Resenha filme: Escritores da Liberdade
Por: jcsantos2 • 26/8/2015 • Trabalho acadêmico • 788 Palavras (4 Páginas) • 1.128 Visualizações
Análise do filme: Escritores da liberdade
a) Âmbitos educativos (microssistemas, mesossitemas...).
b) Representação construída do professor/aluno (imagem ideal, papel e estereótipo).
A psicologia ecológica, no que diz respeito aos âmbitos educativos diz que a aprendizagem dos alunos, o comportamento dos profissionais da escola e as decisões que os professores adotam só podem ser entendidos de acordo com o contexto em que essas esferas estão inseridas e se desenvolvem.
Os contextos, então são considerados sistemas funcionais que se interligam, chamados de microssistemas, mesossistemas e macrossistemas.
Os microssistemas são aqueles que possuem um padrão de atividades, de papéis e relações interpessoais com características físicas e materias particulares. No caso do filme “Os escritores da liberdade”, observa-se que o microssistema escola determina o padrão esperado e até mesmo imposto sobre professores e alunos ditos “especiais e problemáticos”, tal padrão se revela até mesmo na diferença das salas de aula: a destinada aos “alunos especiais”, de etnias e gangues, era simples, com mesas riscadas, quadro de giz, móveis antigos, totalmente o diferente do espaço destinado aos alunos de classe alta, o que reflete o pré-conceito da própria instituição, que “desacredita” nas potencialidades da turma “especial”.
Os mesossistemas envolvem as relações que existem entre os microssistemas em que o sujeito se desenvolve; no filme notam-se essas relações entre, por exemplo, o comportamento dos alunos na escola, e sua atitude em casa, junto com a família. Eles acabam por reproduzir e reforçar a visão, o estereótipo que tinham deles, com comportamentos agressivos, rebeldes e violentos.
E os macrossistemas são as correlações entre os sistemas, no que se refere a crenças ideológicas. Como no filme, em que a ideologia dominante que a escola tinha a respeito dos alunos da “classe especial”, era de que eles eram vistos como incapazes e predestinados ao fracasso, porque eram inseridos em um contexto social problemático e violento.
Ressalta-se nesse sentido, que o contexto como é percebido, a maneira como o individuo vê esse meio em que ele está inserido, determinará a atribuição de significado que esse contexto representará para si. No filme, a partir do momento em que os alunos, através do interesse e da dinâmica adotada pela professora, começam a perceber que existe um pouco deles no ambiente de sala de aula e se sentem a vontade naquele meio, mudam o comportamento e passam a mostrar as potencialidades que tem, quebrando tabus que a própria escola tinha a respeito deles e que eles mesmos reproduziam por encaixarem-se em tais representações, refletindo então a mudança de comportamento não só no microssistema escola, como também no microssistema família.
Com isso é importante mencionar que os papeis - expectativas construídas a cerca de determinado comportamentos esperado em relação à “posição” que o individuo ocupa em determinado âmbito – são determinantes para a vida do sujeito, sendo decisivos na representação que o sujeito tem de si e na representação em que a sociedade tem dele; o que não significa que se o sujeito não estiver de acordo com que se é esperado ao papel que desempenha, ele será fracassado ou inapto socialmente. No filme, percebe-se esse fato em dois momentos mais importantes, primeiro na postura da professora Senhora G. que resolve buscar novos meios para que seus alunos se interessem pela aula e o conteúdo, não saindo do seu papel de professora que está relacionado diretamente ao aprendizado dos alunos, mas inovando na maneira de transmitir esse conhecimento, e assim com o movimento iniciado por ela, os alunos também notaram que eles não precisavam se encaixar no estereótipo de fracassados e excluídos, “especiais”, perceberam que a seu modo eram capazes e sujeitos de direitos dignos como qualquer um daquele ambiente escolar.
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