Resenha: Patch Adams (PSI Hospitalar)

“Patch Adams: o amor é contagioso” é um filme baseado em história real que traz em seu bojo uma proposta de atuação em saúde mais humanizada, bem como um novo modo de uso das estruturas estática e dinâmica da instituição.

O perfil profissional atribuído aos médicos convencionais na trama apresenta características como a falta de sensibilidade e atenção para lidar com seus pacientes, considerando estes como patologias e não como pessoa. Preocupam-se somente com procedimentos técnicos e burocráticos.

O protagonista, Hunter Adams, é um paciente internado voluntariamente em um hospital psiquiátrico após uma tentativa de suicídio. Logo percebe que os protocolos de atendimento da instituição não colaboram com o tratamento dos pacientes. Por meio da socialização com os outros internos, percebeu que uma aproximação mais amistosa, descontraída e humana contribuem para uma melhor qualidade.

Hunter “Patch” Adams, após a experiência da internação, decidiu entrar para a faculdade de medicina, com o intuito de pôr em prática seus ideais. Sua proposta se baseava na utilização de um método diferente de tratar os pacientes: o riso. Patch usa do humor para estabelecer vínculo com os pacientes, minimizando as angústias que o processo de doença provoca. Aos poucos, o ambiente hospitalar adquire novo aspecto e Patch desenvolve uma ótima habilidade de manejo da relação com os pacientes.

O contraste entre os métodos de Patch e os procedimentos tradicionais dos outros médicos pode ser considerado uma metáfora da dificuldade imposta pela resistência conservadora à implantação de medidas pioneiras. As imposições e proibições feitas a Patch acabam por, indiretamente, expor os impactos positivos de sua prática alternativa, uma vez que os pacientes estavam melhorando e após a censura dos superiores do hospital, passam a demonstrar insatisfação, estresse e acusam o retrocesso no tratamento.

Tendo como principal empecilho a instituição em que atuava, Patch resolve alterar essa variável e então, juntamente com outros parceiros, propõe-se a montar uma organização em que é possível aplicar seus métodos a fim de fornecer uma melhor qualidade de vida aos pacientes. Porém o empreendimento não se sustenta por muito tempo e devido a problemas de administração e de recursos, a ideia  é um hospital com filosofia diferente da tradicional precisa ser adiada até, no mínimo, sua formatura.

A história de Patch Adams indica que o profissional de saúde deve levar em consideração que se está lidando com seres humanos e, portanto, é necessário levar em consideração os sentimentos dos pacientes; ter mais sensibilidade. Não se trata, meramente, de aplicar conhecimentos técnicos a partir de uma relação fria de distanciamento extremo. É preciso entender que cada paciente é como um universo único, que necessita de atenção específica, diferenciada.

Patch Adams foi capaz de perceber uma lacuna nos métodos tradicionais de tratamento da pessoa do paciente para desenvolver uma abordagem alternativa, encarando o paciente como ser humano e não doença. A partir disso, pode-se construir caminhos sobre como deve ser a relação entre profissional e paciente a fim de que seja saudável.