Resumo do Capitulo Livro Compreender o Behaviorismo
Por: Karutta • 11/4/2022 • Resenha • 1.200 Palavras (5 Páginas) • 617 Visualizações
Compreender o behaviorismo
Capítulo 1 – Behaviorismo: definição e história
Contexto histórico
O behaviorismo é um conjunto de ideias sobre a ciência chamada análise do comportamento e não a ciência em si, sendo considerado, portanto, uma filosofia de ciência. Como filosofia, ele toca assuntos que tangem o porquê de fazermos o que fazemos e o que devemos ou não fazer.
A primeira versão do behaviorismo nasce com Watson, orientado por uma visão de psicologia objetiva. Watson criticava amplamente o uso da introspecção enquanto método científico pois tal método dependia excessivamente do individuo que observa o fenômeno e não das condições experimentais que foram utilizadas para se reproduzir o fenômeno.
Para o autor, a tentativa da psicologia comparativa e, por método introspectiva, de realizar comparações entre animais e humanos levava a um absurdo que era a construção de um conteúdo consciente do animal objeto de estudo. Esse investimento em uma psicologia da consciência, em sua opinião, era responsável pelo uso de métodos poucos confiáveis e especulações sem fundamentos.
Assim, Watson buscou definir a psicologia enquanto uma ciência do comportamento, renunciando a todos os termos que envolvessem: mente, consciência, estados mentais, introspectivo, imagens, conteúdo... Isso deixaria os psicólogos livres para estudarem o comportamento humano e animal, principalmente sem a hierarquização das espécies que comumente se empregava na psicologia comparativa.
Da mesma forma que essa última acreditava que poderíamos humanizar as feras, por que não poderíamos bestializar o humano? Tão logo, os princípios aplicados e desenvolvidos nos estudos sobre animais poderiam ser aplicados nos humanos tanto quanto o contrário que normalmente acontecia.
O caminho era o construir uma ciência do comportamento que abraçasse todas as espécies e que nela os seres humanos fossem apenas mais uma a ser estudada. O objeto de estudo comum a todas essas espécies seria o comportamento objetivamente observável.
Porém, dado a amplitude dos termos da ciência proposta por Watson, palavras como comportamento e o próprio objetivo dessa ciência do comportamento proposta por ele, levou a diversos autores interpretarem as ideias behavioristas à sua maneira. Sendo Skinner o mais conhecido.
Suas ideias sobre como alcançar uma ciência do comportamento contrastava com a dos demais behavioristas, postulando que para tal dever-se-ia focar em explicações científicas por meio do desenvolvimento de termos e conceitos e menos em medição e controle experimental, clássico do método das ciências naturais.
Por essa divergência de pensamento denominou o behaviorismo de Watson como behaviorismo metodológico e sua própria visão de behaviorismo radical.
Livre-arbítrio versus determinismo
Quando pensamos em uma ciência do comportamento, estamos compreendendo que o objeto de estudo dessa ciência é o comportamento. Ainda que redundante, é importante que isso esteja bem firmado já que, como ocorre com demais objetos de estudos da ciência, uma vez que se conheça todos os dados e parâmetros pode-se não somente prever e controlar a tendência desse objeto bem como ordenar e explicar esse objeto. Isso implica, portanto, ao objeto comportamento, uma característica determinística apoiada, sobretudo, na hereditariedade e pelo ambiente.
Porém, falar em determinismo comportamental e ser humano na mesma frase suscita uma discussão que perpassa tradições e crenças: o livre-arbítrio, ou ainda a capacidade de escolha; por fim, abre possibilidade, inclusive, a uma atribuição de méritos e culpas aos indivíduos.
O livre-arbítrio acrescenta junto a hereditariedade e o ambiente um terceiro elemento que faz com que o sujeito, mesmo com toda herança e impacto ambiental, comporte-se de uma maneira e não de outra, que a escolha não é uma ilusão e o próprios indivíduos causam os comportamentos.
No entanto, a existência de um livre-arbítrio para além do determinismo é contestada. De um lado há aqueles que acreditam na impossibilidade desse conceito, como este sendo mais um desdobramento do determinismo, por exemplo no determinismo brando, livre-arbítrio seria o fato do comportamento depender da história ambiental passada e da hereditariedade, fatores menos visíveis que o ambiente presente, porém ainda um determinismo comportamental já que dependente de hereditariedade e ambiente (seja passado ou presente).
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