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Resumo Do Livro "Holocausto Brasileiro"

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Por:   •  13/5/2014  •  744 Palavras (3 Páginas)  •  3.306 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A grande fama do município mineiro de Barbacena vem de sua acidentada relação com os tempos mais sombrios da psiquiatria. Era lá que ficava a Colônia, um imenso conjunto de instituições dedicadas à saúde mental, mas que na prática eram câmaras dos horrores, que reproduziam ferozmente os procedimentos medievais que marcaram esse ramo da medicina. Trazer à tona os detalhes dessa triste história foi o que motivou a jornalista Daniela Arbex a escrever “O Holocausto Brasileiro”. Projeto nascido de uma série de reportagens publicadas na “Tribuna de Minas”, jornal de Juiz de fora, o livro estima o óbito diário de 16 pacientes em pelo menos 11 anos de funcionamento da instituição (1969-1980), o que justificaria o título comparando a tragédia mineira ao genocídio de judeus durante a Segunda Guerra.

RESENHA DO LIVRO

Neste livro-reportagem a jornalista Daniela Arbex resgata do esquecimento um dos capítulos mais macabros da nossa história: a barbárie e a desumanidade praticadas, durante a maior parte do século XX, no maior hospício do Brasil, conhecido por Colônia, situado na cidade mineira de Barbacena. Ao fazê-lo, a autora traz à luz um genocídio cometido, sistematicamente, pelo Estado brasileiro, com a conivência de médicos, funcionários e também da população, pois nenhuma violação dos direitos humanos mais básicos se sustenta por tanto tempo sem a omissão da sociedade.

Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros da Colônia. Em sua maioria, haviam sido internadas à força. Cerca de 70% não tinham diagnóstico de doença mental. Eram epiléticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, gente que se rebelava ou que se tornara incômoda para alguém com mais poder. Eram meninas grávidas violentadas por seus patrões, esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a amante, filhas de fazendeiros que perderam a virgindade antes do casamento, homens e mulheres que haviam extraviado seus documentos. Alguns eram apenas tímidos. Pelo menos 33 eram crianças.

Pelas fotos tiradas naquela época e por relatos dos sobreviventes que eram denunciados os crimes cometidos. Os pacientes se igualavam aos prisioneiros dos campos de concentrações nazistas. Chegavam a Colônia em trens abarrotados, que eram chamados de “Trem dos Doidos”. Quando chegavam ao hospício, suas cabeças eram raspadas, suas roupas arrancadas e substituídas por finos uniformes, que não os protegia do frio da região. Seus nomes eram descartados pelos funcionários, que os rebatizavam. Eram deixados a própria sorte, a comida mais parecia lavagem de porcos e os mais fortes eram escravizados. Daniela Arbex devolve nome, história e identidade aos pacientes, verdadeiros sobreviventes de um holocausto, como Maria de Jesus, internada porque se sentia triste, ou Antônio Gomes da Silva, sem diagnóstico, que, dos 34 anos de internação, ficou mudo durante 21 anos porque ninguém se lembrou de perguntar se ele falava.

Os pacientes da Colônia às vezes comiam ratos, bebiam água do esgoto ou urina, dormiam sobre capim, eram espancados e violados. Nas noites geladas

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