Resenha psicologia da educação modelos epistemiologicos

Aluno: Francis Helbig Raffo

Resenha e Tarefa I

O que é aprender e como aprendemos?

        Há duas posturas contraditórias entre si, temos a Gestalt que acredita que temos qualidades herdadas, talentos, que aprendemos por insight e temos a postura da aprendizagem por reforço que considera o indivíduo uma tabula rasa, que aprendemos por estímulos e experiência. Existe ainda uma terceira concepção que considera a herança genética e o meio físico e social na gênese e no desenvolvimento do conhecimento e da afetividade humanas. Acredito mais na terceira concepção, temos certa carga genética que nos atribui talentos e ao mesmo tempo necessitamos de reforço.

RESENHA:

        O texto traz diferentes concepções sobre a aprendizagem, a Gestalt, por Reforço e uma terceira que mescla as duas primeiras, explica as ações de primeiro e segundo grau, sendo a de primeiro grau necessárias a nossa sobrevivência e as de segundo grau sendo as ações praticadas sobre as ações anteriores ou sobre suas coordenações, o texto da o exemplo de um bebê que mama, mamar é ação de primeiro grau, mais tarde ele passa a brincar de mamar, fazendo de conta que mama de um jeito ou de outro, no primeiro caso a ação tem por objetivo saciar a fome e no segundo a apropriação da ação de mamar, nisso a busca do êxito é substituída pela busca da compreensão. O texto também explica a coordenação das ações que chamam-se esquemas, um exemplo de esquema é quando a criança agarra algo e leva a boca, nisso ele coordenou duas ações, dois esquemas, ele está retirando das organizações qualidades que produzem um novo patamar de aprendizagem, significando um salto qualitativo no plano de desenvolvimento, por isso Piaget diz que “aprender é criar estruturas de assimilação”. Cada novo patamar de desenvolvimento construído pelo indivíduo corresponde a novas possibilidades de aprendizagem.

        Outra dimensão diferente do aprender diz respeito às questões afetivas envolvidas no processo de aprendizagem, Freud dizia que se aprende por amor a alguém e isso tem a ver com o processo de transferência, antigamente elaborada para entender o vínculo pessoa e médico mas que pode ser estendida sem problemas a relação professor-aluno. Kupler dizia que “um professor pode tornar-se a figura a quem serão endereçados os interesses de seu aluno porque é objeto de transferência” (1989. p. 88). Assim o professor pode facilitar ou dificultar o processo, aumentando a ansiedade ou auxiliando o aluno a controlá-la. Não pode haver constrangimento para o aluno pelo seu desconhecimento, se o professor fizer o aluno entender que o erro faz parte do processo, algo que não deve ser castigado, o desejo de encontrar respostas podem ser sentidos como positivos. A transferência pode acontecer nas duas vias, mas cabe ao professor reconhecer a existência desse processo e saber resolver seus próprios conflitos.

        O professor também tem de tomar cuidado em não insistir em perguntar o que o aluno já sabe, isso não o desafia e até o aborrece, também não deve perguntar o que está muito além da sua capacidade pois confere um sentimento de incapacidade. Formular questões desafiadoras e que estão dentro das possibilidades do sujeito é uma maneira de educar que contempla a aprendizagem do ponto de vista cognitivo e satisfaz a dimensão afetiva do processo de aprendizagem.

        O texto mostra que todas as aprendizagens dependem do processo de desenvolvimento patamar por patamar, das mais banais as mais complexas, elas não ocorrerão se não puderem contar com um determinado patamar de desenvolvimento que as torne possíveis. Portanto é essencial que, em primeiro lugar, o educador conheça seu aluno para compreender como ocorre a aprendizagem.