Resumo das Ideias de Karl Popper
Por: NathaliaRebelo • 24/11/2017 • Dissertação • 1.977 Palavras (8 Páginas) • 2.033 Visualizações
INSTITUTO BRASILEIRO DE MEDICINA E REABILITAÇÃO
Epistemologia da psicologia
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Resumo do estudo epistemológico de Karl Popper
Nathália Rebelo, Ana Luiza Caiado, Bárbara Silva, Luiza Fonseca,
Juliana gama
RIO DE JANEIRO
2017
Nathália Rebelo, Ana Luiza Caiado, Bárbara Silva, Luiza Fonseca, Juliana Gama
Resumo do estudo do pensamento epistemológico de Karl R. Popper
Estudo apresentado ao curso de psicologia,
do Instituto de Medicina e Reabilitação, sobre
o filósofo da ciência Karl Raymond Popper.
O estudo busca resumir e esclarecer suas
principais teses.
Orientadora: Patrícia Neto
RIO DE JANEIRO
2017
SUMÁRIO
1. Introdução.................................................................................03
2. A lógica de pesquisa de Popper...............................................03
2.1.O problema da indução...........................................................04
3. A ideia de tábula plena e apresentação de problemas.............04
4. O critério de falseabilidade para demarcação da ciência..........05
4.1.Reflexo de suas ideias na defesa de Estado aberto...............05
5.Conclusão..................................................................................06
5. Bibliografias...............................................................................07
1.INTRODUÇÃO
A filosofia de Karl Raymond Popper, expandida durante o século XX, conhecida como racionalismo crítico, foi essencial para o progresso epistemológico e científico. Sendo considerado um dos mais notáveis filósofos da ciência, se mostrou sempre preocupado, antes de tudo, com a descoberta e inovação, tendo como consequência principal a expansão do conhecimento. Suas análises e estudos caminham por diversas áreas, passando pelas Teorias dos Sonhos de Freud, Teoria da Evolução Darwiniana a Teoria Marxista. Porém, suas principais ideias surgem da crítica ao neopositivismo, fortemente presente no século XX. Com o objetivo de demarcar o que era ciência, concluiu que o princípio de verificação, utilizado até então na ciência empírica neopositivista, não era um método eficaz para se fazer ciência, substituindo-o pelo critério da falseabilidade, que foi sua principal contribuição para o desenvolvimento da mesma. A partir de suas análises do modo como se buscava o progresso científico na época, Popper apresenta uma visão completamente inovadora, na qual enxerga a falha de um enunciado, ou seja, sua capacidade de ser refutável, como fator principal e de partida para a evolução de uma teoria, se opondo diretamente aos métodos da época, que lidavam com as falhas como obstáculos e derrota. Levando em conta sua preocupação com a descoberta, acreditando que essas se dão pela liberdade crítica, se mostra claramente oposto a ideia do totalitarismo, sendo grande defensor do Estado aberto. Tal inovação no modo de se buscar progresso, trazida pelo seu método, refletiu em diversos campos, sendo reconhecido por grandes autores, professores, e cientistas, atingindo sua intenção de aplicabilidade e expansão do conhecimento.
2. A LÓGICA DE PESQUISA DE POPPER
Os cientistas da época formulavam enunciados, ou sistemas de enunciados e os verificavam um a um, podendo-se observar nas ciências empíricas, com o objetivo de conseguir singularizar situações, por meio da formulação de hipóteses.
Nesse contexto, a lógica de pesquisa científica de Popper, com o principal objetivo de demarcar o que é ciência, se deu em realizar uma análise lógica do procedimento utilizado como método das ciências empíricas, procurando seus problemas. Sua análise consiste principalmente nos estudos do filósofo David Hume, empirista radical.
2.1. O PROBLEMA DA INDUÇÃO
A principal característica da ciência empirista era o fato de empregarem os chamados “métodos indutivos”, separados em indução repetitiva ou por enumeração, que consiste em conduzir enunciados particulares, elaborados por meio de observações frequentemente repetidas, para um enunciado universal, e indução por eliminação, que afirmava que eliminando todas as teorias falsas, poderia se chegar na verdadeira. Após tal análise, procurando a justificativa das inferências indutivas e suas condições, Popper apresenta o problema da indução, ao afirmar que ambas não possuem raciocínio válido para produzir conhecimento científico. Para ele, do ponto de vista lógico, não há nada que justifique inferir assertivas universais a partir de singulares, por mais numerosas essas sejam, ou seja, não é possível saber com certeza acerca de acontecimento algum no futuro com base nas repetições do passado. Sendo assim, Popper afirma que qualquer conclusão tirada desse modo pode revelar-se falsa, e comenta que a confiança em eventos empíricos deve-se a psicologia do conhecimento, e não a lógica do conhecimento.
Ele também atacava a questão da indução a partir de que tal princípio é uma proposição analítica (tautológica) ou uma assertiva sintética (empírica), afirmando que não existe algo como um princípio de indução puramente lógico, caso contrário, não existiria nenhum problema de indução, porque nesse caso todas as inferências indutivas deveriam ser consideradas como transformações puramente lógicas ou tautológicas.
3. A IDEIA DE TÁBULA PLENA E APRESENTAÇÃO DE PROBLEMAS
Além da questão do problema indutivo, Popper contestava a ideia de mente como “tábula rasa”, desenvolvida por John Locke, no século XVII, na tese epistemológica empirista, a qual considera que todos nascem sem conhecimento algum, desconsiderando a existência de ideia inatas, ou seja, ideias que antecedem a experiência. Logo, a mente seria como uma “folha em branco”, onde todo conhecimento advém da experiência. Popper afirma que não é possível existir uma mente desprovida de pressupostos, de hipóteses, problemas e suspeitas, considerando o observativismo um mito filosófico. Nesse contexto, traz a ideia de “tabula plena”, sendo esta a realidade de que a mente humana sempre será cheia de sinais que a tradição ou a evolução cultural deixam escritos. Assim, até mesmo as observações são orientadas por expectativas teóricas, pois todo experimento ou prova pressupõe sempre “algo” a experimentar ou a comprovar, sendo esse as hipóteses que são levantadas para resolver os problemas. Para Popper, sempre se opera com teorias, ainda mesmo que não se tenha consciência disso. Com isso, os problemas tornam-se o ponto de partida das pesquisas científicas, substituindo o principio de verificação, utilizado pelos neopositivistas. Sendo esse problema, para Popper, o choque de expectativas (hipóteses ou preconceitos) com outra expectativa ou com um pedaço de realidade (fatos).
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