Resumo do livro: Construindo a relação de ajuda
Por: Rafaela Marques • 10/11/2016 • Resenha • 1.849 Palavras (8 Páginas) • 4.765 Visualizações
Este livro visa informar como podem ser construída as relações das pessoas, principalmente nas relações em que uma pessoa pretende ajudar a outra. O ajudador possui certas características que em alto grau o tornam extremamente eficiente ao ajudar, se tornando uma pessoa significativa para quem é ajudado. Geralmente o ajudador habilidades interpessoais em alto grau permitindo um relacionamento integral e construtivo como outro. Algumas dessas habilidades são geralmente integradas à personalidade do sujeito ao longo da vida e também aprendida através de relação com outros ajudadores. No entanto, há a possibilidade de treinar e aperfeiçoar todas essas habilidades para se tornar um ajudador, vários estudiosos vem pesquisado sobre a melhor forma de se treinar essa habilidade para se obter as técnicas mais efetivas no processo de ajuda.
Dentre os resultados dessas pesquisas destaca-se a classificação das posturas terapêuticas em seis dimensões básicas: empatia, que seria a capacidade de se colocar no lugar do outro; a aceitação incondicional ou respeito que é a capacidade de acolher o outro integralmente, sem julgamento ou condições; a congruência que significa a capacidade de se mostrar ao outro de maneira autentica e expressar seus verdadeiros sentimentos; a confrontação sendo a capacidade de perceber e comunicar ao outro as incoerências dos seus comportamentos; a imediaticidade que é a capacidade de trabalhar a própria relação terapêutica cliente; e a concreticidade que é a capacidade de decodificar a experiencia em elementos específicos, objetivos e concretos. Além disso deve-se dar importância ao grau ou nível em que elas devem ser apresentadas e o momentos que devem ser introduzidos na relação terapêutica de ajuda e, dependendo do nível em que são apresentadas podem ser considerada responsivas ou inciativas.
Foi analisado também nesta pesquisa, a resposta do ajudador a essas dimensões, sendo encontrado quatro respostas gerais: Mudança nos construtos pessoais, que seria a transformação das crenças e valores do cliente, havendo uma flexibilização desses valores; a proximidade da experiência de modo que se desenvolva a habilidade de autoconhecimento e aproximação da sua própria experiência; a entrega ao relacionamento podendo se abrir livremente e manter uma relação de confiança com o ajudador; e a mudança na expressão dos problemas mudando a forma como expressa seus sentimentos e aumentando a capacidade de falar sobre suas questões de conteúdo interno.
A partir do resultado dessas pesquisas foi desenvolvido o “modelo de ajuda”, na qual se estabeleceu os quatro grupos principais de habilidades interpessoais necessárias ao ajudador que seriam: Atender, comunicar disponibilidade e interesse pelo ajudado; Responder, comunicar compreensão pelo ajudado; Personalizar mostrando ao ajudado sua parcela de responsabilidade no problema que está vivendo; orientar o ajudado a avaliar as alternativas de ações possíveis, facilitando a escolha. Como resposta dessas habilidades no processo de ajuda, descobriu-se as fases que o ajudado passa durante a psicoterapia: Envolver-se, tendo a capacidade de se entregar ao processo de ajuda; Explorar, possuindo a capacidade de avaliar a situação real em que se encontra no momento do processo de ajuda, definido com clareza, onde está; Compreender, estabelecendo ligações de causa e efeito entre os vários elementos presentes em sua vida, de modo a ser capaz de definir usa meta: onde quer chegar; e Agir, escolhendo o melhor caminho compreendendo como chegar lá.
O ajudado é caracterizado como uma pessoa que falta algumas habilidades de vida, estando sempre em falta de alguma coisa. Esta falta é fonte de toda a insatisfação e infelicidade que o acompanham sempre, que refletem em uma esfera de sua vida ou em várias, afetando a área física, emocional ou intelectual. O ajudado só se torna propicio a receber ajuda quando admite que realmente precisa ser ajudado.
As pessoas que podem ajudar são aquelas que aprenderam as habilidades de ajuda citados acima, seja de maneira formal ou informal. Ao mesmo tempo, essa pessoa deve ter conhecimentos de si próprio e ser capaz de ajudar a si mesmo. Suas principais características são disponibilidade interna, capacidade de amar o ajudado, ter autoestima e habilidades interpessoais em alto nível.
No processo terapêutico de ajuda, o ajudador incia seu trabalho muito antes de interagir verbalmente. O ajudador deve-se preocupar com aspectos físicos e o conforto do ajudado. O ambi-ente físico onde ocorrerá a conversa de ajuda é de extrema importância para que o ajudado se sinta bem à vontade para se abrir. Quando o diálogo acontece em um lugar adequado há um sentimento de valorização, privacidade, conforto e segurança que fazem com que tanto ajudado como ajudador rompam todas as barreiras para uma ajuda mútua.
Ao se encontrar com alguém que precisa desabafar, o confidente deve receber a pessoa ca-lorosamente, demonstrando interesse pela pessoa e a situação em que vive. Alguns gestos são signi-ficativos, como saber o nome da pessoa e procurar não esquecê-lo, cumprimentar de forma carinhosa sempre, mostrar que não se esquece da pessoa, ou até mesmo atender alguma necessidade física imediata.
Durante uma conversa a expressão corporal transmite muitas mensagens que não são ditas por palavras, assim, o que está ouvindo pode dizer muita coisa através do seu corpo (que não mente), transmitindo disponibilidade e interesse por quem fala. Algumas posições como se aproximar, ficar frente a frente, olhar nos olhos da pessoa, ter a fisionomia receptiva demonstrando concentração, fazer um aceno com a cabeça e um toque com as mãos, podem ter um grande significado, não em palavras, mas em sentimentos.
A linguagem corporal é mútua. Da mesma forma que o ajudador transmite mensagem ao ajudado enquanto ouve, acontece também do ajudado para o ajudador. Então este precisa estar aten-to e observar as expressões e reações do ajudado, olhando a aparência e o comportamento. Dessa forma é possível entender muita coisa que a pessoa não consegue expressar claramente por palavras, podendo deduzir a disposição física, o que sente, a prontidão em agir, como se relaciona com os outros e a coerência entre o que fala e faz ou demonstra.
Algo indispensável para ajudar o próximo é escutar a pessoa. Poucas são as pessoas que sa-bem fazer isso, talvez porque são falantes demais, porque nunca foram escutadas ou por não querer ouvir para não ter o que falar.
De acordo com a intimidade que se tem com uma pessoa é a intensidade das conversas com elas, por exemplo: com alguns só se fala superficialmente, assuntos sem importância e por educação; há quem só fala de outras pessoas; com outras se discute opiniões e idéias
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