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Relatório de Atendimento

Por:   •  12/6/2024  •  Trabalho acadêmico  •  4.537 Palavras (19 Páginas)  •  43 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA PSICOPATOLOGIA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

RELATÓRIO PSICOLÓGICO

Docente: Profa Dra Carmem Beatriz Neufeld Discentes: Bruna Domingues (10415294) Felipe dos Reis (11217019) Gabriel Augusto Ospedal (10283687) Juliana Dias (4118606) Laura Ramos (11216999)

Ribeirão Preto 2022

Caso 1 - Ana Beatriz

1. IDENTIFICAÇÃO

Ana Beatriz tem 5 anos e estuda no período da tarde em uma escola particular. Os pais, Carlos (51 anos) e Bruno (44 anos), adotaram Ana Beatriz quando ela tinha 2 anos e 4 meses depois de um longo processo de adoção (7 anos).

Ana mora somente com os pais, ficando a maior parte do tempo com Carlos. Este cuidador é responsável por cuidar da menina durante a manhã e, neste período, pai e filha brincam. Ana também realiza outras atividades pela manhã, como ver TV, usar o celular, almoçar e se arrumar para ir para a escola, na qual fica até às 17h30. Em relação a outras atividades, Ana tem aulas de natação duas vezes por semana.

2. QUEIXA PRINCIPAL

Os pais de Ana Beatriz procuraram atendimento por encaminhamento da escola que apontou presença de dificuldades emocionais e comportamentais que estão influenciando na aprendizagem e socialização da menina. Carlos e Bruno também apontaram que a filha tem acessos de raiva quando é contrariada, de modo a gritar, jogar coisas no chão, chorar e se jogar no chão.

3. SINTOMAS

Conforme apresentado, Ana Beatriz apresenta crises de raiva quando é contrariada, sendo que tal atitude ocorre em lugares públicos e em casa. Nesses acessos de raiva, a menina costuma gritar e chorar muito, chegando até a se jogar no chão.

Durante as brincadeiras, Ana Beatriz também não gosta de ser contrariada e se mostra inflexível para mudanças em brincadeiras ou atividades novas. Ela inventa suas próprias brincadeiras de acordo com seus interesses e protesta sempre que uma sugestão de mudança surge, ficando bastante irritada em casos de insistência. Em relação a esses interesses, Ana apresenta uma fixação em trens e no desenho infantil “Thomas e Seus Amigos” .

De modo geral, Ana também não interage muito com os outros durante as brincadeiras, brincando sozinha e ficando sem conversar mesmo quando está ao lado de alguém. Mesmo na presença de apoio, a menina apresenta dificuldades na interação social, como visto no encontro com a outra criança na recepção da psicoterapia. Além disso, Ana não estabelece muito contato visual quando falam com ela.

Destaca-se também que , quando está muito empolgada, Ana

costuma andar com a ponta dos pés, algo que acontece em casa e na escola. Nesses momentos, também é possível observar que a menina apresenta comportamentos repetitivos, como balançar o corpo ou girar em torno de si. Ademais, Ana apresenta episódios de ecolalia, repetindo sílabas e frases por um bom tempo, e pensamentos fantasiosos. Outro comportamento de Ana observado é colocar na boca qualquer objeto que seja novo para ela.

Na escola, as professoras afirmam que Ana não presta muita atenção nas atividades. Se não se interessa por algo, fica olhando para os lados e imitando trenzinhos. Quando está com outras crianças, não necessariamente está inserida da brincadeira, mas apenas imita os movimentos dos outros. Embora os colegas de escola tenham paciência com Ana, ela não consegue se relacionar muito bem com eles, chegando até a brigar com os mesmos. Quando ela fica brava com algo, muitas vezes é preciso tirá-latira-laá da sala, e nesses momentos os movimentos repetitivos que ela costuma fazer aparecem.

Em relação às atividades acadêmicas, Ana costuma precisar de ajuda para manter a atenção e concentração em uma tarefa, porém isso é algo que outros alunos também precisam. Segundo a professora, Ana possui dificuldade de expressar a sua “leitura de mundo”, mas ela tem as inteligências preservadas. Além disso, a paciente apresenta algumas dificuldades relacionadas à escrita no processo de alfabetização, porém sem atraso.

4. INÍCIO E CURSO

Ana foi adotada com dois anos e quatro meses de idade e, antes disso, morava em um abrigo. Não existem informações de como foi a gravidez e desenvolvimento prévio da menina antes de ser adotada. Segundo relatos, Ana era agitada no abrigo e não tinha o hábito de brincar com outras crianças, mas sempre estava brincando de empilhar os brinquedos disponíveis sozinha e se mexendo de um lado para o outro. Desde que foi adotada, Ana sempre foi muito amada por sua família e representa uma conquista para Carlos e Bruno.

Ana não tem muito contato com outras crianças fora da escola, mas está sempre brincando com algo. Segundo seus pais, ela é bem fácil de agradar por brincar com coisas simples, como brinquedos de empilhar ou montar e trens. Contudo, nos momentos em que Ana é contrariada, seja durante brincadeiras ou durante outras atividades, a menina apresenta comportamentos de raiva com gritos e choros.

Na escola, Ana costuma precisar de ajuda para prestar atenção no conteúdo ministrado, por isso, professoras assistentes costumam auxiliar a menina para que ela mantenha atenção e concentração nas aulas. Atualmente, ela está em processo de alfabetização e apresenta algumas

Comentado [1]: Acho que valeria apontar que não só durante as brincadeiras, mas ela faz isso em vários momentos

durante as brincadeiras

dificuldades relacionadas a isso, mas tais dificuldades não são preocupantes por hora, pois estão dentro do padrão em comparação à outros colegas de turma.

Já no que diz respeito a outras atividades escolares, como atividades lúdicas e momentos de brincadeiras e interação com outras crianças, Ana continua não prestando atenção, principalmente naquilo que não a interessa. As professoras notam que ela apenas imita os comportamentos das outras crianças, inclusive durante brincadeiras, na qual ela normalmente não está inserida de fato. Às vezes, por não terem uma boa relação, Ana e as outras crianças brigam, e a menina geralmente precisa ser levada a um outro ambiente para se acalmar.

Foi a partir das dificuldades emocionais e comportamentais de Ana na escola que a instituição encaminhou a menina para acompanhamento psicológico, pois os mesmos estavam afetando os

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