais estabelecidos, pois tinham como projeto (palavra chave no vocabulário existencialista) lançar as bases de uma nova moral.

        Continuando com o mesmo autor, o termo existencialismo é latino, e deriva do verbo esse, ser. Quando os latinos faziam suas meditações filosóficas, e pensavam aquilo que é, diziam estar pensando na essência da coisa. Somente anos mais tarde, surgiu em latim à palavra Existentia, existência, em sua origem, significa mostrar-se, exibir-se, movimento para fora.

        Essa é a razão de denominar existencialista toda filosofia que se dirige diretamente da existência humana. O existencialismo, conseqüentemente, é a doutrina filosófica que foca sua reflexão sobre a existência considerada em seu aspecto individual, particular e concreto (PENHA, 2001).

        Por existencialismo entende-se “o conjunto de doutrinas segundo as quais a filosofia tem como objetivo a analise e a descrição da existência concreta, considerada como ato e como uma liberdade que se constitui afirmando-se e que tem unicamente como gênese ou fundamento esta afirmação de si” (JOLIVET, 1975 IN ERTHAL, 1999).

        O existencialismo moderno, enquanto movimento, surgiu na França há mais ou menos quarenta anos, e ainda prossegue seu trajeto, embora não exiba mais o mesmo vigor de suas manifestações. Filosoficamente o existencialismo origina-se da meditação religiosa do pensador dinamarquês Sorën A. Kierkegaard (PENHA, 2001).

 1.2 A. Kierkegaard (1813-1855)

        

Kierkegaard escreveu todas as obras com base em sua própria vida. Seu pensamento surgiu a partir da luta de consciência diante de sua condição de existir. A condição de sua filosofia estava na relação ajustada entre existir como individuo e a consciência desse existir. Ele é considerado o primeiro representante da filosofia existencial, e o primeiro a se interessar em compreender a existência a partir de uma concepção inerente. Estudou teologia em Copenhage, assim entrou em contato com a filosofia de Hegel e logo o questionou pela marcante indiferença a existência concreta do individuo que seu raciocínio acreditava. (ERTHAL, 2004)

        Segundo a mesma autora, Kierkegaard afirmava que a existência não podia ser objeto desse saber enigmático, pois a subjetividade transcende a própria linguagem racional. Preocupou-se então, em construir uma filosofia sobre a existência, opondo-se as idéias racionais como as de Hegel. Ele acredita que o sujeito e o objeto são uma única coisa, ou seja, são partes de uma mesma organização. Basta entender existindo, viver as experiências ao invés de somente observá-las. A verdade se pauta na própria existência, dessa forma, não existe verdade absoluta. Ela existe para o individuo conforme a ação que ele a produz.

        A escolha constitui uma das noções mais importantes da sua filosofia. A escolha é privada de lógica, mais não de uma psico-lógica: o que o individuo faz, depende do que ele quer, do que escolhe, não do que compreende racionalmente. Porem, nenhuma escolha é feita sem gerar angustia, cada escolha é um risco pela própria incerteza, existir é fazer uma escolha, e essa escolha é necessária e livre: o individuo é obrigado a fazer opções para existir, porem isso gera angustia e desespero. O nada é a ausência do desespero, o que é impossível de ser vivido.

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