Resumo de Artigo de Psicologia Clínica
Por: Rebeca Fagundes • 25/5/2020 • Trabalho acadêmico • 433 Palavras (2 Páginas) • 264 Visualizações
Psicologia Clínica
Tema: "Desafios da autonomização: estudo das transições segundo jovens adultos ex- institucionalizados"
Colaboradores: João Pedro M. Gaspar, Eduardo J.R. Santos, Joaquim Luís M Alcoforado
Universidade de Coimbra, Portugal.
Ano: 2015
Resumo: Rebeca Fagundes Souza, matutino
O objetivo desse estudo visa compreender as condições de acolhimento que interferiram direta, ou indiretamente, no desenvolvimento ecológico dos jovens que passaram uma fase importante da vida em Lares de Acolhimento.
Sabendo que o processo de desenvolvimento ecológico caracteriza o homem em: seus processos psicológicos, sua participação dinâmica nos ambientes, suas características pessoais e sua construção histórico-socio-cultural (Urie Bronfenbrenner, 2004), esse estudo centra-se no caráter exploratório dos diferentes desafios de autonomização.
A cada novo contexto de vida de um ser humano há uma transição relacionada. Essas transições tão importantes são vividas de uma forma muito descuidada nesses Lares, fomentando numa perspectiva de vida desregular para esses adultos e jovens adultos ex-institucionalizados.
Os métodos traçados a partir dessa investigação se basearam em entrevistas aprofundadas, e com riqueza de detalhes, a cerca das diferentes experiências vivenciadas por dois ex-acolhidos de dois Lares de Infância e Juventude.
Sendo assim, os resultados obtidos a partir do contexto focalizam a entrada, a permanência e a saída dos indivíduos. O que diferencia o processo pós acolhimento é justamente a qualidade das relações e da presença de afetividade e reciprocidade que a institucionalização proporcionou. Dessa forma, em alguns dos relatos, poucos foram os profissionais envolvidos com esses dois ex-acolhidos que, de fato, investiram em ser uma figura de apoio, proporcionando assim uma segurança emocional que influenciaria a longo prazo em um preparo de autonomia mais forte na fase adulta desses jovens. Em contrapartida, grande parte dos demais profissionais que ali se encontravam não designaram nem um tipo de afeto, sendo até agressores, em certa medida, desses jovens.
Apesar das partes positivas de todo esse processo formarem um desenvolvimento de gratidão nos que alcançaram a autonomia, as fases de chegada ao Lar e saída jamais serão esquecidas pelos tais, pois, nessa metodologia de pesquisa chegou-se à conclusão que os piores momentos se dão nesses dois tempos citados, já que não conhecer ninguém ao chegar ao Lar e sair de lá também sem nenhum contato com nenhum deles foi tida como a pior parte.
Destarte, a privação dos cuidados primários e do apoio afetivo podem ter um efeito permanente no desenvolvimento da personalidade e na capacidade de formar, manter e aproveitar as relações. Logo, é imprescindível que as instituições criem mecanismos de suporte nas transições correspondentes ao impacto inicial e também no acolhimento e apoio na saída dos Lares, além de suscetíveis e necessárias melhorias nos profissionais que lá se encontram.
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