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Resenha A primeira entrevista em psicanálise

Por:   •  19/4/2019  •  Resenha  •  672 Palavras (3 Páginas)  •  881 Visualizações

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Resenha do livro “A primeira entrevista em psicanálise”

A psicanalista Maud Mannoni nascida em 23 de outubro de 1923, traz em sua obra “A primeira entrevista em psicanálise”, diversos conteúdos associados a primeiras entrevistas de clinica realizadas com crianças, onde são abordados através de alguns capítulos, pontos essenciais a serem observados nessa entrevista inicial, não só em relação a criança, mas também os pais destas. O grande destaque percebido desde o inicio das leituras é a presença de certos desajustes por parte da criança, especialmente em questões que envolvem problemas de âmbito escolar.

Inicialmente o livro possui um prefácio escrito por Françoise Dolto, a qual trás sua visão sobre os assuntos abordados na produção de Mannoni. Além disso, Dolto também apresenta breves conceitos fundamentais da psicanálise, que visam auxiliar no entendimento dos casos relatados nas entrevistas iniciais, destaca-se nesse sentido as questões edipianas. O prólogo por sua vez, começa a introduzir de que forma os assuntos serão abordados, sendo esses divididos em dois capítulos no início, o primeiro relata as situações e o segundo com base nestas informações, busca dar sentido aos sintomas.

No capítulo 1 são apresentados 30 casos de primeira entrevista realizadas com crianças e alguns adolescentes, as quais são agrupadas de acordo com seus conteúdos, resultando nas seguintes categorias: desordens escolares, dificuldades caracteriais, reações somáticas e por fim inícios de uma psicose. A dica a ser seguida é ler uma das categorias e seguir até o capítulo 2, onde são expostos os sintomas e seu significado, portanto, esta parte tenta trazer explicações sobre todos os casos apresentados anteriormente.

A autora trabalha muito com a importância de ser identificado pelo analista, o que não está sendo comunicado por meio de palavras e que acaba por manifestar-se em sintomas, que em quase todos os casos, acaba por ter a criança como sua principal demonstração. Também discute sobre a necessidade de perceber as desordens familiares, onde os pais acabam negando tais desordens perante as crianças, o que acaba por ser muito mais danoso a elas, como a própria autora nos traz, a situação real por vezes não é o que faz mal a criança e sim a mentira, ou aquilo que não é dito.

Outras constatações da autora giram em torno de repetidos casos, onde por parte dos pais surge um compromisso de que seus filhos devem realizar seus sonhos perdidos, contudo, quando a criança nega essa posição, é gerada nela muito incomodo, que podem e como foi observado, costumam gerar sintomas, sendo estes por entremeio de seus pais. O sintoma apresenta-se como uma maneira de pedir ajuda para conseguir consolidar-se no simbólico. Dentro de todas as observações é notório a necessidade de tratar as crianças antes destas se tornarem irrecuperáveis, trabalhando deste o inicio para auxiliar esse publico a adquirir sentido frente as demandas trazidas para o analista.

No decorrer do livro são trabalhadas algumas considerações sobre os exames psicológicos, onde Mannoni trata de sua utilização como um meio, uma ferramenta e não como um fim, ou seja, os resultados por si só. O produto obtido através dos testes, deve ser considerado levando em conta algumas questões, como por exemplo, o histórico de vida do sujeito testado. Nesse sentido a autora cita que existe uma banalização sobre as avaliações feitas pelos psicólogos em geral, mostrando assim as dificuldades e a atenção que se deve ter ao fazer uso de tais ferramentas dentro desse processo de análise.

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