Resenha Além do princípio do prazer

ALUNO: Augusto S. de Oliveira        

Resenha Além do princípio do Prazer.

A partir do ponto de vista econômico, Freud sugere que o aparelho psíquico se esforça em manter níveis diminuídos de excitação ou a constância dessa excitação. Isso não implica que o objetivo seja sempre alcançado, às vezes há a repressão desse conteúdo mesmo que parcialmente. Neste caso o princípio do prazer, pode ser substituído pelo princípio de realidade, temporariamente havendo um adiantamento da obtenção do prazer.

        O estudo e a interpretação dos sonhos são métodos confiáveis na investigação dos processos mentais mais profundos, tendo como base que o sonho  seria uma via de realização dos desejos do ego, regido pelo princípio do prazer, Freud questiona os sonhos traumáticos não serem regidos pelo princípio do prazer, sabendo que estes são fontes de desprazer para o psiquismo que tendem a repetição, levando o paciente de volta ao seu acidente, através de uma fixação no seu trauma.

        Ao tentar entender esses sonhos traumáticos Freud afirma que existe uma barreira pré consciente voltada para fora, esta filtraria os estímulos recebidos do exterior, selecionando em partes, o que seria processado pelos órgãos captadores. Afirma que este sistema funciona através da energia investida nessa barreira, e que nem sempre essa barreira tem energia investida suficiente para os estímulos que vem do exterior, portanto quando estímulos muito enérgicos colidem essa barreira não preparada, acontece o que ele chama de "susto", que causariam elevadas tensões no psiquismo,e que eventos assim seriam capazes de gerar traumas.

        Quando Freud observa um menino de um ano e meio, de posse de um carretel com um cordão, a criança, arremessava o carretel para perto de uma cortina, onde o objeto desaparecia, depois ele mesmo o resgatava, trazendo-o de volta, e repetia, durante o processo vocalizava algumas palavras "fort" e "da" que significam foi embora e está aqui. Sua mãe precisava se ausentar por algum tempo, e a criança compensava seu desprazer encenando ele mesmo, o desaparecimento e retorno do objeto, onde ele passa a ter a atitude ativa de domínio, infligindo ao companheiro da brincadeira (mãe) todo o evento desagradável que aconteceu com ela mesma, assim se vingando.

        Dessa forma o autor percebe que mesmo sob o domínio do princípio do prazer, existem caminhos para transformar o que é em si desprazeroso, em objeto de recordação e processamento psíquico, Freud explica essa tendência a compulsão e repetição advém do recalcado inconsciente, e só irá se manifestar através dos alargamentos do processo terapêutico.

        As tendências obsessivas e repetitivas também são observadas por Freud na transferência, onde situações afetivas dolorosas são revivenciadas pelos neuróticos, sem qualquer possibilidade de prazer para nenhuma estância do psiquismo, concluindo então há uma coação [Zwang] que obriga essa repetição.