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Resumo do Livro: Cinco Lições da Psicanálise

Por:   •  6/6/2022  •  Resenha  •  2.471 Palavras (10 Páginas)  •  177 Visualizações

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INGRID HELLEN ARAUJO DE ANDRADE

RESENHA DO LIVRO:

 CINCO LIÇÕES DA PSICANÁLISE – FREUD (1910)

NITERÓI

2022

Primeira lição

 Freud introduz sua obra apresentando a psicanalise e atribuindo todo o mérito da fundação da técnica ao Dr. Joseph Breuer. Ressalta que para o entendimento, não é necessário que pertença a classe medica, pois a psicanalise é uma rota totalmente original.

 Seu primeiro relato é sobre uma jovem de 21 anos, dotada de muita inteligência que começou apresentar sintomas como: paralisia espástica de ambas as extremidades do lado direito, com anestesia, sintoma que se estendia por vezes aos membros do lado oposto; perturbações dos movimentos oculares, estados de ‘absence’ e outros sintomas.  Seus exames, não haviam nenhuma alteração. Seus órgãos vitais estavam aparentemente saudáveis na visão cientifica, então os médicos não consideraram como sendo algo grave. Chamavam o quadro de “HISTERIA”, que categoriza um conjunto de graves perturbações. Consideravam que esse quadro não punha as pacientes em risco de vida.

 Dr. Breuer, certamente não censurou sua paciente a esse diagnóstico. Sua atenção o permitiu notar que a alteração da personalidade e a confusão (absence), fazia a paciente murmurar palavras que pareciam ocupar seus pensamentos. Breuer então iniciou sua técnica de hipnose.

 Em estado hipnótico a paciente começou a reproduzir suas criações psíquicas, fantasias profundas ... e então foi identificado o ponto de partida da situação “uma jovem à cabeceira do pai doente” tendo que esconder suas emoções. Depois de relatar uma certa quantidade de vezes essa fantasia, a paciente sentia-se aliviada e reconduzia a sua vida normal. Mas no dia seguinte, o bem-estar dava lugar a uma nova ‘absence’, que cessava novamente no ato da fala.      É importante ressaltar que essas ‘absences’ eram consequências de excitações provenientes de fantasias intensamente afetivas. A esse novo gênero de tratamento a própria paciente nomeou de “Talking Cure” – Cura pela fala, qualificando-o também de ‘Chimney Sweeping’ - Limpeza da Chaminé.

 Breuer, começou a buscar a patogenia de sintomas mais graves. Descobriu que quase todos haviam sido formados por resíduos de experiencias emocionais, e a particularidade de cada um dos sintomas, explicava a cena traumática ( que poderiam ser varias diferentes em uma só pessoa).

 Fazendo uma análise geral sobre o primeiro caso, Freud trouxe o conceito de “Conversão Histérica”, onde os conflitos psíquicos se manifestam em sintomas corpóreos. Esses conflitos são provenientes de traumas/ energias afetivas inibidas.

Breuer fez uma segunda observação sobre os estados de consciência, a  ‘double consciente‘. Dividiu o estado psíquico em “consciente” e “inconsciente. Diz que na imersão da consciência, esses estados podem alternar entre si.

Segunda Lição

 Enquanto Breuer trabalhava com o método catártico em sua ‘Cura pela Fala”, Charcot atuava com pacientes histéricas em Paris. Dez anos mais tarde, Breuer e Freud faziam sua publicação sobre o mecanismo psíquico dos fenômenos histéricos relacionado ao tratamento catártico da primeira paciente de Breuer, influenciado pelas pesquisas de Charcot.

 

 Eles acreditavam que, os traumas psíquicos, eram equivalentes dos traumas físicos cuja influência nas paralisias histéricas fora precisada por Charcot e a hipótese dos estados hipnoides de Breuer nada mais é que o reflexo da reprodução artificial daquelas paralisias traumáticas, que Charcot obtivera durante a hipnose.

 Pierre Janet, tentou adentrar mais profundamente nos processos psíquicos da histeria. Janet, leva em conta questões como hereditariedade e degeneração, acredita que a histeria é uma degeneração do sistema nervoso que se manifesta pela fraqueza.

 Freud então, faz uma comparação entre a teoria de Janet e a experiencia de Breuer, quando a paciente esqueceu sua língua materna, não esqueceu o inglês. Era capaz de traduzir um livro perfeitamente, logo, para Freud a questão degenerativa não fazia sentido.

 

 Para Freud a hipnose foi começando a perder o sentido, apesar de todos os seus esforços não conseguia hipnotizar a maioria de seus pacientes. Daí então, Freud decide abandonar o método catártico de Breuer.

 Sem poder modificar o estado psíquico dos pacientes, ele procurou mantê-los em seu estado normal.  Sua estratégia era fazer o paciente contar aquilo que nem ele mesmo sabia. Essa ideia surgiu de uma recordação que teve de Bernhein, onde ele havia submetido pessoas ao sonambulismo hipnótico que nesse estado tinham executado atos diversos, só aparentemente perdiam a lembrança dos fatos ocorridos, sendo possível despertar nelas tal lembrança, mesmo no estado normal. Quando questionadas sobre o que havia acontecido durante o sonambulismo, afirmavam de começo que não sabiam, mas com insistência e assegurando-lhes que era possível lembrar, a recordação vinha sempre de novo.

 Freud chegou à conclusão que havia uma força que opunha essas memorias de emergir, obrigando-as a se manterem no campo inconsciente e essa força foi nomeada de ‘resistência’.  

 Ele deduziu que aquilo que foi reprimido no passado, que está no campo fora da consciência e que no presente quando tentado recordar, sofre um processo de resistência muito forte. E onde há resistência, houve no passado um recalque/uma repressão. O que aciona o mecanismo de recalque é algum tipo de sofrimento psíquico passado. A função do mecanismo de recalque é proteger a consciência de algum conflito.

 Com um exemplo de um homem em um auditório, Freud explica que se trazermos à tona os sentimentos recalcados pode-se trazer uma solução mais satisfatória para aquela neurose.

Terceira lição

 Nesta lição Freud inicia fazendo um “desabafo” sobre a técnica anterior, diz que nem sempre a técnica de pressão dava certo com algumas pessoas.

 Ele cita um conflito de forças que atuam no paciente; por um lado o desejo de “colocar pra fora”, de se lembrar do que está armazenado no subconsciente e por outro aquela resistência citada anteriormente, que incapacita a passagem das memórias para o campo consciente.

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