Resenha do Filme: E Seu Nome é Jonas
Por: Sara Caroline • 2/11/2016 • Resenha • 538 Palavras (3 Páginas) • 739 Visualizações
Os seres humanos, como um todo, temem o desconhecido e ao invés de tomar conhecimento a respeito, tendem a inibi-lo. O que causa a intolerância e o preconceito. E as deficiências- física, mentais, sensoriais-, até os dias atuais, são grandes alvos da intolerância, simplesmente pelas pessoas terem “aversão” ao diferente, o que as impossibilita de adquirirem o conhecimento necessário para que haja entendimento a respeito.
A sociedade que se considera “normal”, de forma agressiva e desrespeitosa, impõe “barreiras” que separam, os não deficientes dos deficientes, incentivando a intolerância e ignorância em relação as diferenças humanas. Por exemplo, no filme, em seu aniversário Jonah ganha uma bicicleta de presente de seu pai e é levado a rua para pedalar por seus pais e irmão, um carro praticamente o “atropela” (pois, ele não ouviu a buzina ou os chamados do motorista) e a vizinha diz a seu pai, que ele é o culpado, pois “não deveria deixar um menino assim na rua. ”; ou seja, que ele tinha de viver trancado em casa por ser surdo.
É estereotipado, há muito tempo, que as pessoas “diferentes” devem se adequar ao mundo das “pessoas normais” para que possa viver entre elas, e não o contrário. Ao longo do filme, é dito diversas vezes ” O mundo é dos ouvintes. ”; o que deixa clara a visão de que para que um surdo viva no mundo “normal”, é necessário que ele haja como um ouvinte mesmo que não o seja ou será “apenas um surdo”, ou seja, um “excluído social”.
A intolerância só pode ser “combatida” com o conhecimento, que causará o entendimento da condição humana e suas particularidades e possibilitara a convivência e respeito necessários para com todos sem que haja mais distinções.
No filme, a mãe de Jonah, com o intuito de que ele fosse um “menino normal”, o levava a um “instituto de ensino para surdos” que pregava o ensino da fala e leitura de lábios, para que pudesse “viver entre os ouvintes” e proibia a língua de sinais. No entanto, depois de alguns acontecimentos, e de ela conhecer outras pessoas surdas que a fazem compreender o “mundo” do filho; ela se dá conta de que ele “não é igual a ela” e aceita quem ele é, e que o melhor para ele é a língua de sinais. Ou seja, após ela obter mais conhecimento a respeito, ela foi capaz de “entender o mundo” do filho e de aceita-lo como é: surdo.
Uma parte muito importante para que não haja exclusão social dos deficientes é a acessibilidade, que permite e facilita a presença e locomoção de muitos deles.
O receio da inclusão e interação social só é sanada no primeiro contato, onde é possível que você conheça a pessoa por trás da deficiência, e posso ser construído o respeito e a tolerância.
Ao criarmos tolerância e respeito para com os deficientes, “criamos” e os incluímos a novas categorias do ser humano, por exemplo: ser autista, paraplégico, surdo, cego, tetraplégico, etc. E acima de tudo, damos visibilidade a vulnerabilidade humana e suas diferentes maneiras de lidar com elas e suas “particularidades”. E ao sermos tolerantes nos tornamos seres humanos ‘’melhores’’, e a “visualizarmos” a vida de uma outra forma e mudará nosso “modo” de viver e aprender.
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