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Resenha introdução a psicologia descritiva e analítica

Por:   •  3/12/2018  •  Resenha  •  1.221 Palavras (5 Páginas)  •  281 Visualizações

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Introdução

Esta resenha discute, fundamentalmente, a introdução a psicologia descritiva e analítica de  Wilhelm Dilthey e  a hermenêutica Diltheyana  (1883-1911), que é apontado como um dos mais influentes pensadores na transição do século XIX para o XX. Filho de um pastor calvinista e criado no caldo de cultura aquecido por nomes como Bopp, Humboldt, Ranke, Ritter e Savigny, Dilthey lança as bases para uma análise muito lúcida sobre as ciências positivas em sua época.

Desenvolvimento

Depois do século XIX, diferente do que estava sendo visto até então, a filosofia em uma nova forma de enxergar, dividiu o mundo entre sensível e suprassensível.O mundo sensível apontava para o espaço contaminado pelo apanhado entre determinações essenciais e acidentais, já o mundo suprassensível era preenchido pelas determinações puras e a priori dos entes. Os fenômenos sensíveis cada vez mais geriam de forma radical para apreensão das entidades suprassensíveis, daí abriu-se uma lacuna entre conhecimento e o ser de objetos a serem conhecidos, surge um dilema que serviu de motor para a história do pensamento ocidental.

O realismo e o idealismo, com visões diferentes, colocam ainda no século XIX, a filosofia em um impasse radical, de uma escolha de Sofia. Onde não seria mais possível manter a ramificação entre sensível e suprassensível, e de as   ciências naturais surgirem como o início conhecimento dos objetos. Então, a filosofia passa a ser questionada quanto a sua responsabilidade, é uma literatura ou uma epistemologia. Essa situação desencadeou no final do século XIX uma série de reações que permeiam as ideias contemporâneas, uma delas é o projeto de Hermenêutica de Diltheyana.

O projeto trouxe o processo de autonomização radical das ciências naturais, com o ponto de partida em uma crítica da razão histórica. O resultado desse processo foi uma perda total de conexão entre o conhecimento levado a termo nas ciências naturais e uma visão mais ampla no interior do qual esse conhecimento é alcançado. Tal conhecimento realizava-se a partir de um posicionamento espaço-temporal dos fenômenos, onde tem um campo mais amplo de manifestação

Entendemos que as ciências naturais são marcadas pela construção entre o fenômeno e a vida, entre o campo de investigação de seus objetos e a ligação vital histórica; material e psíquico. As ciências naturais para Dilthey são explicativas, e as ciências humanas são compreensivas.

Dilthey trouxe três principais fundamentos: Compreensão, expressão e vivência. A conexão destes três é a noção de vida com uma ligação psicofísico originário, onde todos os fenômenos se encontram desde o início unidos. Dilthey diz que tudo que se mostra no interior do mundo se apresenta no interior de um horizonte histórico-hermenêutico. Esse horizonte encerra em si, a concreção do espírito em uma época. Sendo assim, tudo que se mostra participa da própria vida do que se mostra recebendo o seu próprio espírito em sua equiparação como a visão do mundo dessa época – era o que Hegel chamava de concreção objetiva do espirito, sendo assim, foi confundido com a visão de mundo proposta naquele tempo. Nessa época, o homem toma parte por meio da natureza vivencial. Daí, Dilthey escolhe estrategicamente uma palavra alemã que traduzindo é: "vivência", que se dá em relação direta com a "vida", para estabelecer a ponte de conexão entre o homem e a vida. Porém, essa ligação se transformou naquele tempo, apenas uma expressão. Mas por um outro lado, o autor do texto diz que, tudo o que faço, penso, imagino, sinto e represento, assim como que deixo de fazer possui uma ligação umbilical com a visão do mundo, logo, expressa essa visão. Trazendo para os tempos atuais, temos as redes sociais, que na maioria das vezes nós dividimos nossos pensamentos, o que sentimos; o que acreditamos, e com isso, muitas pessoas partilham das nossas opiniões. Seria na nossa opinião, uma ligação universal do mundo, na época de hoje.

A psicologia é entendida como o campo reflexivo voltado para explicitação e determinação do movimento do conhecimento, possui um lugar especial para a importância na natureza dos processos hermenêuticos em geral. O filósofo procura  evidenciar o fato da vida psíquica não se deixar absorver completamente no movimento explicativo e construtivo das ciências naturais, a possibilidade de pensar a vida do espírito como um todo, mesmo nas ciências naturais.

Porém até mesmo nos dias atuais a ideia positivista, na psicologia explicativa que almeja alcançar uma explicitação dos princípios e leis que regulam fenômenos psíquicos, a que pode contaminar hipóteses de elementos subjetivos e particulares, ainda se torna bastante presente, os indivíduos ainda buscam explicações para os fenômenos, principalmente no campo da psicologia, as pessoas se tomam como objetos, quando nós recorremos a explicação precisamos recorrer a uma bagagem externa, ou seja algo que não condiz com a experiência da pessoa que busca explicação do fenômeno em si, essa bagagem externa a que recorremos afim de obtermos respostas se trata de experiências vivenciadas, conceitos, teorias, aplicando essa carga sobre o indivíduo que buscou respostas,  no final teremos um subproduto, com regras de regularidade e mensuração por exemplo, que de início não foi vivenciado pelo individuo, ou seja ir para fora para dar valor aparente, um gesto extremamente metafísico.

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